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GEFuT organiza IV Simpósio Internacional sobre futebol

14/11/2022

Local: Escola de Educação Física, Fisioterapia e Terapia Ocupacional (EEFFTO), da UFMG

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O Simpósio Internacional de Futebol, Linguagem, Artes, Cultura e Lazer, organizado pelo Grupo de Estudos sobre Futebol e Torcida (GEFuT), da Escola de Educação Física, Fisioterapia e Terapia Ocupacional (EEFFTO) da UFMG, chega a sua quarta edição, e ocorrerá, de forma presencial, nos dias 12, 13 e 14 de novembro. O tema desta edição é “Torcidas Organizadas, movimentos e coletivos de torcedoras/es: Múltiplos Olhares". O evento terá cinco mesas de discussão com perspectivas diversas. As inscrições para ouvintes do IV Simpósio podem ser feitas  até o dia 08 de novembro, pelo link

O grupo GEFuT, criado em 2006, já realizou três simpósios internacionais antes desse (2013, 2015 e 2018).

O coordenador do grupo de pesquisa, professor Silvio Ricardo da Silva, docente do Departamento de Educação Física da EEFFTO explica os desafios de propor o debate sobre a complexidade do tema. Ele comenta ainda a motivação para a seleção do tema do simpósio.

"A inspiração para a escolha do tema é porque nós já fizemos uma pesquisa no ano de 2009 acerca das torcidas organizadas e estamos numa nova perspectiva, porque houve uma mudança significativa no que se refere a organização coletiva do torcer. Novos grupos surgiram, os coletivos de torcedores, os movimentos de torcedores, os com conotação política, os com conotação no que se refere à temáticas importantes como a questão da homofobia, com a questão da misoginia, do machismo, do racismo.  E aí nós entendemos que passados esses anos todos na nossa pesquisa que é de 2012, ou seja, 10 anos, seria importante rever alguns desses grupos das torcidas organizadas para poder ampliar o debate sobre a temática”, disse.

 “Maravilhoso, né?  Porque eu sinceramente  fui muito resistente a organizar um evento online, porque eu acho que as trocas que se dão nesses eventos, as conversas, os debates presenciais, eles são fundamentais, e diante do distanciamento social a gente tinha uma barreira disso muito grande, então o sentimento é de alegria, de felicidade realmente de estar junto das pessoas”

Torcidas Organizadas, movimentos e coletivos de torcedoras/es: Múltiplos Olhares:

Sobre a abordagem comumente adotada em relação às torcidas organizadas, Silvio disse que estas deveriam dar mais espaço para as ações promovidas pelas torcidas e dar voz para os indivíduos que fazem parte delas, e não focar exclusivamente nos momentos de violência.

“Essa sua pergunta eu acho muito boa. De uma maneira geral eu defendo que o torcedor organizado, esse das torcidas organizadas mais tradicionais, está sempre em busca de uma visibilidade social, e muitas vezes ele acaba tendo nas instituições uma dificuldade muito grande de ser visto, de ser respeitado, isso passa pela escola, pela família, né? Isso passa pela igreja, pelo estado de uma maneira geral, pela polícia, ele é sempre muito desrespeitado. E ele vai conseguir, a partir da sua filiação a esses grupos, essas torcidas, um respeito e uma visibilidade social, só que, de uma maneira geral a mídia acaba trazendo o foco para quando acontece os conflitos. Então o conflito em si é uma forma de visibilidade social e ao invés da mídia focar nisso e dar visibilidade a isso, ela deveria dar visibilidade ao que essas torcidas organizadas produzem em termos de festa, mas apontando para os sujeitos, chamando os sujeitos, dar a voz a eles sendo entrevistados, eles aparecendo na mídia, isso seria muito importante. Eu acho que isso desfocaria um pouco dessa visibilidade que eles têm só a partir do envolvimento deles em casos de violência”.

O docente aborda ainda, sobre os obstáculos para promover debates sobre essa temática, o professor salientou a importância de uma boa pesquisa, que traga dados para a discussão, além de ressaltar a diversidade dos participantes que vão compor as mesas de discussão.

“Bom, o obstáculo para promover um debate sobre essa temática, primeiro é você poder fazer uma boa pesquisa, né?  E acho que ter dados para que a conversa lá não seja apenas uma conversa de opinião que muitas vezes é produzida pelos atores do futebol, como por exemplo a mídia. Então, nós estamos, já há dois anos na produção desse material de pesquisa, e procuramos trazer pessoas para esse evento que tem propriedade realmente para debater o tema das torcidas, dos coletivos, dos movimentos de torcedores sem preconceitos e a partir das experiências, então nas mesas nós vamos ter vários torcedores e também a partir de estudos que são promovidos, então o obstáculo passa muito pelo preconceito que existe, generalizando de uma maneira geral esses grupos”, concluiu.

Confira aqui a programação completa do evento

*(Texto atualizado em 27/10/2022)