12º Seminário Nacional "Concepções Contemporâneas em Dança" reflete sobre a Educação Física na Dança | EEFFTO - UFMG  


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12º Seminário Nacional "Concepções Contemporâneas em Dança" reflete sobre a Educação Física na Dança

21/06/2016 | 18:31

Começou nesta terça-feira, dia 21 de junho, o 12º Seminário Nacional “Concepções Contemporâneas em Dança”, realizado pelo Programa de Dança Experimental (PRODAEx), na Escola de Educação Física, Fisioterapia e Terapia Ocupacional (EEFFTO) da UFMG.

Veja a galeria de fotos do evento

Confira o folder com a programação completa do Seminário

O evento conta com fóruns, mesas redondas, oficinas, grupos de trabalho sobre temas diversos, como inclusão social, metodologia do ensino e tecnologia, pôsteres, mostras de dança e videodança, abarcando as comunidades acadêmica e profissional da dança.

A coordenadora do PRODAEx e professora da EEFFTO, Isabel Coimbra, destacou que o Seminário não tem se proposto a discutir ou debater o panorama da dança, mas estabelecer uma conversa e compartilhar pesquisas que geram reflexões  e qualificam, cada vez mais, a Educação Física na dança.

“A proposta do seminário é semear. Semear as pesquisas que as pessoas têm desenvolvido na área da dança com esse diálogo com a Educação Física, que são os pilares da construção desse seminário: EF, dança e linguagem, e ainda tem os subtemas que são inclusão social, metodologia do ensino, tecnologia e suas aplicações no nosso caso”, apontou Isabel.

Pela manhã, o evento contou contou com uma abertura e mostra de dança de Vozes da Escola, Voz do Corpo e Ponto de Contato. As apresentações aconteceram na área de circulação da EEFFTO.

Durante a tarde, no Fórum I: Arte e Linguagem: A Construção do Sentido na Dança, no Auditório Central da Escola, puderam ser vistas três abordagens diferentes desse mesmo tema que se complementaram, reforçando a importância da diversidade para o amadurecimento das reflexões.

Iniciando as conversas da mesa, a professora da Escola de Belas Artes (EBA), da UFMG, Juliana Azoubel, abordou o poder social da dança, apresentando exemplos de constituição de grupos socias pela dança. “A dança é aglutinadora de fazeres, é afirmação do ser social, cultural, do homem como cidadão do mundo. Ela dança que nasce do contato de um homem com outro, de uma cultura com outra, faz parte e é resultado desse espaço social”, afirmou a professora.

Segundo Juliana, a dança está presente em algumas culturas pela forma como essas culturas foram se desenhando, por isso, a dança surge como essencial para a manutenção e preservação das tradições, de forma que elas não se mantém totalmente estancadas, mas se renovam pela própria dança. “A dança transforma e forma uma sociedade”, completou.

Olga Valeska, Mariana Trotta, Juliana Azoubel e Isabel Coimbra

No mesmo fórum, a professora Olga Valeska, do CEFET/MG, levantou o questionamento do significado e da linguagem da dança improvisada. Olga refletiu sobre a necessidade de se desenvolver vocabulários gestuais para o aprimoramento desse tipo de dança. Ela apontou que há técnicas para a dança improvisada e que é necessário planejamento antes de sua execução. A memória gestual deve ser fortalecida com o intuito de se criar um amplo repertório de movimentos. Olga também disse que a dança improvisada, dessa forma, pode se tornar, posteriormente, uma coreografia pronta.

Finalizando o fórum, Mariana Trotta, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), abordou a dança como uma arte de movimento que possui várias linguagens em copresença, como a música, as gestualidades e o figurino. Mariana comparou a dança contemporânea com a dança clássica, explicando que a clássica é reconhecida por gestualidades virtuosas nas quais o espectador não se reconhece e, portanto, apenas contempla o visual. Já na dança contemporânea, o espectador consegue se reconhecer nos movimentos que vê e não só contempla, como também interage com a obra.

A sensação de que qualquer um pode executar a dança, segundo Mariana, é proposital e tem o objetivo de aproximar o espectador da obra e evocar bagagens de memórias pessoais. A dança contemporânea é sinestésica, aguçando outros sentidos além da visão, e as percepções do espetáculo são particulares a cada um que o assiste. Mariana disse que na dança contemporânea o indivíduo espera ser provocado e surpreendido e, se isso não ocorre, o espetáculo não é exaltado positivamente.