Pesquisadora portuguesa ministra palestra sobre estudos do ócio e do lazer na EEFFTO | EEFFTO - UFMG  


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Pesquisadora portuguesa ministra palestra sobre estudos do ócio e do lazer na EEFFTO

19/08/2016 | 16:25

 

As diferenças entre as abordagens dos estudos do ócio e do lazer foram tema de uma palestra ministrada pela portuguesa Maria Manuel Baptista, na última quinta feira, 18 de agosto, na Escola de Educação Física, Fisioterapia e Terapia Ocupacional (EEFFTO), da UFMG.

Maria Manuel Baptista já esteve presente em outras atividades da Pós-graduação em Estudos do Lazer

 

Intitulada “Estudos do ócio e leisure studies na pós-modernidade”, a palestra foi realizada a partir de um convite do Programa de Pós-graduação em Estudos do Lazer da Escola. O evento discutiu as relações entre ócio, lazer e trabalho, além de suas dimensões políticas e a evolução dos estudos realizados nas áreas.

A palestrante apontou as discrepâncias no trato da relação entre trabalho e lazer em países desenvolvidos e subdesenvolvidos ao longo da história. Segundo Maria, em países mais desenvolvidos o tempo de lazer se adequa ao tempo de trabalho, sendo vistas como práticas igualmente importantes. Em contrapartida, nos subdesenvolvidos, o lazer é negligenciado, tornando-se desproporcional ao tempo de trabalho.

No progresso dos estudos sobre o ócio, Maria citou algumas etapas evolutivas que facilitam o seu entendimento. Nessa escala gradual, o ócio inicialmente era visto como um processo de regeneração do indivíduo por conta do tempo trabalhado. Posteriormente, passou a ser encarado mais como um problema, por ser considerado uma perda de tempo. Avançando para questões políticas, o ócio passa a ser visto como uma submissão, uma espécie de manobra de corpos e mentes dos cidadãos a serviço da prática.

 

No estouro do capitalismo, o trabalho era visto como um dever fundamental dos indivíduos, tendo o ócio e o lazer associados à preguiça. Esses eram compreendidos como práticas moralmente perigosas.

Na evolução dos estudos associados ao lazer, ele também já foi considerado um problema, sendo julgado como um tempo infrutífero. Também já foi visto como um produto, onde houve um apontamento para sua comercialização. Essas etapas são evolutivas, não funcionando assim, de forma eliminatória. Entretanto, hoje o lazer é mais encarado como um direito social inerente a qualquer indivíduo.

Traçados os progressos dos estudos nas duas áreas, Maria apontou para a íntima relação entre lazer e ócio. Os termos se confundem, mas as concepções dos estudos variam segundo tradições regionais, que seguem práticas de investigação diferentes.