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IX Seminário do Cemef celebra 15 anos do Centro

21/10/2016 | 18:39

Um fato não acontece simplesmente por acontecer. Sua localização num dado recorte de espaço e tempo lhe conferem características próprias, significativas, que fazem-no ser perpetuado na história. Mas em um campo aberto, onde convivem as possibilidades de lembrança e esquecimento, permeiam centros que buscam manter e retomar as memórias desses fatos.

Atuante nessa missão, o Centro de Memória da Educação Física, do Esporte e do Lazer (Cemef), da Escola de Educação Física, Fisioterapia e Terapia Ocupacional (EEFFTO), da UFMG, realizou o IX Seminário do Cemef: Educação Física, História e Memória – 15 anos de trajetória, nos dias 20 e 21 de outubro.

Em comemoração aos seus 15 anos de existência, nesse Seminário, o Cemef contou com a contribuição de alguns professores que estão ou já estiveram no Centro, além de estudiosos que também se atentam ao valor da história e dos registros de assuntos ligados ao Esporte, ao Lazer e à Educação Física. Na abertura do Seminário, o professor licenciado da EEFFTO e integrante do Cemef, Tarcísio Mauro Vago, destacou a função social que o Centro tomou ao longo desse tempo de existência.

“A importância [dos 15 anos de Cemef] se dá na possibilidade de compreendermos o que foi sendo construído ao longo da história, para que a gente possa compreender também aquilo que se fez, porquê se fez, e em que circunstâncias se fez. Compreender o tempo em que nós estamos hoje e os desafios para as futuras gerações”, disse o professor, que atualmente é Pró-Reitor de Assuntos Estudantis da UFMG.

Os professores Tarcísio Mauro Vago, Maria Cristina Rosa e Silvana Vilodre (UFRGS) abriram os trabalhos do IX Seminário do Cemef

 

Uma das coordenadoras do Cemef, a professora Maria Cristina Rosa, apontou para um outro papel do Centro, que é o de poder assumir um caráter de expansão da imagem da própria Escola. “Temos muita produção, então é um desafio darmos mais visibilidade para a instituição, para que seja mais valorizada”, comentou a coordenadora.

Pelo potencial de vários acervos espalhados pelo país, que remontam à história, a professora da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e referência nos estudos sobre gênero e educação na atualidade, Silvana Vilodre, apontou uma questão que, segundo ela, se faz necessária para um maior alcance desses materiais.

“Um dos avanços que a gente necessita é talvez uma constituição de um trabalho mais em rede, uma rede de Centro de Memória. Uma questão que é bem importante é a digitalização e disponibilização de acervos, para que eles não fiquem restritos só ao local, ainda que o local seja muito importante. Que a gente possa fazer com que esses acervos floresçam em outros espaços, e uma estratégia é exatamente essa, digitalização e inserção nos repositórios digitais”, sugeriu a professora.
 

“Fontes para a História da Educação Física: Acervos Audiovisuais, Iconográficos e Objetos Tridimensionais”

No segundo dia do Seminário, as atividades foram abertas pela mesa “Fontes para a História da Educação Física: Acervos Audiovisuais, Iconográficos e Objetos Tridimensionais”. A professora Katya Braghini, da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), exibiu alguns produtos audiovisuais com a temática do esporte e abordou exemplos de objetos que descolados de seus contextos originais suscitaram interpretações deturpadas e equivocadas. Ela estuda acervos de escolas, manifestados por objetos que contam histórias por si só.

Katya Braghini

 

Na mesma mesa, Thiago Carlos Costa, coordenador do Museu Brasileiro do Futebol, localizado no Estádio Mineirão, abordou o papel do Museu como espaço de produção de conhecimentos e reflexões sobre a memória do futebol que, segundo ele, é maltratada.

No maior palco do futebol mineiro, o Museu conta com memórias como de grandes nomes do futebol do estado, além de camisas autografadas de alguns dos maiores algozes da história recente do futebol brasileiro: os alemães, logo após a goleada sofrida pelo Brasil na Copa do Mundo por 7 a 1. O espaço tem uma média de seis mil visitas por mês, com 14 salas de exposição.

Para finalizar a manhã do evento, Raphael Rajão Ribeiro, do Museu da Imagem e do Som, apresentou alguns vídeos captados em diferentes veículos que remetem à memória esportiva, de épocas variadas.

Thiago Costa e Raphael Rajão

 

“Centro de Memória da Educação Física, do Esporte e do Lazer: Formação, Investigação e Organização de Acervos”

Dando sequência às discussões do Seminário, na mesa “Centro de Memória da Educação Física, do Esporte e do Lazer: Formação, Investigação e Organização de Acervos”, a professora da Universidade Estadual de Minas Gerais (UEMG) e ex-aluna da EEFFTO, Cassia Lima, contou um pouco da sua relação com o Cemef, de onde é integrante desde 2007.

Em um tom saudosista e emocionado, Danielle falou da “história do Centro pelos olhos de uma aluna”,  sinalizando a forma como o Cemef contribuiu para sua formação, que hoje forma outras pessoas.

“Encaro o Cemef como essencial para minha trajetória acadêmica, para a professora que eu sou hoje, para a visão de mundo que eu tenho, para a sistematização das minhas aulas, para a relação que tenho com meus alunos, tanto questões metodológicas quanto de afeto, da partilha, também de uma dimensão humana, que muitas vezes o ‘fazer’ acadêmico esquece”, disse Cassia.

Cassia Lima é formada em Educação Física pela UFMG

 

O Cemef tem um extenso material de fundos institucionais da EEFFTO, de professores, Biblioteca, entre diversos outros, que compõem a linha de acervo do Centro. Uma necessidade de sistematização desse material, referentes ao período entre as décadas de 50 e 80, foi auxiliada pelo professor da Escola de Ciência da Informação (ECI), da UFMG, Adalson de Oliveira. Nessa segunda mesa, ele comentou esse processo, quantificando e detalhando a extensão de todo o material.

Uma das coordenadoras do Cemef, a professora Meily Linhales argumentou que há um clima hegemônico científico na academia, o que não pode desconsiderar o potencial da memória e da história. Ela ainda apontou para um movimento existente que busca a institucionalização do Cemef, como estratégia para salvaguardar o Centro.

Na segunda mesa, Adalson de Oliveira, Cassia Lima, a professora da Faculdade de Educação (FAE), da UFMG, Andreia Moreno, que mediou as apresentações, além de Meily Linhales

 

Ao fim das palestras e composições das mesas, foi promovido um momento de avaliação de todo o Seminário, onde os participantes opinaram sobre o evento. 
 

Exposição

Duante alguns dias, o Cemef vai deixar uma exposição na área de circulação da EEFFTO, sobre projetos de Iniciação Científica e Extensão realizados ao longo dos anos pelos alunos de graduação da Universidade, vinculados ao Centro. 

Exposição deve ficar na EEFFTO até semana que vem