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Pós-Graduação em Ciências da Reabilitação da EEFFTO recebe pesquisador de universidade do Reino Unido

19/10/2017 | 15:10

Por Felipe Werneck

Um dos diferenciais de um programa de pós-graduação são as possibilidades de parceria nacional e internacional com outras universidades. Focado em desenvolver esse tipo de oportunidade, o Programa de Pós-Graduação em Ciências da Reabilitação da Escola de Educação Física, Fisioterapia e Terapia Ocupacional (EEFFTO) da UFMG recebeu um workshop com o professor Jim Richards, da University of Central Lancashire (UCLAN), no Reino Unido. A atividade “Recent Advances in Applied Biomechanics” aconteceu nesta segunda-feira, 16 de outubro, de forma aberta e gratuita. 

Auditório Principal da Escola se tornou palco de conversas e interações durante o evento - Foto: Assessoria EEFFTO/Felipe Werneck

A realização do Workshop na EEFFTO iniciou um ciclo de três apresentações no país, que ainda passarão pela Universidade Federal de São Carlos (UFSCAR) e a Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM) até o final desta semana. Na UFMG, os mediadores foram os professores Thales Rezende e Renan Resende, do Departamento de Fisioterapia.

As atividades aconteceram entre 09h30 e 17h da segunda, contando com um intervalo para almoço e networking. O foco principal do professor Jim se encontra no compartilhamento de seu conhecimento e experiência com uma tecnologia de ponta utilizada em pesquisas colaborativas entre os profissionais e pesquisadores da área da biomecânica clínica.

Ele falou sobre alguns métodos de avaliação da biomecânica, ciência que analisa e avalia o movimento humano do ponto de vista da física. Além disso, mostrou a evolução de modelos e tecnologias que vem sendo usados nessas avaliações do movimento humano.Para isso, a programação intercalou momentos expositivos com testes e avaliações em tempo real, utilizando os equipamentos que estão sendo desenvolvidos por sua equipe na UCLAN. Jim tem como proposta manter uma relação direta entre suas pesquisas e o chamado “mundo real”. Em outras palavras, ele propõe uma aplicação prática de seu conhecimento na avaliação e tratamento de quadros clínicos.

Jim é professor titular do Departamento de Allied Health Professions Unit da UCLAN desde 2004 - Foto: Assessoria EEFFTO/Felipe Werneck

“O que tentamos fazer com o nosso conhecimento sobre biomecânica clínica é certificar que estamos respondendo a perguntas importantes. Isso envolve a busca pela melhor intervenção, pelo melhor tratamento e qual seria uma saída clinicamente inteligente para determinar verdadeiras mudanças nos paradigmas atuais” explica.

Os alunos Valéria Andrade e Breno Moreira, presentes no evento, ressaltaram a contribuição da palestra para o que estão estudando. Atualmente eles cursam uma disciplina relacionada com o uso de sistemas de análise de movimento, um dos principais pontos do trabalho apresentado.

Valéria e Breno valorizam ainda esse intercâmbio de conhecimento entre professores e alunos do mundo inteiro e reconhecem que a UFMG vem ocupando um lugar de destaque. De acordo com eles, alguns equipamentos utilizados nos laboratórios da EEFFTO são semelhantes aos apresentados por Jim, e a literatura consumida pelos alunos daqui se baseia nos mesmos autores que os de outras instituições de renome no mundo.

Valéria e Bruno são alunos da pós-graduação em Ciências da Reabilitação na EEFFTO  - Foto: Assessoria EEFFTO/Felipe Werneck

“Sempre que vem algum professor de fora, algum pesquisador e mostra seus trabalhos, a sensação que eu tenho é que a UFMG está muito bem dentro desse cenário mundial de pesquisa” afirmou Valéria.

Um dos laboratórios da EEFFTO que desenvolve pesquisas na área de biomecânica é o Laboratório de Análise do Movimento (LAM). O fisioterapeuta e pesquisador Fabrício Anício de Magalhães, é colaborador nas pesquisas do LAM, e destacou a acessibilidade de Jim Richards em trocar experiências com a equipe e os pós-graduandos da EEFFTO. Para ele, a troca de conhecimento com docentes de outro país é um ponto positivo em vários aspectos. 

“Foi interessante perceber que temos uma estrutura menor, mas fazemos pesquisas muito similares, o que indica que nosso programa está no caminho certo.  Essa troca entre universidades também nos serve para olhar as pesquisas que já estamos desenvolvendo através de outras perspectivas. Saio daqui repensando várias coisas sobre as abordagens que uso em minha pesquisa e isso é muito bom", afirma.

Fabrício também dá aulas na UNIBH e PUCMINAS - Foto: Assessoria EEFFTO/Felipe Werneck

O workshop atraiu até pós-graduandas da Universidade Federal de Juíz de Fora (UFJF), que vieram especialmente para ouvir Jim e conhecer os laboratórios da EEFFTO que aplicam estudos na área de biomecânica. Entre um grupo de 8 alunas do Mestrado em Ciências da Reabilitação e Desempenho Físico-Funcional da UFJF, estava Luciana da Silva de Jesus, que está pesquisando doenças crônicas e o risco de queda dos pacientes. 

"Foi muito válido virmos até aqui, pois conheci novos modelos de avaliação, como por exemplo, um novo instrumento que não precisa de fios e consegue avaliar o movimento humano através de um sensor que funciona via wi-fi. No meu trabalho vou usar a biomecânica para fazer essa avaliação sobre o risco de quedas", explica.

Luciana está no início de sua pesquisa de mestrado - Foto: Assessoria EEFFTO/Jéssica Romero

A docente do Mestrado na UFJF Paula Silva de Cravalho Chagas, acompanhou suas alunas na atividade e pôde revisitar a EEFFTO, lugar onde concluiu seu mestrado e doutorado pelo PPGCR. Em Juiz de Fora, ela coordena o Laboratório de Avaliação do Desempenho Infantil (LADIN), e acomopanha o processo de implementação de outros laboratórios da área de Ciências da Reabilitação na UFJF, programa que tem cerca de um ano e meio de existência.

"A palestra com o Jim foi muito interessante para conhecer as novidades tecnológicas que estão sendo desenvolvidas e voltar à UFMG é sempre uma boa oportunidade, agora também porque se abrem novas possibilidades de parcerias com nosso programa. Ter contato com as possibilidades de atualização desse sistema Qualisys, que foi o que eu usei em meu doutorado, é ótimo também por saber que ainda posso contar com essa tecnologia mesmo anos depois. No caso, não preciso aprender usar  um sistema novo, só me atualizar nesse”, afirma.

Paula participou de uma simulação com um dos sensores de avaliação trazidos por Jim  - Foto: Assessoria EEFFTO/Felipe Werneck