CTE sedia 19ª Olímpiada Estadual das APAEs de Minas Gerais | EEFFTO - UFMG  


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CTE sedia 19ª Olímpiada Estadual das APAEs de Minas Gerais

22/11/2017 | 10:26

Por Júlia Calasans

O esporte, em suas diversas modalidades, contribui para o desenvolvimento físico e social de seus praticantes, proporcionando conhecimentos sobre o mundo e sobre o próprio corpo.  A democratização das práticas esportivas, da competição saudável e da socialização através do esporte possui muitos benefícios a oferecer, principalmente quando o assunto é inclusão social. Foi com esse objetivo que a Federação das Associações de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAES) do Estado de Minas Gerais (FEAPAES-MG) realizou, entre os dias 16 e 19 de novembro, as Olimpíadas Estaduais da APAE, com parte de suas competições realizadas no Centro de Treinamento Esportivo (CTE) da UFMG.

Essa é a primeira vez que o CTE recebe a Olimpíada das APAEs- Foto: Rafael Leite/Tela Azul

Essa foi a décima nona edição das Olimpíadas em Minas Gerais. Ao todo, participaram mais de 600 atletas representantes de 144 APAES, que competiram em modalidades como queimado, futebol, ginástica, judô, natação e atletismo. As atividades aconteceram simultaneamente no Estádio Felipe Drummond (Mineirinho), que recebeu as provas de grupo, e no Centro de Treinamento Esportivo (CTE) da UFMG, que recebeu as competições de natação e atletismo.

A aposentada Angela Pessoa é voluntária da APAE de Juatuba (MG) há quatro anos, de onde é também a presidente. Ela destacou a importância do esporte para o desenvolvimento físico e social da pessoa com deficiência intelectual. Um dos competidores nas provas de natação foi Cristiano Pessoa, filho de Ângela, que começou a nadar quando ainda era bebê. Para ele, o esporte foi recomendado como uma forma de fortalecimento muscular em razão de uma síndrome, mas ao manter a prática por décadas ele obteve melhoras observadas na sensibilidade, no direcionamento e no equilíbrio corporal. 

O treinador Diego Cardoso, Cristiano Pessoa e Angela Pessoa - Foto: Assessoria EEFFTO/Jéssica Romero

“É trabalhoso fazer uma olimpíada, mas para eles que competem não tem preço: você a felicidade em todos. Mesmo não tendo ganhado nada, eles comemoram. A melhor coisa dessas Olimpíadas é isso: dar a eles oportunidade de participar, sem cobrar nenhum resultado. É uma competição democrática: com tantas modalidades, há espaço para todos os tipos de habilidade, e assim ninguém fica de fora”, disse.

Antes das provas,  eles já faziam a "pose da vitória"- Foto: Assessoria EEFFTO/Jéssica Romero 

A atleta nadadora Rita Anunciação, que veio de Alfenas, no Sul de Minas, para competir, manifestou sua satisfação por estar no evento. Ela nada desde criança, já disputou e venceu vários campeonatos em sua cidade de origem, mas nunca tinha participado de uma competição na capital e se disse impressionada com a estrutura do CTE.

“Eu gosto muito de nadar, sempre foi a minha paixão desde que eu era criança. Por isso sou muito grata ao meu treinador e à minha família, sem eles eu não estaria aqui. Eu nunca tinha vindo competir aqui em BH e achei a piscina daqui muito legal. Gostei muito de participar”, afirmou.

Na última prova que disputou antes de estar no CTE, Rita conquistou uma medalha de ouro na natação - Foto: Assessoria EEFFTO/Jéssica Romero

A oportunidade de levar os alunos da APAE a conhecerem outros lugares e vivenciarem novas experiências é, segundo uma das organizadoras da competição, Bruna Campos, um dos principais objetivos do evento. Bruna trabalha como coordenadora de linguagens alternativas da FEAPAES-MG, uma área nova que visa estudar as necessidades de desenvolvimento, habilitação e reabilitação das pessoas com deficiência dentro das áreas da arte e do esporte, que, por serem lúdicas e divertidas, facilitam avanços no trabalho de socialização de seus praticantes.

“É uma oportunidade de conhecer um lugar novo, visitar os pontos turísticos, interagir com pessoas das APAEs de outras cidades e também com o público externo, que vem prestigiar. Frequentemente a pessoa com deficiência é impossibilitada de um convívio mais amplo devido a barreiras físicas e sociais, e com essas competições a gente procura sempre oferecer para eles a oportunidade de viver coisas novas, de fazer amizades e de se divertir dentro e fora das provas”, explicou.

Bruna é formada em Artes Cênicas, conhecimento que alia ao universo do esporte para pensar as atividades das APAEs - Foto: Assessoria EEFFTO/Jéssica Romero

O aluno do segundo período de Terapia Ocupacional da EEFFTO, Carlos Eduardo Celani, esteve presente na Olimpíada como um expectador e também elogiou a iniciativa. “O CTE é um espaço novo e completo, e fico feliz que esteja sendo aproveitado para essa competição. Me interessei para vir assistir porque eu nunca tinha visto uma competição de pessoas com algum tipo de deficiência. Gostei e é nítido que, de alguma forma, a competição parece estar fazendo bem a eles", contou. 

Carlos Eduardo praticou natação na infância e disse que sente vontade de voltar a nadar - Foto: Assessoria EEFFTO/Jéssica Romero