Palestra do PRAIA aborda a presença das crianças autistas nas escolas | EEFFTO - UFMG  


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Palestra do PRAIA aborda a presença das crianças autistas nas escolas

14/06/2018 | 15:52

Por Laryssa Campos

O Programa de Atenção Interdisciplinar ao Autismo (PRAIA) UFMG recebeu, nesta quarta-feira, a Doutora Adriana Araújo Pereira Borges para ministrar a palestra "O aluno com autismo na escola: estratégias metodológicas".  O evento contou com a participação de alunos da Escola de Educação Física, Fisioterapia e Terapia Ocupacional (EEFFTO), professores e pais de crianças autistas. Além disso, a proposta conquistou o público de tal maneira, que as reuniões que geralmente ocorrem em salas da Escola, obteve grande número de inscrições e lotou o Auditório Principal da Unidade.

A doutora frisou pontos importantes como a diferença entre a educação inclusiva e a educação especial. A modalidade inclusiva é mais ampla direcionada a todas as crianças, não necessariamente com alguma especificidade relacionada às deficiências, como por exemplo, crianças que são filhos de ciganos e artistas circenses, que mudam diversas vezes no ano. Já a educação especial, é direcionada aos deficientes e suas particularidades.

A atividade abordou os avanços da intensa relação entre crianças autistas e o ambiente escolar por meio da história. Embora, haja diversos fatores acerca da inserção desse público nas escolas comuns, Adriana defendeu que essa participação, ao invés da permanência nas escolas especiais, foi um grande avanço.  

“A educação especial deve atravessar os níveis educacionais. Então, essa modalidade tem que estar presente no ensino infantil, no ensino fundamental, no ensino médio, no ensino superior, ela tem que atravessar os níveis e não pode ser algo a parte”, comentou.

Adriana Araújo enfatizou a grande quantidade de métodos atuais para lidar com o autismo
Foto: Laryssa Campos/ Assessoria EEFFTO

A palestrante afirmou que o atual sistema é o melhor comparado ao que já tivemos, uma vez que, nos modelos anteriores, a criança com deficiência intelectual não avançava em questões de conhecimento, tanto que muitos completavam 15 anos e ainda estavam na segunda série do ensino fundamental. Além disso, o atual desafio na educação de crianças autistas é a efetivação do aprendizado desses estudantes nas escolas comuns. A inserção e permanência nesse lugar mais diverso já têm sido efetuadas e satisfatórias, mas a garantia do bom aproveitamento não é uma realidade atualmente.

Para otimizar a passagem das pessoas autistas pelo ambiente escolar, a doutora defende que é necessário fazer as informações, que são muitas acerca de como lidar com as particularidades dos autistas, circular entre os diversos públicos. Relatou, também, que os próprios professores, por diversas vezes, tratam o autismo com medo, o que não é necessário.

“Sobre a questão da dificuldade da informação circular, as Universidades tem tentado passar essas informações de modo mais eficiente, mas tem uma resistência, às vezes, dos próprios professores em querer saber e discutir certos assuntos. Essas metodologias requerem mudança por parte do professor que deve modificar a forma de dar aula, ao invés de manter os modos de ensinar”, disse.

Para a educadora Gislene Rafaela Costa, a temática abordada é muito importante para ela lidar com os seus alunos e ajudar as famílias a compreender melhor o autismo.

“Como já trabalho com educação, a palestra me acrescentou na área teórica e também me passou orientações para que eu possa ajudar os pais a ficarem mais tranquilos ao lidar como os filhos. Os responsáveis são pouco assessorados e, como aprendemos hoje não precisamos de grandes métodos para lidar com essa questão. Precisamos de um direcionamento para que essas famílias possam ter uma convivência melhor com a própria criança,” disse.

Gislene nunca tinha participado das palestras do PRAIA  e revelou interesse em voltar mais vezes
Foto: Laryssa Campos/ Assessoria EEFFTO

Um participante assíduo nas palestras promovidas pelo PRAIA é Fernando Antônio Roque da Silva, pai de Gabriel, utiliza essas atividades para lutar pelos direitos do filho.

“Já participei várias vezes das atividades do Programa. É sempre bom a gente rever as nossas metas e talvez as minhas estejam desatualizadas com meu filho, essa avaliação é muito importante. A gente tem trabalhado muito com o Gabriel tanto que várias das atividades que ela (Doutora Adriana) falou a gente faz. A minha vinda aqui hoje às vezes é uma luta, mas eu dedico esse tempo pra adquirir esse conhecimento pelo meu filho,” ponderou.

Para Fernando escola e família devem trabalhar juntas em prol da educação de crianças autistas
Foto: Laryssa Campos/ Assessoria EEFFTO