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Ginastas da UFMG conquistam o mundial disputado na Bulgária

05/11/2018 | 17:31

Por Yves Vieira

O Projeto de Ginástica Aeróbica da UFMG foi fundado no ano de 1997, o mesmo vem sendo realizado a vinte e um anos, sob coordenação da professora Kátia Lúcia Moreira Lemos, do Departamento de Educação Física da Escola de Educação Física, Fisioterapia e Terapia Ocupacional (EEFFTO), o mesmo realiza gratuitamente a formação de atletas para competições a nível municipal, estadual, nacional e internacional, com equipes infantil, sênior e de elite. Entre os dias 27 e 28, o plantel de elite disputou a Copa do Mundo da modalidade na Bulgária e foi responsável por feitos históricos: a conquista do título no individual masculino, com o atleta Lucas Santiago, e da disputa por duplas, pelo dueto formado por Lucas Santiago e Tamires Silva.

Lucas Santiago tem 24 anos, é atleta da UFMG e hoje ocupa a primeira colocação do ranking mundial da Ginástica Artística da Federação Internacional de Ginástica (FIG), e alcançou feitos extraordinários ao longo do ano, representando a UFMG por todo o mundo. O ginasta exaltou a sua vitória, ressaltando seu empenho ao longo dessa trajetória gloriosa.

“Para mim essa conquista foi muito especial, principalmente por questão de superação. Eu sempre venho treinando e tentando competir da melhor forma. Tive um ano muito intenso em relação à ginástica. Queria sempre mostrar o meu melhor, mas também nunca quis desmerecer nenhum outro atleta. E atualmente ser o número um do ranking mundial é um sonho que sempre tive na minha vida e a ficha é difícil de cair, mas to vivendo o momento”, afirmou.

Lucas ocupa atualmente a primeira posição do ranking mundial.
Foto: Ivan Ferreira/Melogym

Sabe-se que a maioria dos esportes no Brasil é muito desvalorizada e tem-se a sensação que o país é de apenas um esporte: o futebol. Porém a realidade é bastante distinta, e apesar da falta de apoio e incentivo, muitos atletas de diferentes, como o Lucas e a Tamires, representam o Brasil da melhor forma possível mundo afora, levantando a bandeira verde e amarela com muito orgulho. De acordo com a dupla, o triunfo é de suma importância para o contexto do esporte nacional.

Assim como Lucas, Tamires Silva, de 19 anos, há doze anos no Projeto, enalteceu os feitos alcançados por você e pelo seu parceiro. O ano duro, longo, trabalhoso e dedicado também foi tema de fala da jovem atleta.

“Essa conquista pra gente foi extremamente importante, depois de um ano tão longo e complicado. Foi muito importante pra mim pessoalmente também, eu estou absolutamente feliz. É muito bom ver o Brasil voltando para o ranking de novo, e principalmente sendo por nossa causa, porque nós treinamos muito e nos dedicamos bastante, e é realmente muito importante”, disse.

A dupla Lucas e Tamires está na segunda colocação no ranking mundial da Ginástica Aeróbica.
Foto: Ivan Ferreira/Melogym

A UFMG é responsável diretamente pelo desenvolvimento de atletas de alto nível, disponibiliza a esses uma estrutura de ponta, e hoje os melhores ginastas aeróbicos do país são da instituição e treinam na EEFFTO. A ginástica aeróbica e o Projeto mudaram os rumos das vidas de Lucas e Tamires, e ambos são muito gratos ao mesmo, à coordenadora técnica Kátia Moreira e à Universidade.

O Projeto sempre foi a menina dos olhos da coordenadora técnica Kátia Lúcia, que iniciou um embrião na Escola Municipal Marcone, na qual trabalhou antes de se tornar docente da UFMG. Kátia demonstra orgulho pelos vinte e um anos de realização do projeto de extensão, exaltando a inclusão de diferentes tipos de pessoas e a importância da UFMG dentro de todo o processo.

“Ele é um projeto de extensão e é também um projeto social, porque nós nunca cobramos nada dos participantes desse projeto e ele é também sempre foi inclusivo, mesmo quando ainda não se falava em inclusão. Sinto-me feliz pela UFMG estar cumprindo seu papel social, atendendo à comunidade externa e oferecendo o que há de melhor, com a maior qualidade. Isso significa que a UFMG faz ciência, trabalha com competência e que nós conseguimos formar os melhores atletas hoje do Brasil em ginástica aeróbica”, declarou.

Além disso, destacou o êxito dos seus atletas, afirmando que vem para coroar o trabalho do Projeto, porque segundo a mesma, mesmo que o trabalho seja feito da melhor forma possível, sem títulos o mesmo não tem o reconhecimento merecido.

“Esses resultados me enchem de orgulho e vêm coroar o nosso trabalho, porque no esporte é assim: se não tiver medalha por melhor que seja o seu trabalho, você não é nada. Sinto-me muito orgulhosa dos meus atletas, do Lucas e da Rebeca, dos que estão chegando, da minha comissão técnica. E fazemos isso formando atletas, produzindo conhecimento, capacitando futuros treinadores, fisioterapeutas, psicólogos do esporte e nutricionistas, porque trabalhamos em equipe”, falou.

Da esquerda para a direita: o técnico Pêt, a coordenadora técnica Kátia Moreira e a fisioterapeuta Jéssica Lemos.
Foto: Yves Vieira/Assessoria EEFFTO

Pedro Augusto, mais conhecido como Pêt, é treinador da equipe e falou sobre a preparação dos ginastas de elite, afirmando que o trabalho é realizado sobre as capacidades físicas e flexibilidade, com o intuito de aprimorar a técnica que os atletas já possuem.

“Eles já são atletas de elite, a capacidade técnica deles já está bem desenvolvida, com um nível muito alto mesmo. A gente tenta trabalhar capacidades físicas de força, flexibilidade, tudo que eles realmente precisam pra aprimorar a técnica que eles já têm. Além disso, como sempre, fazer um trabalho mais refinado e com maiores detalhes na parte técnica também. O que a gente sempre é um treinamento diário, seis vezes por semana, de quatro a seis horas de treino por dia”, expressou.

A fisioterapeuta Jéssica Lemos entrou no projeto na sua época de especialização no ano de 2017, sendo responsável pelo acompanhamento dos ginastas, fazendo um trabalho, especialmente, que visa à prevenção de lesões.

“Nessa parte da fisioterapia focamos na prevenção de lesões, então a gente desenvolvemos um trabalho desde a avaliação até agora, na última competição, tentando reduzir ao máximo o numero possível de lesões, mas a gente também vem fazendo o acompanhamento de tratamento e reabilitação pra que as lesões que já estavam presentes tivessem um impacto menor o desempenho desses atletas ao longo do ano, para que a gente conseguisse chegar ao objetivo final, que foi conquistado essa semana”, disse.

Como os demais integrantes da equipe principal do Projeto, o treinador Pêt e a fisioterapeuta Jéssica teceram elogios ao mesmo e também se mostraram gratos. Para Pêt, é um dos projetos de extensão mais completos da EEFFTO, afirmando que foi o local no qual teve a oportunidade de colocar em prática tudo que tinha visto na teoria. Já para Jéssica, o projeto é um marco em Minas Gerais e em todo o Brasil.

O hino brasileiro foi tocado em duas ocasiões na Copa do Mundo da Bulgária.
Foto: Ivan Ferreira/Melogym