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Projeto de Ginástica Artística da EEFFTO atende alunos com diferentes histórias e objetivos

10/12/2018 | 13:54

Por Isabela Trindade e Yves Vieira

Um dos projetos de extensão desenvolvidos dentro da Escola de Educação Física, Fisioterapia e Terapia Ocupacional (EEFFTO) da UFMG é o "Oficina de Esportes: Ginástica Artística", coordenado pelo professor Márcio Mário Vieira, do Departamento de Esportes da Escola, e que completou dois anos recentemente. O objetivo do projeto é fazer com que diferentes públicos, começando por crianças a partir de cinco anos, aprendam acrobacias e se tornem habilidosos e capazes de participarem de diferentes eventos, nos quais tais movimentos sejam requisitados.

A prática da Ginástica Artística com viés competitivo traz muitos benefícios, até para quem não tem perspectivas de competir. Pontos como o auxílio da Ginástica Artística na manutenção da forma física, no enfrentamento de desafios do cotidiano e preservação da saúde mental foram levantados por praticantes e pelo treinador Márcio Mário Vieira.

Maíra Cesarino Soares, que trabalha com teatro e circo, é componente do projeto de Ginástica há aproximadamente dois anos e atualmente está grávida, mas não deixa o treino de lado, pois afirma que a ginástica artística a ajuda a manter um bom condicionamento físico durante os intervalos entre espetáculos, além de declarar a importância do esporte no dia-a-dia.

“Já tenho uma prática corporal pelo meu trabalho com teatro e circo, além de já ter um treinamento físico que envolvia um pouco de acrobacia. Eu e o Pedro, meu marido, ficamos sabendo do programa de extensão e viemos para manter uma prática de treinamento. Quando estamos num período de intervalo entre espetáculos usamos a ginástica artística como treinamento físico e, para mim, profissionalmente, é o que me mantém em forma para o que é exigido na minha prática profissional como atriz e artista. A prática da ginástica artística é divertida e desafiadora, porque diariamente lidamos com os nossos medos e aprendemos algo novo. A gente faz força sem ficar chato e repetitivo, o que ocorre muito em outras modalidades”, disse.

"A ginástica tem me ajudado bastante durante a gravidez".
Foto: Yves Vieira/Assessoria EEFFTO

Maíra também falou sobre como a prática da ginástica artística e suas acrobacias têm ajudado durante o processo da gravidez, comentando que sua continuidade no esporte teve permissão da sua médica, que inclusive a incentivou.

“Acho que tem me ajudado bastante durante o processo da gravidez. Como eu já tinha uma prática física e acrobática anteriores à gravidez, minha médica permitiu que eu continuasse na ginástica e disse que meu próprio corpo iria me dizer o que eu não conseguiria mais fazer com o passar do tempo”, expressou.

Pedro Sartori do Vale, esposo da Maíra e também participante do projeto, é acrobata de circo e trabalha fazendo turnês dentro e fora do Brasil. O acrobata elogiou o projeto da UFMG e o professor Márcio.

“Amigos me contaram que o treino da UFMG era ótimo e no já primeiro dia me apaixonei pelo projeto e pelo Márcio, porque além de ser um lugar super legal e bem equipado, com um preço super acessível, o Márcio é um treinador que, ouso dizer, nunca vi melhor na minha carreira de circo. Enquanto professor de acrobacia, técnico, e treinador ele é realmente uma pessoa fora do padrão e ter ele aqui em BH, à frente de um treino para qualquer pessoa que quiser participar na UFMG, é um privilégio muito grande mesmo”, comentou.

"O projeto, além de tudo, é muito acessível, então só vejo benefícios em fazer parte".
Foto: Yves Vieira/Assessoria EEFFTO

Além disso, Pedro tocou em pontos dentro da ginástica que são importantes no seu ofício, nas suas apresentações, assim como na sua vida pessoal.

“O beneficio do treino para mim, além de ser uma preparação física muito legal, super bem estruturada e um super treino mesmo, me faz também ter uma nova visão para a acobracia. Como temos competições, o padrão é muito elevado, então tem linhas de movimento que são muito específicas. Além de ser super divertido e adorar estar aqui, ser apaixonado por movimento e treinamento, é um exercício que proporciona um condicionamento físico muito bom e técnicas que, me arrisco a dizer, em Belo Horizonte só são encontradas aqui”, afirmou.

Complementando, Pedro falou sobre como a ginástica e o projeto se relacionam com o seu casamento com Maíra, tocando principalmente na questão da gravidez experenciada pelo casal.

“O esporte nos une bastante e é muito legal compartilhar o treinamento. É bem legal ver a Maíra realmente disposta a fazer os execícios, superando seus limites, apesar da gravidez. No início ela treinava normalmente e, a medida que a barriga foi crescendo, os movimentos foram diminuindo, mas mesmo assim ela faz muitas coisas que me deixam surpreendido. O treinamento ajuda o nosso relacionamento em si, porque ela vem e gasta energia, fica animada e o dia melhora, e quando fica um tempo sem treinar parece que tudo fica meio ruim. Só tenho coisas positivas a dizer do ginásio e do esporte”, completou.

O técnico Márcio Mário Vieira, coordenador do projeto, pontuou as metas do "Oficina de Esportes: Ginástica Artística", além de declarar que as pessoas procuram o projeto com diferentes finalidades.

“Hoje atendemos um público a partir dos cinco anos, sem ter idade limite, tendo adultos que já se aproximam da meia idade. Nossa perspectiva é conseguir levar as pessoas a fazerem uma atividade que as façam chegar ao âmbito competitivo. Na turma de adultos, cada um tem diferentes finalidades dentro da modalidade. O projeto está aberto à população em geral e tem como objetivo ensinar acrobacias e utilizá-las como uma atividade física, para melhorar a qualidade de vida, proporcionar os benefícios cabíveis desde a formação do ponto de vista cognitivo até o meio social”, falou.

"Acredito que o esporte precisa ganhar mais atenção e ser mais fomentado, além de melhor organizado".
Foto: Yves Vieira/Assessoria EEFFTO

Márcio também comentou sobre a atual situação do esporte brasileiro, assinalando opções para o desenvolvimento do mesmo.

“Acredito que o primeiro passo é a organização, que passa por criar locais adequados com pessoas competentes para poder administrar essas práticas. De uma forma ou de outra, o dinheiro é muito importante para funcionar, mas não adianta ter verba e não ter um plano de trabalho adequado. Nosso maior problema com a ginástica é a dificuldade de encontrar bons centros de treinamento e que levem pessoas a diferentes possibilidades. Hoje, no geral, falta fomentar o esporte de maneira adequada”, finalizou.