Atividade de escalada é reconhecida modalidade Olímpica pelo COI: Musculação da UFMG realiza preparação esportiva de atleta brasileira | EEFFTO - UFMG  


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Atividade de escalada é reconhecida modalidade Olímpica pelo COI: Musculação da UFMG realiza preparação esportiva de atleta brasileira

17/12/2018 | 13:00

Por Thiago Peruch

A prática de escalada tem atraído diversos participantes nos últimos anos. Popular por proporcionar inúmeros benefícios, como a superação dos limites corporais, melhora da flexibilidade, diminuição do stress e a prática de um esporte com alta adrenalina. Foi classificado pela Revista Forbes como a 3ª atividade esportiva mais saudável para se praticar. A Escalada possui várias modalidades (escalada de bloco, esportiva, artificial, indoor, tradicional, bigwall, alpina e em alta montanha), o que cria uma gama de possibilidades para quem quer praticar.

Recentemente, a escalada esportiva foi incluída como uma modalidade olímpica pelo Comitê Olímpico Internacional (COI) e fará sua estréia no ano de 2020, nas Olimpíadas de Tóquio, no Japão. A modalidade olímpica será a junção de três estilos existentes Velocidade, Dificuldade (Lead) e Bloco (Boulder).

A escalada de velocidade é a mais simples, em que há um muro com duas vias (percursos) iguais e vence quem chegar ao topo com mais rapidez. No Lead, as vias de altas dificuldades são instaladas no muro e ganha quem conseguir ir mais longe. Já no boulder, são criados variados percursos curtos de dificuldade. Quem conseguir completar mais boulders (na fase final são quatro percursos) dentro do tempo preestabelecido, ganha a competição. O resultado final será feito com base no resultado dos atletas dentro dos estilos.

O Projeto de Musculação da Escola de Educação Física, Fisioterapia e Terapia Ocupacional (EEFFTO) UFMG recebeu, nesse ano, a atleta de escalada esportiva, Maíra Vilas Boas, para realizar treinamento direcionado para recuperar a forma física depois de uma lesão no joelho. Maíra, que é ex-aluna da EEFFTO, conta como foi seu início na modalidade olímpica.

“Eu conheci a modalidade durante a minha formação aqui no curso de Educação Física. Fiz um trabalho para a disciplina do professor Fernando Vítor e desde então eu nunca mais parei. Faz 10 anos que eu prático a escalada esportiva. Eu gosto de natureza e, consequentemente, eu me interessei em melhorar meu desempenho no esporte”, revelou.

"O treinamento na musculação durou quatro meses e foi muito motivador, por que o professor criou exercícios direcionados para a minha modalidade." 
Foto: Iago Proença/Assessoria EEFFTO

Com esperança para disputar as olimpíadas, Maíra se prepara diariamente em busca do objetivo, mas o Brasil, ainda segundo a atleta, precisa se desenvolver muito no desporto para alcançar o nível internacional. Como a escalada chegou ao país somente no final da década de 1980, o esporte é muito recente, visto que a primeira competição foi realizada em 1985, na Itália.

“A gente ainda tem muito a melhorar, não alcançamos nosso limite. Atualmente, por a Escalada ter entrado como esporte de teste para as olimpíadas de 2020, o Brasil já começou a desenvolver o esporte nessa área de competição, por investimento do governo, do Comitê Olímpico Brasileiro”, afirmou.

Responsável pelo início da atleta na Escalada, o professor Fernando Vítor Lima, do Departamento de Esportes da EEFFTO, expôs como foi a recepção à atleta para o seu recondicionamento físico, que retornou a Unidade após oito anos afastada.

“A Maíra realizou uma preparação conosco no ano de 2010, durante cerca de cinco meses, no início de sua participação em competições de escalada. Após todos estes anos, ela nos procurou novamente, em 2018, para retomarmos os treinamentos, porém agora ela é atleta de nível de seleção brasileira”, disse.

"A frequência ideal estará na dependência dos objetivos, do estado de treinamento e disponibilidade de cada atleta."
Foto: Iago Proença/Assessoria EEFFTO

Maíra ficou feliz em reeditar essa parceria com o professor Fernando. A esportista disse que procurou o instrutor logo depois de se lesionar e que os quatro meses foram motivadores para ela porque o docente criou exercícios direcionados para a modalidade. 

“Eu me lesionei no início desse ano, uma lesão no joelho. A princípio, eu vim procurar o professor Fernando, já que a minha confiança nele é absoluta. Eu consegui minha forma física em espaço curto de tempo e participei do brasileiro, passando para a final, que era minha meta para essa etapa de outubro. Dentro desse período de treinamento direcionado, deu certo e nosso objetivo foi alcançado”, concluiu.

"Existem estudos de biótipos que melhor se adéquam à escalada. Mas, no geral, a escalada tende a todos os perfis, todas as idades, todos os gêneros."
Foto: Yves Vieira/Assessoria EEFFTO

O docente, coordenador do Projeto de Musculação há 20 anos, ainda contou o modo em que foram preparadas as sessões de treinamento para a atleta, com base nos objetivos propostos pela desportista, sendo ajudado pelos estagiários que trabalham com ele.

“A programação dos treinamentos levou em consideração suas demandas físicas e técnicas nas competições, dentro da sua disponibilidade de tempo. Sempre em consonância com seu treinamento específico de escalada. A prioridade foi o desenvolvimento das capacidades de força máxima e resistência de força direcionada para as competições”, ponderou.

A sala da musculação da EEFFTO é um projeto de extensão da Escola, aberto ao público, e que trabalha com diferentes modalidades e pessoas. Segundo o professor Fernando Vitor, possui professores e estagiários para acompanhar o aluno à alcançar seus objetivos, como foi o caso da Maíra Vilas Boas.

"O projeto oferece a prescrição e monitoramento dos programas de treinamento de acordo com os conhecimentos científicos disponíveis e aceitos internacionalmente, além de um acompanhamento diário pela equipe de professores e estagiários em uma postura sempre próxima dos praticantes”, falou.

O projeto de musculação da EEFFTO recebe matrículas todo primeiro dia útil do mês no site da FEPE. As vagas acabam rapidamente, então é recomendado que os candidatos façam o cadastro no site antes do horário da inscrição.