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LAPES promove palestra sobre “O Corpo Feminino no Esporte” para atletas do CTE

12/12/2018 | 16:10

Por Isabela Trindade

O corpo feminino e seu funcionamento gera muitas dúvidas, tanto para meninas quanto para adolescentes e até mulheres adultas. Uma questão que gera ainda mais questionamentos são as mudanças e diferentes demandas do corpo de uma mulher atleta. Pensando nisso, a equipe do Laboratório de Psicologia do Esporte (LAPES) da Escola de Educação Física, Fisioterapia e Terapia Ocupacional (EEFFTO) da UFMG organizou um evento no dia 11 de dezembro, terça-feira, voltado apenas para o público feminino para falar sobre o tema.

A palestra “O Corpo Feminino no Esporte” foi ministrada pela Dra. Bárbara Hermanny, especializada em Ginecologia do Esporte pela Unifesp, e contou com a participação de atletas, treinadoras e assistentes das modalidades atletismo, judô, taekwondo e natação do Centro de Treinamento Esportivo (CTE) da UFMG.

Flaviane Maia, da equipe do LAPES, fez parte da organização do evento que surgiu de uma demanda trazida pelas próprias atletas, interessadas na temática. Posteriormente, a equipe também promoverá uma palestra voltada para o público masculino com um urologista, especialista no corpo do homem.

Da esquerda para a direita, Camila Bicalho e Flaviane Maia, da equipe do LAPES e organizadoras do evento.
Foto: Isabela Trindade/Assessoria EEFFTO

“As meninas estão passando por uma fase de desenvolvimento, em que surgem dúvidas quanto ao funcionamento do corpo, com relação à menstruação, hormônios, sexualidade e, no caso específico delas, em como esses fatores podem influenciar no rendimento esportivo delas. A palestra tem o intuito de promover o autoconhecimento, para que elas saibam se cuidar e para que procurem ajuda caso percebam algo fora do comum”, contou.

A ginecologista do esporte, Dra. Bárbara Hermanny, explicou em sua fala sobre as disfunções que podem ocorrer quando a mulher está envolvida com o mundo do esporte de alto rendimento. Problemas no sistema urinário, ciclo menstrual, na alimentação e densidade mineral óssea são os mais comuns, sendo os três últimos, em conjunto, chamados de “Tríade da Mulher Atleta”.

“A atleta não pode se alimentar da mesma forma que uma mulher que não faz atividade física, porque o gasto energético dela será muito mais alto, então precisamos adequar sua alimentação para suprir o que é necessário. A mulher que não pratica esportes de alto rendimento tem uma reserva de gordura que pode ser usado para manter seu ciclo menstrual normal quando ela se priva da alimentação por algum motivo. Isso, no entanto, não ocorre com a atleta, já que seu percentual de gordura é muito baixo, o que é exigido pelo esporte. Dessa forma, precisamos adequar a alimentação com o gasto energético dela para que o ciclo menstrual e os hormônios não fiquem desregulados”, explicou.

É preciso fazer um acompanhamento regular com os médicos específicos, para que o diagnóstico de qualquer distúrbio seja feito o mais rápido possível, sem deixar consequências às vezes irreversíveis.
Foto: Isabela Trindade/Assessoria EEFFTO

A médica ainda reforçou a importância de se manter visitas regulares aos especialistas necessários, inclusive o ginecologista, que sofre com um grande tabu sobre a profissão.

“O ginecologista é o médico da mulher em todas as fases da vida, desde à infância até a fase da menopausa. Ele cuida da parte sexual, muitas vezes a mais percebida e que gera mais desconforto na hora de se falar sobre, mas também da parte hormonal. Sendo assim, não cuidamos apenas de questões referentes à sexualidade, mas sim da saúde da mulher de forma geral. Precisamos falar de todos os aspectos da vida feminina, pois somente assim conseguiremos ter os cuidados necessários e estar saudáveis em todas as fases da vida”, completou.