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Comitê Paralímpico Brasileiro torna CTE Centro de Referência da entidade

22/02/2019 | 15:30

Por Thiago Peruch

O Centro de Treinamento Esportivo (CTE) da UFMG recebeu na quinta-feira, 14 de fevereiro, a visita de representantes do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB). O objetivo da presença é de selar o projeto entre a Escola de Educação Física, Fisioterapia e Terapia Ocupacional (EEFFTO) e CPB, a fim de tornar o CTE um Centro de Referência, uma extensão do Comitê em Minas Gerais.

Os representantes do CPB, Alberto Martins, diretor técnico, e Ricardo Melo, coordenador geral dos Centros de Referência conheceram do Complexo Desportivo e se reuniram com professor Gustavo Côrtes, diretor da EEFFTO, Professor Sérgio Teixeira, diretor do Centro, Luciano Sales, diretor técnico-científico do CTE, e Andressa Silva, coordenadora do Setor de Esporte Paralímpico, a fim de oficializar o projeto e acertar os últimos detalhes.

O professor Gustavo deu detalhes de qual será o papel do CTE nesse processo de implementação do Centro de Referência Paralímpico.

“O projeto de implantação de modalidades paralímpicas vai trazer a expertise do esporte olímpico que é realizado no CTE. Isso vai trazer, com a parceria do CPB, uma descentralização das ações que o Comitê já tem em São Paulo. Nessa conversa que tivemos, o Centro abre uma possibilidade para ser um local de excelência fora desse estado”, falou.

“Nós recebemos a Comitiva Paralímpica da Inglaterra em 2016, que foi fundamental para um dos melhores desempenhos da história da equipe. O CTE pode fazer muito para o futuro paralímpico do Brasil”.
Foto: Laryssa Campos/ Assessoria EEFFTO

Para o diretor, a EEFFTO será muito beneficiada pelo projeto. Para ele, a formação de alunos será mais diversificada, já que novos âmbitos de pesquisa serão abertos.

 “O principal ganho desse projeto para a Escola é a formação de recursos humanos, visto que cria oportunidades de estágio para alunos e o desenvolvimento de pesquisa na área do esporte paralímpico. Nós temos, na figura da professora Andressa, uma pessoa de destaque internacional, fisioterapeuta que trabalha há 13 anos com o Esporte Paralímpico. Isso incentiva a formação dos nossos alunos e abre um novo campo de conhecimento”, declarou.

A professora Andressa Silva informou que o Governo Federal também participou desse projeto diretamente, direcionando verba para a implementação desse projeto.

"Esse projeto só pôde ser concretizado devido ao apoio do Ministério do Esporte, que ordenou um recurso de R$1,7 milhão de reais para a contratação de recursos humanos, com o propósito de montar as equipes de atletismo, natação e halterofilismo", disse.

Foto: Thiago Peruch/ Assessoria EEFFTO

Confirmando a fala do diretor da EEFFTO, a docente assegurou que transformar o CTE em um Centro de Referência irá estimular os alunos e potencializar a visão deles na área dos deportos paralímpicos.

"O projeto também tem o intuito de fomentar, além de atletas paralímpicos de Minas Gerais, a formação dos alunos de graduação e pós-graduação da Escola e ser uma complementação na área de pesquisa de esporte paralímpico. Então, vai ampliar a visão dos alunos que desejam trabalhar nessa área”, afirmou

Alberto Martins elogiou a estrutura do CTE e garantiu que o CBP ajudará o Centro com os equipamentos que ainda faltam.

“O CTE tem a estrutura para as três modalidades esportivas, o atletismo, a natação e o halterofilismo. Com relação ao halterofilismo, falta ainda equipamentos específicos para paralímpicos e isso nós, do CPB, já estamos encaminhando. Nós vamos buscar suprir os Centros de Referência”, revelou.

"O CTE será um dos nossos Centros de Referências Paralímpicos brasileiros. Por isso, viemos aqui acertar os detalhes dessa parceria para a efetiva implantação mais rapidamente possível".
Foto: Thiago Peruch/ Assessoria EEFFTO

O objetivo de transformar o CTE em um Centro de Referência é possibilitar, além de uma estrutura para atletas, uma possibilidade de aproximar profissionais da área.

“Nossa prioridade é a parceria com universidades, porque muito mais que o atendimento ao atleta na parte técnica, é a parte complementar, como fisiologistas, biomecânicos, pesquisadores, cientistas do esporte, nutricionista, fisioterapia, que a Universidade já possui essa expertise, que pode contribuir com esses atletas”, disse.

Ricardo Melo falou que o Centro de Treinamento da CPB, localizado em São Paulo, não consegue dar a atenção necessária a todos os atletas com potencial no Brasil e a tendência é abrir centros de referências em todo o Brasil.

“A descentralização do desenvolvimento do desporto paralímpico é muito importante, principalmente na questão de iniciação, descobrir novos talentos, por oportunizar a um número maior de crianças e jovens que pratiquem um esporte paralímpico de qualidade”, informou.

"Iremos proporcionar capacitação, habilitação aos profissionais, interação entre os treinadores da seleção brasileira que trabalham em São Paulo com os treinadores do Centro de Referência."
Foto: Thiago Peruch/ Assessoria EEFFTO

A atleta de arremesso de disco Izabela Campos, que participou de duas olímpiadas, 2012 e 2016, na última sendo medalhista de bronze, conta que antes de ter a estrutura física do CTE, precisou pagar academias sem ajuda de custo, mesmo sendo medalhista, os equipamentos não eram adaptados e o suporte prestado não eram de qualidade.

"A parceria do Comitê com o CTE veio para dar uma melhora na qualidade dos nossos treinamentos. Tudo que eu e o Ivan (treinador da Izabela) precisamos, o Complexo Esportivo oferece. Equipamentos, estrutura, acompanhamento nutricional e psicológico, não temos necessidade de sair do nosso local de treinos", contou.

Apesar das dificuldades, Izabela sempre se dedicou ao esporte e achou nele uma atividade de superação
Foto: Thiago Peruch/ Assessoria EEFFTO

Depois de contrair sarampo aos 6 anos, a atleta foi perdendo a visão gradativamente até completar 18. Ela espera que, treinando no CTE, possa melhorar sua performace em olímpiadas na de Tóquio, em 2020. Antes disso ela disputa o Parapan-Americano, que acontecerá em agosto e setembro desse ano no Peru, e o Mundial de Atletismo em novembro, em Dubai. 

O início da parceria entre EEFFTO e CPB já começou. Entre os dias 19 e 21 de fevereiro foi ofertado um curso de capacitação, com presença de profissionais do CPB, que trazem a experiência de anos em esportes paralímpicos. Como é o caso da professora Tati Jacusiel, professora do módulo introdutório do curso oferecido pelo Comitê. Ela conta que a aula é prazerosa de ser ministrada, pois o público é bastante heterogêneo, proporcionando um aprendizado conjunto.

“É excelente quando você tem um público muito diverso, porque ele tem contribuições diferentes a trazer, a aula é sempre uma interação entre o que o professor tem a trazer e entre o que todos eles têm a contribuir. É mais interessante quando é diversificado, as colaborações são diferentes e cada um aprende e enxerga o que você fala de uma maneira”, relatou.

“O meu módulo é o introdutório, para que elas tenham conhecimento do que é o movimento paralímpico”.
Foto: Thiago Peruch/ Assessoria EEFFTO

O Centro de Treinamento Esportivo deve começar a receber os atletas paralímpicos já no mês de março. Atletas de diversos municípios do Estado de Minas Gerais já manifestaram interesse em tornar o CTE o seu novo espaço de prática esportiva.