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Cuidados Paliativos é tema de palestra realizada pelo Departamento de Fisioterapia no FisioAção

29/04/2019 | 10:24

Por Cíntia Militina

Com o tema “Fisioterapia no contexto dos cuidados paliativos” o Departamento de Fisioterapia da Escola de Educação Física, Fisioterapia e Terapia Ocupacional (EEFFTO) promoveu no dia 26 de abril o segundo FisioAção da Clínica II que contou com a participação das palestrantes Érica Regina Sady, fisioterapeuta e especialista em fisioterapia cardiovascular e Tanya Helena Mader, fisioterapeuta e especialista em cuidados paliativos.

Após identificar que os alunos do nono período de Fisioterapia da EEFFTO que fazem estágio em hospitais e que encontravam certa dificuldade em lidar com o medo da perda, os professores Priscila Albuquerque de Araújo, Marcelo Velloso, Fernanda Lanza e Lígia Loiola, decidiram que era pertinente falar sobre os cuidados paliativos logo no início do semestre para beneficiar os alunos e ajuda-los a lidarem com as dificuldades.

A professora Priscila Albuquerque destacou que é muito importante fazer com que os alunos entendam e saibam que todos nós vamos passar por perdas e que esse é um tema difícil, mas precisa ser enfrentado.

“Durante o estágio no hospital, os alunos tem certa dificuldade em lidar diretamente com a morte, com os pacientes que estão em estado grave e também com os familiares. Então falar dos cuidados paliativos, mostrar como funciona todo o processo e o quanto esses cuidados são importantes para a vida dos pacientes, torna todo um trabalho menos sofrido”, ressaltou.

Priscila Albuquerque é professora do Departamento de Fisioterapia da EEFFTO
Foto: Cíntia Militina/Assessoria EEFFTO

Priscila ainda destacou que após esse debate e troca de experiências entre os alunos e as profissionais dos cuidados paliativos haverá uma mudança completamente positiva para os discentes.

“Acredito que a grande transformação é saber que existe gente pensando sobre isso e que não estamos sozinhos nessas questões. Nós temos como procurar ajuda, nós não sabemos as respostas, porém sabemos que existe em algum lugar uma pessoa que vai da o suporte. Temos que despertar a necessidade de discutir esse assunto e saber que tem gente estudando sobre isso. O grande benefício dessa discussão ofertada foi lançar sementes nos profissionais que nós estamos formando”, disse.

Há seis anos na fisioterapia, Érica Regina Sady, especialista em Fisioterapia Cardiovascular acredita que o melhor lugar para se discutir e conhecer sobre os cuidados paliativos é durante o processo de formação de cada profissional.

"É muito importante mudar a forma como o profissional de saúde olha para os cuidados paliativos e para o paciente que pode se beneficiar dos cuidados. Nós sabemos que muitas vezes só a boa vontade não vai mudar o curso prognostico de um paciente ou a sua história. Precisamos ter boa vontade, o desejo de mudar, mas precisa ter técnica, e o melhor lugar para falar sobre isso é dentro da formação seja do médico do fisioterapeuta, ou de qualquer profissional de saúde ou mesmo de outras áreas que lide com as questões humanas. Então é fundamental começarmos a falar da nossa formação, porque só assim vamos conseguir transformar a teoria, o conceito em prática e mudar a vida dos pacientes e das pessoas que vão se beneficiar dos cuidados paliativos", ressaltou. 

"É primordial falarmos de cuidados paliativos durante o processo de formação".
Foto: Cíntia Militina/Assessoria EEFFTO

Cuidados Paliativos ainda é desconhecido por várias pessoas e por esse motivo é primordial que o tema seja discutido e apresentado não só para os profissionais da saúde, mas também para toda a sociedade que precisa conhecer esse tipo de tratamento alternativo.

Especialista em cuidados paliativos, a fisioterapeuta Tanya Helena Mader, de uma maneira muito simples e de  fácil entendimento explicou que o cuidado paliativo é uma alternativa de tratamento e que em muitos casos ele acaba sendo a melhor linha de cuidado para o paciente. 

“O cuidado paliativo é uma linha de cuidado, um tipo de tratamento alternativo. Ele serve para aliviar o sofrimento das pessoas que estão sofrendo de doenças ou condições de saúde graves que comprometem o funcionamento dela enquanto indivíduo na sociedade, funcionamento funcional, espiritual e as relações dela com ela mesma. É uma abordagem em equipe, são vários profissionais que atuam juntos: nutricionista, fisioterapeutas, médicos, enfermeiros, terapeutas ocupacionais, fonoaudiólogos, entre outros, em busca de melhorar a qualidade de vida das pessoas que estão em sofrimento por causa de uma doença grave. O cuidado paliativo pode ser o melhor tratamento quando alguns tratamentos curativos como, por exemplo, uma cirurgia, uma quimioterapia não está trazendo mais benefícios para o individuo", explicou.

"A fisioterapia é reabilitar, trazer de volta a função". 
Foto: Cíntia Militina/Assessoria EEFFTO