Sarandeiros apresenta espetáculo "Além Mar", no dia 10 de novembro, no Teatro Cine Theatro Brasil Vallourec em BH | EEFFTO - UFMG  


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Sarandeiros apresenta espetáculo "Além Mar", no dia 10 de novembro, no Teatro Cine Theatro Brasil Vallourec em BH

08/11/2019 | 08:04

Por Iago Proença

O Sarandeiros, Grupo de danças brasileiras da Universidade Federal de Minas Gerais, apresentará o espetáculo “Além-Mar”, no dia 10 de novembro no Teatro Cine Theatro Brasil Vallourec de Belo Horizonte, Domingo, às 19 Horas. A exibição foi construída especialmente para ser apresentado na turnê que o Grupo fez com grande sucesso para Portugal, em Julho de 2018.

O Sarandeiros, que conta com o apoio cultural da Escola de Educação Física, Fisioterapia e Terapia Ocupacional (EEFFTO) da UFMG foi o único representante brasileiro no XLIV FestiMaiorca realizado entre os dias 13 a 20 de julho de 2018, na cidade de Figueira da Foz e no XXXVIII Festival Internacional de Folclore Rio 2018, de 20 de Julho a 01 de agosto de 2018, em Barcelos e na cidade do Porto. Além Mar foi apresentado na 45º campanha de Popularização em 2019, e recebeu a indicação de 6 prêmios, entre os quais foi premiado em três categorias como melhor trilha sonora, figurino e o melhor bailarino do ano para a premiação do Sindicato dos Produtores de Artes Cênicas de Minas Gerais (SIMPARC/COPASA).

Telma Rodrigues, Gustavo Côrtes e Petrônio Alves durante premiação SIMPARC/COPASA
Foto: Arquivo Pessoal/Gustavo Côrtes

O diretor artístico do Grupo Petrônio Alves, eleito melhor dançarino pelo prêmio SIMPARC, fez questão de compartilhar com os demais integrantes do Sarandeiros a premiação. Para ele, a conquista possuí uma relevância muito mais coletiva do que individual dele, marca uma mudança positiva sobre o olhar sobre a dança popular.

“A premiação como melhor bailarino revela outro olhar sobre a dança, e eu acho que isso para o Grupo de maneira geral é um prêmio para pensar essa outra perspectiva de que a dança popular também pode ser vista com o olhar do belo, de uma construção técnica e apurada. Anteriormente os prêmios iam sempre numa perspectiva da dança clássica e da contemporânea então perceber a dança folclórica ocupando esse lugar revela esse outro olhar sobre o que pode ser belo na dança, sobre essa outra construção e isso de alguma maneira volta o olhar diferenciado sobre o tipo de trabalho que o Sarandeiros faz para a valorização da cultura popular”, afirmou.

Telma Rodrigues figurinista do Sarandeiros acredita que a premiação é uma forma de incentivar o trabalho desempenhado pelo Grupo. Ela defende que a conquista é como uma luz que se joga na Universidade enquanto produtora de conhecimentos e de saberes. Apaixonada por dança desde a infância, ela explicou como o Sarandeiros se tornou a realização de um sonho.

“Foi através do Sarandeiros que a minha condição de saber costurar um pouco foi por acaso se tornando mais profissional porque a necessidade de trabalhar com os figurinos do Sarandeiros fez com que eu fosse aprimorando mais as minhas habilidades e me tornando mais profissional”, comentou.

Direção Geral e Coreógrafo responsável pelo Grupo Sarandeiros, o professor Gustavo Pereira Côrtes comemorou as conquistas na premiação SIMPARC/COPASA. Ele confirmou que as indicações foram recebidas com muita surpresa, principalmente por se tratar de um espetáculo de danças brasileiras (Além Mar).

“Esse tipo de dança não costuma ser premiada ou até mesmo indicada em premiações, porque tem muitos grupos de danças contemporâneas e clássicas que fazem um trabalho, digamos, contemporâneo e o nosso é um trabalho de valorização, de tradução da tradição. Um trabalho que visa, principalmente, trazer o reconhecimento das danças brasileiras em suas mais variadas vertentes. E para o caso específico do Além-Mar, em que o espetáculo foi concebido para ser apresentado em Portugal, a idéia foi levar para os portugueses tradições indígenas e afro-brasileiras que eles, provavelmente, desconhecem. Então, foi essa história do Além-Mar: as terras do Além-Mar retornam a Portugal, levando uma cultura impressionantemente diversa, com características africanas e indígenas que traduzem a beleza e a diversidade da cultura brasileira, especialmente a cultura tradicional”, disse.

Além disso, a premiação possuiu outro caráter especial, pois em 2020 o Sarandeiros comemora 40 anos de história. Com apresentações que marcaram história de muitas gerações. Gustavo Côrtes explica a relação histórica do Grupo com a UFMG.

“A pesquisa, a organização coreográfica e dramatúrgica de todos os espetáculos que o Grupo já promoveu são embasados por uma pesquisa consistente. E essa relação com a Universidade é importante, porque ela traz esse conhecimento, essa metodologia. Nesses 40 anos, foram muitos espetáculos que sempre tiveram essa organização, esse estudo muito sistematizado, com uma pesquisa muito elaborada de cada espetáculo organizado pelo grupo”, explicou.