Atividade física regular reduz em 34% o risco de internação por Covid-19 | EEFFTO - UFMG  


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Atividade física regular reduz em 34% o risco de internação por Covid-19

04/02/2021 | 15:13

Por Fabiano Guieiro

Um estudo realizado através de parceria entre quatro universidades brasileiras detectou que praticar atividade física reduz em 34% o risco de internação por Covid-19. De acordo com a pesquisa, 150 minutos de atividade física por semana reduz as chances de ter alguma complicação por causa da doença. O trabalho foi coordenado pelo pesquisador Marcelo Rodrigues, do Instituto do Coração (InCor) da faculdade de medicina da Universidade de São Paulo (USP), e teve participação de pesquisadores da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRS).

Brasileiros que se recuperaram da Covid-19 foram convidados a responder um questionário on-line. Durante a pesquisa, realizada entre junho e agosto de 2020, foram coletados dados sobre desfechos clínicos (sintomas, medicamentos, hospitalização e tempo de internação) dos casos. Outros fatores foram colocados no questionário, como idade, sexo, etnia, doenças preexistentes, níveis socioeconômicos e educacionais e de atividade física.

De acordo com a pós-doutoranda em Ciências do Esporte da Escola de Educação Física, Fisioterapia e Terapia Ocupacional (EEFFTO) da UFMG, Daisy Motta-Santos, que integrou a equipe que realizou o trabalho, o objetivo era avaliar a relação entre a prática de atividades físicas e a gravidade da doença.

“Fizemos um cálculo amostral para atingir um poder estatístico. Este questionário era dividido em duas partes: uma parte em que o voluntário relata quais eram seus níveis de atividade física respondendo às perguntas e, na segunda parte, o voluntário respondia sobre a doença – se estava internado ou não; se foi necessário o uso de oxigênio suplementar ou não. Então, fizemos várias análises, fazendo correções pelo peso, idade, etc.”, explicou.

Como mostra o estudo publicado no MedRxiv, de 938 pacientes, 91 foram hospitalizados por causa do Covid-19. O trabalho ainda detalhou as informações obtidas, comparando as internações por Covid-19 com variáveis entre os pacientes por idade, gênero e IMC. Nessa análise, os homens apresentaram um índice superior de hospitalização (66,6%). Também foi identificado que os pacientes acima de 65 anos, obesos e com doenças crônicas, tiveram um maior índice de hospitalizações por Covid-19.

“Nós vimos uma redução de prevalência de hospitalização nas pessoas que atingem os níveis recomendados pela Organização Mundial da Saúde (OMS), que na época eram de 150 minutos por semana. Ainda é um estudo observacional, não é um estudo que avaliou causa e efeito”, comentou a pesquisadora.