Treinamento físico remoto é opção para atletas e profissionais do esporte | EEFFTO - UFMG  


Alto Contraste

PT ENG ESP





Treinamento físico remoto é opção para atletas e profissionais do esporte

13/04/2021 | 14:42

Por Crislândia Silva*

O agravamento da pandemia de covid-19 no Brasil, motivou o endurecimento nas regras de isolamento social em várias localidades do país. Entre os diversos setores afetados, está o da prática esportiva. Com o fechamento de academias, estúdios de musculação e locais públicos para prática de atividade física (praças, pistas de caminhada/corrida) muitos adeptos à prática nesses espaços migrou para o treinamento esportivo dentro de casa. 

A prática de atividade física em casa com o acompanhamento do profissional de educação física, pode ser uma grande aliada quando se trata da saúde. Segundo estudo divulgado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), em novembro de 2020, cerca de 40% dos brasileiros adultos são sedentários. ?Esse movimento de alguns praticantes de atividade física e/ou esporte, em busca de um acompanhamento personalizado causou uma mudança positiva em todo o setor. ?

O docente Rodrigo César Ribeiro Diniz, do Departamento de Esportes da Escola de Educação Física, Fisioterapia e Terapia Ocupacional (EEFFTO/UFMG) comenta sobre os impactos da pandemia de Covid-19 sentidos pelo setor da educação física, que também precisou se adaptar ao novo normal. 

“De maneira geral, houve abertura para novas possibilidades. Uma vez que o salário do profissional de educação física se tornou mais atrativo. Devido ao fato de se tornar possível alcançar mais pessoas em diferentes localidades. Dessa forma, tanto o profissional, quanto o aluno são beneficiados. Afinal, o aluno pode pagar um pouco menos e o professor receber um pouco mais, considerando o aumento do volume de trabalho. Também houveram mudanças positivas quando falamos sobre localidade de atuação. Isso porque o profissional pode trabalhar em casa, em espaços públicos. Diferentemente do habitual ambiente de academia. O que traz flexibilidade para rotina”, ponderou. 

"Entretanto, devemos nos atentar também para a possível diminuição da realização da atividade física por parte dos alunos que não possuíam esse hábito".
Foto: Iago Proença/Assessoria EEFFTO

Esse pensamento que a prática online é para um público específico também é reforçada por profissionais que atuam diretamente com a modalidade remota. O personal Fernando Estevão, atua profissionalmente há 15 anos, para ele o atendimento online trouxe novas oportunidades para a expansão dos negócios.

“Sim, sem dúvidas,  a crise traz mais oportunidades e na prática de atividades físicas não seria diferente. Ganha-se sobretudo na questão de disponibilidade de tempo. Afinal, questões como férias, distância geográfica e falta de tempo na rotina diária não são mais desculpa para o sedentarismo. Podemos atender localidades como a Bahia por exemplo e mais pessoas pela possibilidade de atendimento em turmas. Ao passo que também torna-se possível melhorar a qualidade dos serviços oferecidos, como as consultorias realizadas a cada aluno. Só é preciso ressaltar, que o atendimento online não é para todos. Tem gente que ainda prefere o atendimento presencial. O que torna o público maior. Mas enquanto a possibilidade que temos é o atendimento online, a maior vantagem é a flexibilidade para encaixar a atividade física na rotina”, disse.

Fernando Estevão é ex-aluno do curso de Educação Física da EEFFTO/UFMG se formou na turma 2002/1.
Foto: Arquivo pessoal

A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda que adultos façam atividade física moderada de 150 a 300 minutos ou de 75 a 150 minutos de atividade física intensa, quando não houver contraindicação. Com a rotina da população em geral cada vez mais extensa, os treinos online acabam sendo muito atrativos. O professor da EEFFTO, Rodrigo Diniz comentou ainda sobre as diferenças entre o público da atividade física tradicional em academias e do formato remoto.  

“Um ponto a ser destacado nesta questão, é o fato de a atividade física tradicional em academias e a atividade física adaptada à modalidade remota, possuem formatos diferentes. De maneira que cada um se adequa a um público também diferente. Considerando que a atividade física é recomendada para todos, o mais importante é que ela esteja sendo praticada de alguma forma. Contudo, o personal  trainer atua para oferecer atividade física direcionada aos hábitos e necessidades de cada indivíduo para que a prática se torne mais efetiva. Diante disso, uma possibilidade que pode ser utilizada é a de se fragmentar o tempo investido na realização de atividade física durante períodos do dia. Um exemplo de como isso é realizado, é o caso dos atletas. Sobretudo com objetivo de melhora de desempenho e condicionamento físico”, disse.

A necessidade de adaptação aos novos costumes e/ou ao novo normal, influenciado pela pandemia, fez com que muitas pessoas mudassem sua rotina tanto em relação às atividades laborais, como para a prática de atividade física. Fernando Estevão apontou os desafios e as vantagens que o formato remoto trouxe para os profissionais. 

“A pandemia trouxe obviamente a necessidade de adaptação para atender pessoas de maneira remota. É claro que de início existe a dificuldade de saber como executar o trabalho direcionado às necessidades de cada um. Além de, às vezes, não ter à disposição ferramentas e métodos para que o trabalho seja o mais assertivo e efetivo possível. Logo, o maior desafio é justamente a falta de experiência mediante a novidade. Entretanto, as possibilidades de aprender também são maiores porque podemos ver como outros profissionais estão fazendo e há cursos disponíveis para isso”, comentou.

*Sob supervisão de Iago Proença