Atletas da UFMG conquistam medalha de prata no Campeonato Mundial de Ginástica Aeróbica | EEFFTO - UFMG  


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Atletas da UFMG conquistam medalha de prata no Campeonato Mundial de Ginástica Aeróbica

27/06/2022 | 09:41

Por Melissa Souza*

Os ginastas Tamires Silva e Lucas Barbosa conquistaram o segundo lugar no Campeonato Mundial de Ginástica Aeróbica na prova de dupla mista, realizado entre os dias 13 e 19 de junho, em Guimarães, Portugal. Os atletas agora se preparam para os World Games, que ocorrerá em julho, nos Estados Unidos, no qual a dupla irá representar o continente americano.

A medalha de prata tem um significado especial tanto para os atletas, quanto para a comissão técnica da UFMG, o pódio é o resultado de um treinamento intenso. Para eles, é muito importante alcançar o segundo lugar em um campeonato mundial, principalmente pelo trabalho e empenho de ambos, assim como de toda a equipe multidisciplinar do projeto de Ginástica Aeróbica (GAE) da Escola de Educação Física, Fisioterapia e Terapia Ocupacional (EEFFTO) da UFMG.

O atleta Lucas Barbosa comenta o quão grandioso é uma dupla brasileira da ginástica subir em um pódio para ganhar uma medalha mundial, visto que a última vez que um marco como este aconteceu, foi em 1995. A conquista histórica da dupla é a realização de um sonho para eles, assim como todo atleta de alto rendimento busca seu melhor resultado, mas é muito mais do que isso para eles.

“A gente vem trabalhando há um tempo pra chegar nesse momento. Eu lembro que em 2018, em Guimarães (Portugal) mesmo, estávamos muito confiantes que íamos passar para a final, mas não passamos e ficamos muito tristes e decepcionados, então a gente já tinha uma pendência de querer muito, de buscar essa medalha. Saímos daqui com a convicção de que iríamos trazer uma medalha pra casa, então apenas confiamos no trabalho dos nossos treinadores, acreditamos no nosso trabalho, acreditamos em Deus e fomos pela fé”, conta o ginasta.

“Eu acho que a ginástica aeróbica, devargazinho, está conquistando seu espaço e imagino que no futuro esteja mais ainda,” complementa Lucas Barbosa.
Foto: Melissa Souza/Assessoria EEFFTO

A medalha recém conquistada impacta diretamente a forma como a ginástica aeróbica é reverberada. É importante para os atletas da modalidade verem a visibilidade que o esporte, ainda pouco incentivado, tem ganhado. Além disso, essa notoriedade contribui para os próprios atletas que, atualmente, recebem um salário e, com isso, continuam a receber incentivos e investimento.

Quando questionados sobre suas perspectivas em relação ao futuro da ginástica aeróbica, eles dizem estar esperançosos e percebem que todo o empenho deles está abrindo portas para o reconhecimento da modalidade. Com essas conquistas, o esporte tende a aparecer mais na mídia e, conquentemente, ele ganha maior visibilidade. Para a dupla, as expectativas são positivas.

“A ginástica aeróbica está numa crescente, porque é uma modalidade que chama muita atenção aos olhos, pois é muito bonito de se ver, é muito emocionante, mexe com as pessoas. Então, eu acho que quem vê, se apaixona. Agora ela está aparecendo mais e eu acredito que daqui a alguns anos ela já vai estar bem famosa”, conta Tamires Silva.

O caminho para se tornar uma modalidade olímpica

Apesar da modalidade ser reconhecida pela riqueza em seus elementos e não precisar de muito investimento para ser desenvolvida no início, as organizações ainda não dão o devido incentivo. Isso faz com que os atletas e suas equipes trabalhem principalmente pela força e pelo amor e que a maioria da equipe multidisciplinar faça esse trabalho gratuitamente. Para a Professora Kátia Lemos, treinadora da dupla e docente da EEFFTO, estar dentro de uma universidade pública faz toda a diferença, mas o reconhecimento pelas instituições é essencial.

“O poder público, as iniciativas privadas, as escolinhas de esporte e os clubes privados tem que abrir os olhos para a ginástica aeróbica, porque a gente tá muito perto de ser uma modalidade olímpica. E quem for esperar a modalidade ser olímpica para começar o trabalho, vai ficar para trás”, afirma a treinadora.

Kátia Lemos é a coordenadora do Projeto de Ginástica Aeróbica da UFMG
Foto: Melissa Souza/Assessoria EEFFTO.

Ainda existem algumas barreiras a serem ultrapassadas, mas acredita-se que a ginástica aeróbica esteja próxima de se tornar uma modalidade olímpica, pois ela segue os critérios estabelecidos, como a formação de duplas e trios mistos. A professora comenta, ainda, sobre seus anseios e sobre o trabalho realizado pelo projeto.

“Eu quero que a modalidade se torne olímpica. Mas a gente tá fazendo história, a gente apresentou um trabalho científico no Congresso Científico da Federação Internacional da Ginástica (FIG) em que o Pedro Augusto Amorim, também treinador da dupla, apresentou e eu sou a orientadora dele. A gente tá fazendo ciência, tá fazendo esporte com ciência e ciência com esporte, então temos tudo para ser um diferencial. Já estamos sendo”, conclui.

Trajetória dos atletas na UFMG

Os ginastas Lucas Barbosa e Tamires Silva foram criados no projeto de Ginástica Aeróbica da UFMG, onde estão desde muito novos. Tamires iniciou na ginástica ainda criança, com 7 anos, e permaneceu desde então.

“Em todas as fases da minha vida eu sempre estive dentro desse projeto, que é incrível e que abre portas. O projeto mudou a minha vida e foi assim que eu conheci o que eu realmente queria pra mim. Tudo o que eu consegui foi aqui dentro”, conta Tamires.

Por outro lado, Lucas começou um pouco mais velho na ginástica artística, com 13 anos, e só ingressou na ginástica aeróbica aos 16. Para ele, a modalidade sempre o encantou.

“Eu fazia ginástica artística primeiro, mas eu lembro que quando havia um horário de lanche no meu treinamento, eu sempre ia para a porta do ginásio ficar sentado assistindo, porque eu ficava encantado com as coisas que os atletas antigos faziam, me chamava muita atenção. Aí um dia eu pedi a professora Kátia para fazer um teste na escolinha, ela deixou e eu comecei a treinar na escolinha até que ela me fez um convite para entrar na equipe e estou aqui até hoje.” relembra Lucas.

*Sob supervisão de Iago Proença