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Condição física dos atletas será adversário extra nesta temporada

01/04/2020

Professor da UFMG explica que é preciso também cuidar do lado psicológico dos esportistas

 

A condição física dos atletas de várias modalidades esportivas será um adversário extra que todos terão que lidar nesta temporada. No futebol, Atlético, Cruzeiro e América, por exemplo, estão com todas suas atividades paralisadas desde a semana passada por causa do risco de contaminação pelo coronavírus. Os times tinham pouco mais de dois meses de treinamento e muitos atletas ainda estavam chegando em sua condição física ideal quando as competições nacionais foram interrompidas sem data para voltar. O mesmo acontece em outras modalidades.

A situação, apesar de necessária, é totalmente atípica e pegou de surpresa esportistas e integrantes de comissões técnicas, que não estão medindo esforços para tentar minimizar os prejuízos. Os atletas receberam uma cartilha com orientações individuais para seguir durante o período longe dos treinamentos, mas a queda na condição física será considerável para um profissional de alto rendimento, acostumado a uma carga diária pesada de exercícios específicos. Além disso, o lado psicológico deverá ser muito bem trabalhado neste período de confinamento.

Professor do Departamento de Educação Física da UFMG e doutor em fisiologia do exercício, Luciano Sales Prado explica as perdas que os atletas terão neste período e diz que algumas modalidades os prejuízos serão ainda maiores. “Os prejuízos para os atletas, sendo que muitos ainda estavam em início de temporada, serão enormes. Algumas modalidades são ainda mais afetadas, como é o caso da natação. Já outras, como o ciclismo e a corrida, por exemplo, é possível de alguma forma treinar em casa em simuladores, ergométricas ou rolos. Os corredores podem ir para a esteira, mas para outras modalidades isso é impossível”, pondera o professor.

No entanto, como todas as competições estão interrompidas, a perda será igual para todos os atletas de uma maneira geral, bem diferente de casos isolados, como uma contusão, por exemplo. “Todos são igualmente prejudicados. Ninguém estará em desvantagem em relação aos adversários. Mas é uma perda para o próprio desenvolvimento do atleta e das equipes. Só que é uma situação necessária”, explica o Luciano Sales. “Os treinos em casa podem minimizar as perdas que ocorrerão com o isolamento. Lógico que não tem a menor comparação com o treinamento real, mas é possível ser feito, inclusive, exercícios de prevenção das lesões”, completa Luciano.         

Ainda segundo o professor, é muito importante também cuidar do lado psicológico, porque a falta do exercício para quem está acostumado a uma carga diária pode afetar a saúde mental dos atletas. “As pessoas não podem enfrentar este isolamento como algo nocivo, mas como algo necessário neste momento. É importante trabalhar este lado psicológico. Quem estava acostumado a fazer esportes todos os dias sente muito essa interrupção”, alerta Luciano.

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