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Stepping: professor da UFMG cria 'corrida' em casa, ideal em tempos de coronavírus; veja os vídeos

13/04/2020

A pandemia de coronavírus avança, e a atividade em locais abertos é cada vez mais um risco de se contrair a Covid-19, assim, os amantes das atividades físicas, principalmente caminhada, corrida e ciclismo, têm os esportes atingidos diretamente. Para essas pessoas, surge uma possibilidade: o stepping, ténica desenvolvida por Leszek Antoni Szmuchrowski, professor titular do Esporte da Escola de Educação Física, Fisioterapia e Terapia Educacional da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e coordenador de atletismo do CTE.

“Pesquisei isso como um produto à parte. Mas também saúde. E resolvi ajudar as pessoas. Quero doar isso para todo mundo se beneficiar neste momento em que estamos tão castigados pelo fato de ficar fechados em nossas casas, apartamentos”, revela o professor.

Leszek revela que desenvolveu a técnica por ter passado a sofrer com problemas no joelho por causa da corrida. Tinha um menisco rompido parcialmente, além de outros problemas articulares. As lesões pararam de incomodar, e ele se sente realizado com a prática diária de cerca de cinco, seis minutos do stepping.

“Essa atividade, que denominei stepping, explora mecanismos físicos muito favoráveis para a saúde. Ser humano não é formado, construído para correr. A força que você enfrenta na corrida, num movimento horizontal, e tem de exercitar contra ela, é a da gravidade, que tem sentido vertical. Por isso tanta gente machuca jelho, quadril, até coluna. No stepping, o deslocamento é vertical, você está a favor da força da gravidade”, explica Leszek.

Ele destaca, ainda, a questão fisiológica da atividade: “a circulação do sangue é facilitada. O sistema cardio tem uma bomba, mas o sistema linfático, fundamental na nossa defesa, não tem essa bomba. Se desloca pela gravidade e pela contração muscular. Quando o músculo se contraí, facilita a circulação. Importante na imunologia. É ainda um mecanismo importante para o sistema neural. A vibração mecânica tocando pé e calcanhar no chão é transmitida até o crânio. Esse tipo de trabalho é bastante pesquisado na Alemanha. Plataformas vibratórias, moda nas academias, tiveram início nessas pesquisas de vibração para o corpo humano”, afirma o professor.

Perda calórica

Segundo Leszek, num ritmo de 180 passadas por minuto, durante cinco minutos, a pessoa chega a 900 metros percorridos, mas ele ressalta que o principal nessa atividade, embora ela aconteça, principalmente dependendo da intensidade, que é aumentada com se levantando mais o joelho, não é a perda calórica.

“Perder calorias é importante quando queremos emagrecer, mas saúde não é só isso. Precisamos nos deslocar, impulsos, freadas. O esqueleto é uma árvore, que sustenta esses órgãos. Neste exercício, tudo se mexe, tudo se ajusta. Quando você come muito, acumula muitas calorias e precisa gastar. Mas o importante é se mexer para ter saúde. Ter vibrações mecânicas. Sistema neural. E não é necessária muita coisa. Cinco, seis minutos, já é muito benéfico”, explica o professor da UFMG.

Sobre a técnica do exercício, ele recorre a algo que todo mundo compreende e que para ele serve como comparação com o stepping: “A dança é uma coisa muito antiga. Repetição das passadas, muitas vezes em pares, em grupos. A dança provoca benefícios impressionantes. E os princípios são os mesmos. Você tem ritmo e movimentos que parecem corrida. Dança precisa de mais coordenação. O Stepping é mais simples, não exige tanta, embora seja até possível fazer uma certa coreografia”.

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