EEFFTO - UFMG  


Alto Contraste

PT ENG ESP





Qual é a solução para a violência entre as torcidas organizadas?

22/03/2022

RÁDIO SUPER NOTÍCIA / BH - SUPER N 2° EDIÇÃO. Qui, 17 de Março de 2022
UFMG - REFERÊNCIA

+++ Transcrição +++ [MUSIC] O assunto mais importante desta quinta-feira. Qual é a solução para a violência entre as torcidas organizadas aqui, defender medidas mais duras contra as diretorias ou mesmo o banimento de Galoucura e Márcia Azul dos estádios, como recomendou o Ministério Público. O repórter Pedro Nascimento foi atrás de quem estuda diretamente respostas para essa pergunta e a matéria especial que a
gente acompanha agora. O policiamento em torno do Mineirão e a segurança reforçada na Região Metropolitana no último dia seis em função do clássico no Campeonato Mineiro, não impediram novos episódios da sangrenta rivalidade mantida por membros da Máfia Azul e da Galoucura, as maiores organizadas de Cruzeiro e Atlético, respectivamente. Além de escancarar o aumento da violência desses confrontos, a morte do cruzeirense Rodrigo Marlon Caetano, de vinte cinco anos, na briga generalizada que ocorreu naquele dia em BH, revela o descontrole das diretorias das torcidas sobre os membros das ramificações espalhadas pelo Estado. Essa é a opinião de autoridades em segurança pública e especialistas ouvidos por nossa reportagem. Segundo a Polícia Militar, a briga que resultou na morte de Rodrigo foi marcada previamente pela internet, envolveu membros do vigésimo terceiro comando de Sabará da Máfia Azul e da Galoucura, Zona Leste. Para o capitão da PM, Tomás Ilário Ferreira, chefe da primeira companhia do Batalhão de Choque, responsável direto pela segurança da cidade. Em dias de clássico, a culpa passa pela falta de poder das diretorias das torcidas sobre os membros. O que acontece é o e é um pleito, inclusive já no antigo do Batalhão de Choque e que a propina pelo que a gente opera, ela tem pouco controle das inúmeras ramificações que ela tem de buscar, por exemplo, aqui em Belo Horizonte, as porteiras, né? Para a torcida do Atlético, quando cozinhar o militar quanto por todas as regiões da cidade. Então o pai o dá matado lá, trabalhar com tail e final de semana e encontrar alguém com grupo da Galoucura aqui da da da região do Povo e da região Oeste e acontece em qualquer o confronto, a Diretoria Central da da Loucura que e com quem a gente reúne, né? Ele não tem controle, ele perde o controle e sobretudo de cartões. No domingo em
que estão Máfia Azul e Galoucura cumpriram punição de banimento do estádio imposta pelo Ministério Público de Minas Gerais por brigas anteriores, mas isso não evitou confusões em outros locais. Para a psicóloga Flávia Soares, autora de estudo de mestrado sobre as duas torcidas, isso é uma evidência dos conflitos internos que existem dentro das duas organizações. E na década de oitenta, você tipo uma única diretoria já a partir da década de noventa e um com um min, o banco tem um guia grupamento que tem nem muito muito distintas, né? Então no interior da própria, porque o comunicado, então o tempo para limpar, então, o quê que a gente tem um poder que tem nenhuma que tem obras muito cinco entre os bares do grupamento, construir um termo de um único grupo. O então, o que que a gente vai ter com quem? Ele é questão de cada uma? Eu tô com tudo de bom, que tem um estão em conflito muito, enviou dela mesmo. No Ministério Público de Minas Gerais, o entendimento é que falta a punição adequada para as lideranças das torcidas que não cumprem com papel de controlar os membros. Na avaliação do procurador-geral do Estado, Jarbas Soares Júnior, tudo se encaminha para um processo de extinção das torcidas que, segundo ele, se tornaram organizações criminosas. Acontece que as pessoas vão se aglomerando, vão se organizando e grupo, os grupos começam a caminhar para a prática de crimes transbordam do que a rivalidade do futebol, das sucessivas cada um para ser senhor, levando isso para dentro do estádio, mas também fora do estádio. então nós vamos correr por esse fenômeno por muito tempo. Mas temos que tentar eliminar todas essas tentativas, especialmente que essas organizações de traçar melhor as ações criminosas, comparecer na próxima matéria. Fomos atrás da opinião de quem já presidiu Galoucura e Máfia Azul. Para saber a origem dessa rixa e como eles pensam em resolver essas diferenças. E nessa segunda parte do nosso especial
sobre torcidas organizadas, a gente vai saber como disse o Pedro Nascimento, de quem já esteve do outro lado, como andando, essas duas principais torcidas organizadas de Cruzeiro e Atlético, que foram proibidas pelo Ministério Público numa recomendação de não estarem dentro do estádio. Em comum, os torcedores acreditam que existe um estigma de violência sobre o assunto, que não representa a maioria dos membros das organizadas com o pai na segunda parte da reportagem. Quem já viveu dia a dia das principais torcidas organizadas de Atlético e Cruzeiro acredita que a visão sobre os grupos é equivocada e que tudo o que já foi feito para combater a violência na realidade tem ajudado a máscara aula. O César Augusto Dias, conhecido como César Gordin, tem vinte cinco anos dedicados. A Galoucura foi presidente de dois mil e onze a dois mil e dezesseis e atualmente é secretário municipal de Esportes em Santa Luzia, na Região Metropolitana de 46 Belo Horizonte. Em conversa com a nossa reportagem, ele explicou que muita gente acredita que o poder do presidente da torcida é absoluto, mas na prática acaba que não é bem assim. A torcida dividida por diretoria, cada região, então diretor também, que é o comandante da região, então o presidente, o presidente, o José Mayer não consegue segurar o quê que o Supremo decida região, tá querendo fazer o que pode para aconselhar, tentar segurar ali conversar. Você quer o veto, mas o cara quiser fazer o segurado. Do lado azul da discussão, o entendimento é igual. Gian Marco Bobbio, que é conhecido como o francês, participou da criação da Máfia Azul e presidiu a torcida de dois mil e dois a dois mil e seis. Ele afirma que essas brigas partem de uma minoria que se esconde entre as organizadas para promover confusões. Dito que o problema que ela não acontecer através de três grupos, ela aconteceria de uma outra forma de uma lógica maluca e dar poder me dar os toques pelo macho, eles muito grande, o que acham que a violência e a solução para isso, porém, não é a totalidade para as torcidas organizadas que cometem. Eu não, eu quero que a gente vê que é uma minoria e dentro das próprias torcidas organizadas, uma minoria que o sujeito e cometer os crimes. Mas como explicar a origem de tanta selvageria, afinal de contas, a briga entre as duas partes se resume a rivalidade entre os dois times na UFMG. O grupo de estudos sobre o futebol e torcidas da Escola de Educação Física, Fisioterapia e Terapia Ocupacional está trabalhando em um perfil atualizado das duas organizadas. O estudo é coordenado pelo professor Silvio Ricardo da Silva. Tem diversas obras dedicadas ao tema. Para ele, essas cenas lamentáveis de brigas entre torcedores, só apenas um reflexo do que é a sociedade brasileira. Hypermarcas, civilizado de base e noventa e nove por cento das torcedor que não supra quilos, mas nem por cento de vai que vai de menos, ele vai realmente complica na clássica é que temos aqui na torcida e não tem a gente não ter que aumentar de dar uns que vem, como é que vai ter de que ele publica prejudicada. Ator internado, Helena coisa na na unidade de atendimento e poder não para realmente a tua família para a filha Maria, muito agora em cima disso. César Gordinho e francês concordam que a violência que é generalizada no Brasil tem se espalhado para dentro das torcidas e nem eles sabem explicar como essa rixa começou muito menos onde vai parar, mas segundo ambos, a solução passa pelo diálogo com as autoridades, a responsabilização individual dos baderneiros e o exemplo das diretorias. Eu fico triste e muito, você vê aí que está falando o quanto a torcida Band marginal, pessoas que para que cidadãos de bem tem bandido, a gente logo no PT, a gente tem que gosta e gosta torcida no estado, tanto internos quanto a isso, o quê e mal para a gente está ouvindo essas coisas. Eu acho que tem, então os dois estão divisor de água ali, né? Tem que ter pessoas que do que leva a pulada de oitenta, o movimento, o filho tem muita gente, acho que a maioria é um presente para que a Gloria, eu tenho certeza que a maioria e a torcida para o outro lado da torcida para do bem e deu a maioria mais da minha da minoria que leva a fama, né? Atualmente a
Galoucura é presidida por Josimar Júnior, que chegou a ser preso após briga generalizada no jogo entre Brasil e Paraguai, no Mineirão, em fevereiro deste ano. A presidência da minha caso tem sido exercida para o Bruno Wallace Reis, que não quis dar entrevista, indicou como fonte. O advogado da organizada Sávio Mares Defensor afirmou que a Máfia Azul não compactua com a violência. Repórter Pedro Nascimento. Guilherme, uma coisa que me deixa assim como tudo, né? Eu acho que tem esse padrão desde que a gente começou que a ordem do dia, de vários assuntos que a gente traz e que se tornam urgentes periodicamente e que eles só começam a ser discutido, só começam a ser olhados com mais carinho com o, né? Com mais atenção pelas autoridades, por quem é preciso fazer alguma coisa sobre eles, quando acontece alguma coisa grave, como foi o caso da morte do torcedor cruzeirense lá no bairro Boa Vista. E só que esse não é um problema esse essa não é uma questão que acontece, que tem essa sazonalidade assim, né? A gente tem e não é como se as torcidas organizadas que essas pessoas nesses espessas, esses criminosos mesmo chama-se essas pessoas que entram, que se que usam a camisa do time, usam a desculpa o pretexto do time, né? Para sim, para exalar essa violência para para se juntar nessa nessa onda de de violência dessa essa cultura da da virilidade tóxica ali, né? De de homens que se juntou nesse nesse contexto, isso é uma coisa é que é sazonal, assim, o que é sazonal são as ocorrências são a é uma uma uma, morte, uma briga que leva a muitas muita gente ferida, mas os ataques, né, são constantes, a gente vê essas briguinhas de estádio como frequência absurda, saber que às vezes elas viraram uma coisa tão corriqueira que elas não viram notícia, mas assim, é uma coisa assim, ah, discutiram a no estádio e estão uns uma ofendendo outro um de cada lado do campo e como essa aí, né? Essa cultura da da ofensa da da agressividade dentro do futebol, ela começa aí dessa base que a gente muitas vezes ignora e aí, mas só que a gente só vai olhar para a gravidade dessa situação, quando alguém morre, quando chega esse máximo que alguém morrer e aí fica a pergunta o que é que falta, né? Assim, mas por que não fez, não foi para não foi a primeira morte, outras
pessoas já morreram decorrência de de brigas de torcidas organizadas. O quê que falta para os clubes assumirem também a responsabilidade sobre isso, né? Assumirem que precisam parar de incentivar mesmo, porque não é como se eles se a torcida acontecer de forma independente, os clubes ajudam. Essas torcidas dos clubes, até essas pessoas estão nas torcidas, muitas vezes as que não estão lá para brigar, né? Então, ah, por que ter algum tipo de vantagem em ser membro de uma torcida organizada diante, né? Perante ao 47 perante ao clube. Então assim, qual que é o passo agora que eles precisam dar? Eu acho que primeiro a reconhecer, né? Primeiro é fazer um mea culpa, fazer uma reflexão, uma, uma e sentar, fala não, nós vamos ter que resolver esse problema, porque é um problema também no Sul, o que a gente tem visto de agora que os clubes simplesmente lavam as mãos e penso não, isso é polícia, isso é futebol, isso é um problema de segurança pública, não é um problema do ex e o Tribuna Esporte também. Eu conto com você, Dani, em vários dos aspectos do que você citou e a respeito de como o tratamento a essa questão é dado e diante do tamanho e da proporção e da relevância que o esporte tem, especialmente o futebol na cultura brasileira e e na formação de muita gente, como cidadão, nas relações pessoais que você constrói, muita gente constrói algumas dessas baseadas em um amigo que o levou para o campo ao pai que transfere para o filho o gosto pelo futebol. E isso é absolutamente parte da cultura brasileira. E a gente é instado a todo tempo. Ah, tá a ser pertencente à ela. O que me incomoda um pouco nessa discussão, Dani, é que em alguns momentos a gente busca caminhos que eles efetivamente são para dizer o mínimo atrasados em relação a discussão, ou eles criam estigmas que não fazem sentido do ponto de vista, nem sequer estatístico. Eu vou pegar primeiro esse ponto. E na fala do procurador-geral de Justiça, Jarbas Soares Júnior, o que diz, então tem que fazer a extinção das torcidas organizadas, porque ela se convertem organizações criminosas e eu não sei se o procurador-geral de Justiça, um frequentador de estádio regularmente ou se já frequentou torcida organizada, mas você deu uma olhada para o estado de futebol com a quantidade de faixas que estão lá, não é a maioria deles que estava no noticiário, recorrentemente com atos, seja de criminalidade, de brigas, de mortes ou quaisquer coisas assim, muito pelo contrário, há pessoas que apenas se organizam como grupos de torcedores organizados que se juntam para um ônibus para sair da cidade onde estão para virem até Belo Horizonte e fazer isso pagando todos os impostos para um lugar, um ônibus fazem os cadastro, todos os seus torcedores e se organizando coletivamente para tornar as coisas mais acessíveis para o entretenimento daquelas pessoas. É muito fácil os para o Ministério Público, para a polícia, para qualquer um de nós simplesmente bateu o carimbo no rosto de torcedores organizados de que os a mesma camisa dezembro, todos eles podem um momento para o outro se transformar em organizações criminosos. Essa solução é muito fácil e ela evidentemente não resolve o problema que ele já teve outras punições para algumas torcidas. O que não quer dizer que essas torcidas que já se envolveram em casos recorrentes de crimes de mortes, de assassinatos, importa de a casa de shows, como aconteceu aqui no Antigo Marista Hall, aqui em Belo Horizonte. Nesse caso do bairro Boa Vista e tantos outros, isso não quer dizer que essas torcidas não devam ser extintas em função da recorrência, da presença de pessoas que não estão aptas a convivência social para que elas não estão aptas a um jogo de futebol, elas não estão as datas a coisas maiores do que isso, os. Então eu acho que essa simplificação ela por vezes, ela só contribui para a gente fingir que o problema pode ser resolvido no Agreste. A torcida que tá tudo resolvido, não não está resolvido, porque a história de que as brigas aconteciam sempre dentro dos estádios, hoje em dia já não é mais verdadeira, porque hoje você tem torcidas únicos ou quando não tem tem apenas um percentual pequeno, então essa situação estar razoavelmente controlada, mas fora dos Estados continuam ocorrendo casos trágicos, como está o bairro Boa Vista, não me incomoda bastante esse tipo de situação e aí deu passe para o segundo ponto, que é a evidente falta de atuação para fazer coisas exatamente que os próprios integrantes de torcidas dizem se um torcedor como citado na reportagem do Pedro e de uma torcida organizada de uma cidade X Y Z, usa aquela camisa criada por aquelas pessoas daquele grupo, aquela torcida x ou y e causar algum tipo de dano, a vida de alguém e o patrimônio de alguém, essa torcida precisa ser punida, não é só aquela da cidade, não há também que a torcida matriz, digamos assim, porque para o clube de futebol, hoje em dia, isso também passou a acontecer. Os clubes precisarão ser solidários em casos de racismo e sexismo de violência dentro do estádio. E hoje, por exemplo, todo mundo sabe que tem que identificar o infrator ali do Estado para que não ser punido, porque de esportivamente, eles passaram a responder por isso os então, qual é o papel das instituições e do poder público e dos clubes com entidades privadas de fazer exatamente isso? O que é ser torcedor, organizar aqui é usar o escudo do time para alguma maneira e vai ter cadastro, vai ter cadastro de todo o mundo e vai ser responsabilizado a, mas o presidente da torcida não tem culpa do cara do interior do Estado, vai ter que ter porque vai ter que passar a responder com cadastro, com a identificação, com algum grau de responsabilização, porque senão isso apenas se perpetua, a gente vai continuar repetindo. E essa roda de tensões e de conflitos no interior das torcidas com foram citados pela especialista pela psicóloga ouvida pelo Pedro, que é exatamente um dos serviços desse problema. Então, eu acho que essa simplificação para cada vez mais evidente e as respostas são evidentemente inadequadas até o momento e acho que para resolver esse problema, a gente estar trabalhando hoje em ilhas isoladas, Ministério Público, tomar atitude e que a polícia tomou uma outra atitude, ele a Justiça diz que vai ter uma identificação biométrica num outro momento, mas e em conjunto para enfrentar esse problema, acho que a gente caminha muito distante da solução, porque ela vai além de tudo isso para outros pontos de desigualdade. As pessoas que só tem o esporte como via de entretenimento, ouvia de extravasar qualquer coisa relativa à suas vidas, 48 porque ele era um esporte mais acessível para você estar pagando dez, quinze reais, o ingresso já não é. Então eu acho que a gente ainda está muito muito, muito, muito distante das respostas e por enquanto a minha impressão é que a gente procura sempre a via mais fácil, que é a via que o brasileiro adoro. As instituições brasileiras adoram estigmatizar todas as coisas como se elas fossem absolutamente iguais e provocadoras dos mesmos dados. E não é o caso disso, no caso de torcidas organizadas, onde torcedores que se organizam para assistir um jogo de futebol. De fato, concordo com você nesse ponto. O Guilherme é uma é um é uma discussão que ela tem muito mais camadas, né? Do que a gente do que esse simples, o que tá sendo usado capazes de acessar. Então é uma discussão que vai render muito e precisa render, precisa render rápido, né? Que precisas de ter uma solução o mais rápido possível, porque é urgente que a gente não tenha mais vidas perdidas por conta de uma falta de diálogo. Inclusive, a gente vai render mais daqui a pouquinho no nosso estúdio a B. Trazer também uma especialista em violência no esporte. Professora Luiza Balde já estuda informais há quase trinta anos para também nos ajudar a compreender esse fenômeno de violência que volta e meia aí batendo à nossa porta e daqui a pouco agora são sete horas e trinta e três minutos, 

Multimídia: http://midia.smi.srv.br/audio/2022/03/17/RDIOSUPERNOTCIABH-19.13.52-19.33.06-1647563100.mp3