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Superação de campeã

24/06/2022

Na semana passada (15/06/2022), nasceu na Maternidade do Risoleta Victor Hugo, filho da atleta paralímpica Cristiane Alves – medalhista de ouro em Halterofilismo no Meeting Paralímpico Loterias Caixa, competição idealizada pelo Comitê Paralímpico Brasileiro.

Confira a entrevista concedida à Comunicação do Hospital.

Conte-nos sobre a sua relação com o paratletismo.

Eu trabalhava como operadora de caixa em um supermercado na região da Pampulha, em Belo Horizonte. Um dia meu atual treinador, que sempre me via lá, perguntou se eu não teria interesse em conhecer o Centro de Treinamento Esportivo da UFMG. Pensei a respeito e, em um dia de folga do trabalho, fui conhecer o CTE. Era outubro de 2019.

Comecei a treinar Halterofilismo e nunca mais parei.

Em janeiro de 2020, fui para Brasília e ganhei a medalha de ouro ao levantar 70 kg em uma competição nacional.

Essa medalha de ouro foi defendendo o estado de Minas Gerais?

Foi. Fiquei em 1º lugar em Halterofilismo no Meeting Paralímpico Loterias Caixa.

Não praticava esportes antes desse convite do meu treinador e o halterofilismo mudou minha vida. No início trabalhava no supermercado em esquema de plantão 12h X 36h. Até eu conseguir duas bolsas de paratletismo, uma do governo de Minas Gerais e outra do Governo Federal, então passei a me dedicar exclusivamente ao esporte.

Graças a Deus recebo bolsa, mas precisamos de mais incentivo. Para ser um atleta paralímpico bolsista você precisa ficar entre os três melhores do Brasil.

O que você aprendeu com o halterofilismo?

Antes de praticar esse esporte eu não me aceitava muito por ter nanismo. Hoje em dia eu sou feliz, me sinto capaz e disputo de igual para igual com os demais competidores. Fiquei mais forte, melhorou minha autoestima demais.

E a maternidade, como tem sido?

Até agora estou sentindo um turbilhão de emoções, o parto foi recente. Mas estamos bem. Existe a possibilidade do meu filho Victor Hugo ter nanismo também. No início, quando soube que estava grávida, não encarei tão bem, mas fui conversando com algumas pessoas e compreendi que a minha deficiência me ensinou muito e poderei passar o que aprendi para ele.

Não vou parar minha carreira, pretendo conciliar a maternidade e o esporte e, se precisar, levarei Victor Hugo comigo para onde for.

E como foi o atendimento e o parto no Hospital Risoleta Neves?

Fiz o pré-natal na Unidade Básica de Saúde (UBS) do meu bairro e o Risoleta é o Hospital de referência. Nas últimas consultas o médico percebeu que meu bebê poderia ter nanismo e classificou como gravidez de risco. Estava com 38 semanas e cinco dias quando foi feita a indução do parto. O atendimento no Risoleta foi tranquilo, correu tudo bem graças a Deus.

Você sabe como funciona o Halterofilismo?

Nessa modalidade competem homens e mulheres que possuam deficiência nos membros inferiores (amputados e lesionados medulares) e paralisados cerebrais. Os atletas executam um movimento chamado supino, deitados em um banco. Cada competidor tem três tentativas. O maior peso levantado é considerado como resultado final.

Durante a disputa, três árbitros avaliam as tentativas de levantamento de peso. A bandeira branca significa que o movimento foi válido; a vermelha, inválido. O atleta precisa ter pelo menos duas bandeiras brancas para que os quilos alçados sejam considerados.

- O atleta deve suportar o peso com os braços estendidos (posição inicial) até o comando do árbitro.

- Depois, descer a barra até encostá-lo no corpo com uma parada evidente.

- Por fim, elevar a barra até a posição inicial.


Cristiane conquistou a medalha de ouro no Meeting Loterias Caixas, em 2020, ao levantar 70 kg