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Dupla formada em projeto da UFMG faz história no Mundial de ginástica aeróbica

15/07/2022

Rebeca e Lucas são atletas da seleção brasileira de ginástica
Rebeca e Lucas são atletas da seleção brasileira de ginástica — Foto: Flávio Tavares/O TEMPO

A UFMG é uma das instituições mais respeitadas no mundo em relação ao ensino, mas uma dupla leva o nome da Universidade pelos quatro cantos do mundo em outro aspecto.

Lucas Barbosa (28) e Rebeca Silva (23) são atletas de ginástica aeróbica da seleção brasileira e deram os primeiros saltos na modalidade no projeto social da Escola de Educação Física, Fisioterapia e Terapia Ocupacional (EEFFTO) da UFMG. Em junho, a dupla foi vice-campeã no Mundial de Ginástica Aeróbica, disputado em Guimarães, em Portugal, e, no dia 12 de julho, campeã do World Games, nos Estados Unidos.

“Para nós, essa medalha teve uma importância imensa. A gente nem se lembra a última vez que uma dupla brasileira pegou um pódio em mundial, então, foi um feito bem histórico para nós e para a ginástica brasileira. Ficamos muito felizes em ter representado nosso país e levantado a nossa bandeira como a segunda melhor do mundo. Foi a consagração de todo o nosso trabalho em todos esses anos”, comemorou Rebeca.

A ginástica aeróbica esportiva (GAE) é uma modalidade não-olímpica relativamente nova, criada nos anos 80, nos Estados Unidos, chegando no Brasil ainda na mesma década. Esporte intenso e visualmente cativante, a GAE apresenta movimentos contínuos que demonstram força, flexibilidade e domínio de conteúdo aeróbico ao som de música, com rotinas que contam uma história por meio dos movimentos do corpo. O nível de dificuldade é alto e a execução dos movimentos deve sempre almejar a perfeição.

O projeto de Ginástica Aeróbica Esportiva da UFMG

A trajetória dos ginastas Lucas e Rebeca começou há mais de uma década, mas a história do projeto da UFMG surgiu ainda antes. Há 30 anos, a professora Kátia Lúcia Lemos, da EEFFTO, dirige centenas de ginastas em um projeto sem fins lucrativos, voltado unicamente para o desenvolvimento de atletas - e pessoas - de alto rendimento. Rebeca chegou na equipe de Lemos há 15 anos e Lucas há 13.

“A história do projeto é uma história que se mistura com a minha aqui dentro da UFMG. Quando eu fiz o concurso para ser professora aqui, eu trabalhava em uma escola pública e tinha um projeto lá. Quando vim para cá, eu pensei ‘vou deixar esses meninos onde?'. Como a extensão é um dos pilares da universidade, eu abri esse projeto aqui. Vai fazer 27 anos em agosto deste ano”, contou Lemos.

O projeto já nasceu social, mas mesmo com o caráter de trazer a comunidade para dentro da prática esportiva, os objetivos sempre foram ambiciosos. A estrutura, inclusive, é de ponta, assim como a equipe de apoio que conta com psicólogos, nutricionistas e fisioterapeutas. É o único centro de treinamento do Brasil que tem o piso oficial de competições, tendo até já sediado alguns torneios internacionais no passado. Segundo a Federação Mineira de Ginástica, esta é, inclusive, a única maneira de ingressar na GAE em Minas Gerais. No ano passado, existia um projeto semelhante na Universidade de Lavras, mas foi paralisado em 2022.

“Sempre foi social, mas sempre foi um projeto objetivando uma equipe de ginástica aeróbica. Nunca foi uma proposta somente para lazer, é para atletas de alto rendimento e cunho competitivo”, explicou a professora.

No mundial, a medalha de ouro não veio por muito pouco. Apenas um décimo (0,1) separou a dupla campeã, da Hungria, dos brasileiros. Mas a cor da medalha não diminuiu a importância do feito, tanto para a equipe, quanto para a ginástica brasileira.

“Voltar com essa medalha é algo extraordinário. A gente fica muito grato, porque é saber que nosso trabalho está no caminho certo e foi reconhecido”, comentou Lucas, que também já foi medalhista no Mundial na categoria individual.

No World Games, considerada uma das maiores competições de esportes não-olímpicos do mundo, as seis melhores duplas do mundial voltaram ao tablado, e a história foi reescrita. Dessa vez, quem subiu no lugar mais alto do pódio foi a dupla brasileira, com os húngaros ficando com a prata.

Essa foi a despedida da rotina apresentada nos últimos três anos, que utiliza a música Spirit, de Beyoncé, com partes mixadas do filme Rei Leão. Agora, os próximos passos serão definidos pela comissão, e todo o processo se reiniciará para o próximo ciclo de competições.

Veja mais: https://www.otempo.com.br/superfc/especializados/dupla-formada-em-projeto-da-ufmg-faz-historia-no-mundial-de-ginastica-aerobica-1.2699612