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Dos treinos online à medalha no Mundial, dupla da ginástica da UFMG faz história

15/07/2022

Lucas e Rebeca, em 2020, treinavam por videoconferência; "nunca deixamos de sonhar grande"

Dupla vice-campeã mundial treinava remotamente no período da pandemia
Dupla vice-campeã mundial treinava remotamente no período da pandemia — Foto: Flávio Tavares/O TEMPO
Formados no projeto de ginástica aeróbica da Escola de Educação Física, Fisioterapia e Terapia Ocupacional (EEFFTO) da UFMG, os ginastas Lucas Barbosa (28) e Rebeca Silva (23) seguem alcançando feitos impressionantes no esporte. No último mês, foram medalhistas de prata no Mundial, disputado em Guimarães, em Portugal. No último dia 12, foram campeões no World Games, considerada uma das maiores competições para os esportes não-olímpicos do mundo.

Subir no pódio dos campeonatos mais importantes no cenário mundial já é, por si só, um feito extraordinário. Chegar lá após o período impactante da pandemia tem um sabor ainda mais especial para a equipe. Durante todo o ano de 2020, a dupla treinou remotamente, por meio de videoconferência, em decorrência da pandemia da Covid-19.

“O período de pandemia foi muito pesado. A gente treinava só por vídeo e tivemos muita dificuldade quando voltamos. A nossa modalidade demanda muita sincronia, mas a gente só ganha isso no dia a dia. Abríamos o Zoom, cada um em sua casa, e treinávamos normalmente, como se estivéssemos no ginásio. Foi muito desafiador”, contou Rebeca.

Essa mudança, porém, não freou os planos nem da dupla nem da comissão técnica, que não deixou de pegar pesado. “Mesmo em casa a gente nunca perdeu o foco. A gente não deixou de sonhar, a gente não deixou de sonhar grande. Treinamos pesado mesmo em casa e nunca deixamos de ter esse foco”, relatou a ginasta.

Segundo a dupla, Kátia e Pedro, os técnicos da equipe, montavam treinos como se a distância não fosse um fator, fazendo de tudo para que a intensidade fosse a mesma sempre. A estratégia deu resultado, e os parceiros coroaram todo o esforço com o pódio. “Foi muito gostoso ter essa medalha no nosso peito”, celebrou Rebeca.

Para a presidente da Federação Mineira de Ginástica, Katya Mourthé, o feito foi importante não só para a o time, mas também para o futuro da ginástica mineira no cenário nacional e mundial.

“Este resultado tem uma imensa importância, tanto para a modalidade como para a representatividade  da Federação no cenário nacional e internacional. Esta medalha tem um grande impacto na procura da ginástica aeróbica pelas crianças e com isto, no crescimento e evolução. Também, para que outras entidades possam iniciar a prática da ginástica aeróbica, em escolas, clubes e escolinha de esportes”, comentou a líder da entidade.

Repetição, repetição, repetição

Em um dia corriqueiro de treino, a dupla começa com um aquecimento, um alongamento e, logo depois, passam a rotina de apresentação mentalmente. Somente escutam a música, fecham os olhos e imaginam. Logo na sequência, passam juntos usando somente as mãos e, logo depois, começam com pequenos segmentos, de poucos segundos, repetindo cada uma dessas partes dezenas de vezes.

Pedro Augusto, o outro treinador da dupla, explica que a repetição é a única forma de alcançar os movimentos perfeitos. “A federação internacional preza muito pela execução dos movimentos. Hoje em dia, no código de pontuação, é o que mais faz diferença, então, temos sempre que pensar em como chegar nessa perfeição para que os árbitros não tirem pontos. Nós só não fomos campeões por um décimo, e o que fará a diferença no futuro é qualquer detalhe que a gente possa treinar e automatizar”, contou Pedro.

Mesmo sendo um projeto social, sem fins lucrativos, o trabalho é referência no Brasil - e, hoje, no mundo.

“O treinamento é de ponta. Nós temos as melhores instalações do país para a prática, e eu tenho a melhor equipe multidisciplinar. É um trabalho de muitas mãos, e foi um planejamento minuciosamente pensado. Eu e o Pêt estabelecemos as metas que queríamos alcançar, testamos a rotina, o novo código, etc. Temos fisioterapeutas, psicólogos e nutricionistas”, comentou Kátia.

E o trabalho não para. Poucos dias após retornarem de Portugal, os medalhistas estavam de volta no tablado, de olho no próximo objetivo. “Aqui no ginásio temos um ditado: ‘Nunca vamos negar o talento do Lucas e da Rebeca, mas quando o talento não trabalha duro, o trabalho duro vence o talento”, concluiu Lemos.

Veja mais https://www.otempo.com.br/superfc/especializados/dos-treinos-online-a-medalha-no-mundial-dupla-da-ginastica-da-ufmg-faz-historia-1.2699617