Coordenador: Prof. Guilherme Menezes Lage
O Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) consiste em um dos mais prevalentes e mais estudados transtornos neuropsiquiátricos observados na infância e na adolescência. Estima-se que cerca de 5% das crianças em todo o mundo apresentem o diagnóstico de TDAH. O TDAH é caracterizado pela desatenção, hiperatividade e impulsividade e por uma apresentação clínica bastante heterogênea.
O TDAH tem sido associado a uma maior dificuldade em concluir os estudos, maior índice de repetência, maior frequência de expulsões e troca de escolas, além de um rendimento escolar abaixo do esperado quando comparado às crianças e adolescentes de mesma idade não acometidas pelo transtorno. Adolescentes com TDAH tendem a iniciar precocemente a vida sexual, a ter maior número de parceiros ao longo da vida, a se protegerem menos em suas relações, assim como apresentam maior risco para gravidez não planejada. Esses prejuízos comportamentais estão associados a déficits neuropsicológicos envolvendo diferentes domínios tais como os relacionados à memória, atenção, planejamento e o controle inibitório.
Além dos prejuízos observados no domínio psicossocial e cognitivo, estima-se que a prevalência de déficits motores em crianças com TDAH seja superior a 50%. São observados déficits em diferentes aspectos do controle motor, tais como menor destreza manual, menor capacidade de parametrização de força, maior variabilidade na medida de tempo de reação, menor precisão espacial e temporal e atraso no desenvolvimento das habilidades fundamentais (ex., correr, chutar, saltar), quando comparados
às crianças típicas.
O tratamento típico recebido pelas crianças com TDAH é o tratamento medicamentoso com psicoestimulantes. Entretanto, tratamentos não-medicamentosos têm sido utilizados como coadjuvantes no tratamento dos sintomas de desatenção e hiperatividade. Os efeitos agudos e crônicos do exercício físico têm sido associados à redução dos comportamentos negativos e à melhora de funções cognitivas, dentre elas, a atenção. Além das alterações no domínio social e cognitivo, a prática de
exercícios físicos que demanda a execução e aprendizagem de novos padrões de movimento apresenta impacto positivo no desenvolvimento motor dessas crianças.
Dessa forma, justifica-se o projeto de Intervenção Motora para Crianças com Transtornos de Atenção e Hiperatividade (IMPACTAH), no qual se busca por meio da prática de habilidades motoras e melhoria da aptidão física, contribuir para o tratamento e o desenvolvimento dessas crianças. Para que essa intervenção seja efetiva é necessária a avaliação cognitiva, psicossocial e motora dessas crianças, e em um segundo momento a aplicação da intervenção motora pautada na análise das características da criança. Enquanto a análise cognitiva, psicossocial e motora ocorrerá ao longo do ano. A intervenção motora
será aplicada no período de férias do início do ano e do meio do ano, período em que a maioria dessas crianças não está sendo medicada.
O presente projeto será conduzido em parceria com o Núcleo de Investigações sobre a Impulsividade e Atenção (NITIDA). O NITIDA é um núcleo vinculado ao Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Medicina Molecular (INCT-MM) da UFMG que tem como objetivo o ensino, a pesquisa e a extensão contribuindo para avanços na área de Neurociências da atenção e controle de impulsos. Os responsáveis pelas crianças já diagnosticadas pelo NITIDA serão contatados e a partir da explicação do projeto IMPACTAH, seus filhos serão convidados a participar do projeto no mês de janeiro e julho de 2014. As crianças avaliadas a partir de fevereiro serão convidadas para a participação em julho de 2013. As avaliações cognitivas e psicossociais são realizadas por uma equipe multidisciplinar do NITIDA (pediatras, psiquiatras, neuropsicólogos) e as avaliações motoras serão realizadas pela equipe do IMPACTAH.
Objetivo geral
Promover atividade motoras para crianças com TDAH.
Objetivos específicos
Metodologia