“E aí? Qual a diferença?”: Colônia de Férias aborda diversidade cultural

26/01/2016 | 16:00

Até o fim desta semana, acontece na Escola de Educação Física, Fisioterapia e Terapia Ocupacional (EEFFTO) a 12ª edição da Colônia de Férias realizada pelo Programa de Educação Tutorial (PET) em Educação Física e Lazer.

O evento é gratuito e atende toda a comunidade acadêmica da UFMG - servidores, professores, alunos, funcionários terceirizados e seus filhos ou pais. Através de um convênio com a APABB (Associação dos Pais, Amigos e Pessoas com Deficiência), a Colônia também recebe pessoas com deficiência associadas à instituição

São 255 pessoas inscritas na Colônia, entre seis e 70 anos, distribuídas por idade em seis turmas. A edição atual tem como tema a diversidade cultural, cujo título é: “E aí? Qual a diferença?”. “Dentro desse tema, cada turma tem o seu subtema, em que desenvolvem uma série de atividades lúdicas - passeios, brincadeiras, oficinas”, explica Luciano Pereira, tutor do PET.

No dia 25, primeiro dia de atividades, as turmas de 12 a 15 anos praticaram esportes adaptados, inspirados na temática. No handball, os participantes jogaram com a mão dominante amarrada e usaram a oposta. O jogo de basquete também foi adaptado: os colonos jogaram sobre cadeira de rodas. “As atividades estão convergindo para o uso da empatia, a fim de que essas crianças se coloquem no lugar das pessoas que têm deficiência”, afirma Vitor Pessoa, um dos coordenadores do evento.

Xaiene (11), Renata (10), Julia (10) e Luísa (11) estão empolgadas com as atividades da Colônia de Férias e acreditam na importância do tema. “É um tema interessante, porque tem muitas pessoas que falam sobre racismo e preconceito, e a gente estudar isso é legal”, afirma Luísa, que participa de Colônia pela terceira vez. As meninas contaram que fizeram origami e um teste de sentidos. Vendadas, experimentavam sabores e cheiros e deveriam descobrir a origem deles. Maria Lucia, de 9 anos, também se diverte com as atividades “Eu estou achando muito legal, porque eu já fiz vários colegas aqui. Estou me divertindo muito e pretendo me divertir muito mais ainda”.

Vitor acredita na importância do lazer como um direito social e na responsabilidade da Universidade de fomentar ações interdisciplinares no campo. Ele reforça que a Colônia não tem o objetivo de escolarizar, se trata de um espaço de diversão. “A gente trabalha numa perspectiva de educação pelo e para o lazer. Então, a partir da diversão, das brincadeiras, a gente trabalha uma infinidade de aspectos culturais com as crianças, e um dos nosso principais objetivos é ampliar esse universo cultural”, diz o coordenador, que completa: “Através da diversão, a gente busca trabalhar questões que são fundamentais pra construir cidadãos que realmente se importem uns com os outros”. Ao longo das 12 edições, Vitor observa muitas das crianças crescendo e recebe feedback positivo: “A gente já tem esse retorno de ver que a nossa intervenção realmente está sendo importante para a vida dessas crianças”.

Adultos também participam

A turma de adultos vem aumentando nas últimas edições da Colônia. Vitor afirma que ela começou com menos de 20 pessoas e hoje já atende 36. Os adultos também frequentam a Colônia em busca de lazer. “O princípio é o mesmo. Eles também vivenciam atividades de lazer, porque as brincadeiras não são essencialmente conteúdo do público infantil - todo mundo brinca, todo mundo se diverte, eles também participam normalmente das atividades”, explica Luciano

A Colônia

Com apoio da EEFFTO, do Centro Esportivo Universitário (CEU) e da reitoria, o evento acontece desde 2007, atualmente com edições em julho e janeiro. As inscrições para a edição atual já estão finalizadas.

As atividades da Colônia são realizadas, principalmente, nas instalações da EEFFTO. Ocorrem, também, no CEU e em outros espaços da UFMG, como na Estação Ecológica, de 8h às 17h (exceto para a turma adulta, que participa apenas no período da manhã). Algumas atividades também acontecem fora da Universidade, na região da Pampulha.