Equipe paralímpica britânica treina no CTE para os Jogos Rio 2016 | EEFFTO - UFMG  


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Equipe paralímpica britânica treina no CTE para os Jogos Rio 2016

01/09/2016 | 16:37

Depois de garantir a segunda melhor campanha da Olímpiada, em agosto, a Grã-Bretanha espera repetir o bom desempenho, nos Jogos Paralímpicos Rio 2016. Atletas britânicos da modalidades triatlon e atletismo estão em período de aclimatação no Centro de Treinamento Esportivo (CTE), da UFMG, e já se preparam para a estreia na competição.

A gerente de pré-jogos da delegação britânica paralímpica, Liz Mendl, comentou o bom desempenho da equipe olímpica, apontando para a boa preparação da equipe. “Nós trabalhamos de perto com o time olímpico e estamos muito felizes e impressionados com o sucesso deles. O nosso sentimento é de que tudo é possível, e eles [atletas paralímpicos] sabem que estão bem preparados para conseguirem o seu melhor”, afirmou Liz.

Para Liz Mendl, delegação britânica pode se considerar muito sortuda em poder se instalar no CTE

 

Longe da atenção em massa dos britânicos, a delegação encontrou tranquilidade na capital mineira e uma grande estrutura para a fase final da preparação. “Quando chegamos aqui, encontramos essas estruturas maravilhosas. Tivemos muita sorte em relação a tudo o que os atletas estão usando, com um padrão a nível mundial. Essa foi a razão mais importante para termos escolhido onde os atletas iriam se preparar”, destacou Liz.

Se a disponibilidade do CTE está sendo importante para a preparação britânica, a passagem desses atletas também vai deixar marcas, como afirma o professor da Escola de Educação Física, Fisioterapia  e Terapia Ocupacional (EEFFTO), da UFMG, e coordenador de Relações Internacionais do CTE, Luciano Prado.

“O esporte paralímpico, de uma forma geral, tem um papel importantíssimo para sensibilizar a sociedade de que pessoas com algum tipo de limitação, de necessidades especiais, podem desempenhar funções espetaculares na vida cotidiana, ainda mais no esporte. Ele consegue mostrar para todos o que o ser humano é capaz de fazer”, disse Luciano.

Luciano Prado chamou a atenção para a possibilidade do desenvolvimento do esporte paralímpico dentro da UFMG

 

Na manhã desta quinta-feira, 1° de setembro, quem esteve em treino aberto no CTE foi a equipe britânica do atletismo, que compete a partir do dia 8 de setembro na Rio 2016, um dia após a cerimônia de abertura da competição.

 

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“Você não precisa ser o melhor do mundo, mas pode fazer o esporte ser parte da sua vida”

Em sua primeira Paralimpíada, a corredora britânica Laura Sugar demonstrou entusiasmo e uma grande expectativa. “Estou muito animada por poder participar de um ambiente com vários esportes e esportistas profissionais. É uma grande honra ter entrado para o time GB. O Rio vai ser emocionante”, afirmou.

Laura Sugar demonstrou confiança em ver a Paralímpiada incentivando mais pessoas a se tornarem atletas, como aconteceu com ela há quatro anos

 

Segundo Laura, o desejo de se tornar uma atleta nasceu depois de assistir aos Jogos Paralímpicos de Londres, em 2012. “Nunca tinha pensado que seria uma atleta paralímpica, mas assistindo a Paralimpíada de Londres pela TV, pensei  que pudesse ser uma, e essa é a razão para eu estar aqui hoje”, relembrou a corredora.

Se o legado social dos Jogos de Londres repercutiu em sua escolha, Laura também espera que a competição em terras brasileiras incentive pessoas a buscarem alternativas no esporte, ou até mesmo o esporte como alternativa.

“Com a  cobertura da mídia, talvez tenham muitas crianças no Brasil assistindo e que vão dizer ‘eu posso fazer isso também’. Acho que é a melhor coisa. Ao mostrar uma grande variedade de deficiências, isso pode inspirar jovens a tentarem praticar algum esporte. Você não precisa ser o melhor do mundo, mas pode fazer o esporte ser parte da sua vida”, destacou Laura.

De acordo com a Missão Diplomática Britânica no Brasil, uma pesquisa feita pela British Paralympic Association (BPA) mostrou que em menos de um ano após o fim dos Jogos Paralímpicos de Londres, houve aumento de pessoas com deficiência praticando esportes. Os grandes crescimentos foram em modalidades como equitação (33%), goalball (31%), ciclismo (25%), bocha (23%), natação (20%) e voleibol paralímpico sentado (20%). 

 

 

 

 

 

 

 

 

A corredora Kare Adenagan (à esquerda) e o atleta do lançamento de disco Dan Greaves (à direita)

Kare Adenagan 

Com apenas 15 anos, Kare Adenagan é a atleta mais nova da delegação britânica. Estreando em Jogos Olímpicos, a jovem diz tentar ponderar a pressão e aproveitar a grande oportunidade.

“Estou tentando não colocar muita pressão em mim mesma, tentando curtir. Eu quero dar o melhor de mim, e seria incrível subir no pódio. Sei que o time de corrida na cadeira de rodas é de alto nível, então se eu conseguir fazer o melhor que eu puder, já estarei muito feliz”, destacou a atleta.

Assim como Laura, Kare também se tornou atleta depois dos Jogos de Londres. A corredora afirmou que se entusiasmou ainda mais para competir sabendo que a Paralimpíada seria no Brasil. Segundo ela, é a realização de um sonho, por se tratar de “país maravilhoso”.

A atleta ainda enalteceu a estrutura do CTE. “É uma base de treinamento maravilhosa. A pista é bem moderna e é especialmente o que nós, corredores na cadeira de rodas, precisamos. A academia é muito boa, tem todos os equipamentos necessários, e quero muito utilizar a piscina também. Tem uma energia muito boa por aqui, e é tudo que precisamos agora na reta final dos treinamentos”, completou Kare.

“Para encerrar com estilo” – e se manter no pódio

Se Laura e Kare têm diante de si a primeira participação em paralimpíadas, o atleta britânico do lançamento de disco, Dan Greaves, sabe bem o que é defender as cores azul, branco e vermelho na maior competição esportiva no planeta.

“Mal posso esperar, porque tenho várias expectativas sobre o Rio. Tendo amigos no time olímpico e vendo como tudo correu bem, é maravilhoso. Estar aqui em Belo Horizonte, estar entre o povo brasileiro, é muito bom. Um lugar muito bonito e um ótimo centro de treinamento”, pontuou Dan.

Os Jogos Paralímpicos do Rio marcam sua última participação na competição, tendo iniciado sua carreira olímpica em 2000, nos Jogos de Sydney. Em terras australianas e estreando em paralimpíadas, Dan conquistou a prata. Quatro anos depois, em Atenas, subiu ao ponto mais alto do pódio, com o ouro. Nos Jogos de Pequim, em 2008, faturou o bronze e voltou a figurar uma colocação de destaque competindo em casa, nos Jogos de Londres, quando conquistou a prata.

“Fui pra Sydney em 2000, na minha primeira participação no time paralímpico. Desde então me tornei um atleta profissional e já venho fazendo isso há 16 anos. Esta será a minha última paralimpíada, então eu quero terminá-la em estilo”, destacou.