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UFMG participa de simpósio internacional sobre futebol

18/09/2013 | 13:13

Começa hoje, 18 de setembro de 2013, o 1º Simpósio internacional futebol, linguagem, artes, cultura e lazer, que segue até sexta, dia 20 de setembro, no Memorial Minas Gerais Vale (Praça da Liberdade), com ampla programação. A abertura acontece às 9h30 com contação de histórias sobre futebol e mitologia e exposição do cartunista Duke.

A primeira mesa tem vez às 10h, com a participação de dois nomes internacionais: Richard Giulianotti, da Loughborough University (Inglaterra), e Pablo Alabarces, da Universidade de Buenos Aires. As palestras em línguas estrangeiras terão tradução simultânea.

Giulianotti ministra a palestra Globalization and football: a sociological analysis of the critical themes and issues (Globalização e futebol: uma análise sociológica das questões e temas críticos), e Alabarces fala a partir do mote Fútbol y patria, diez años después: el nacionalismo deportivo como mercancía (“Fútbol y pátria”, dez anos depois: o nacionalismo esportivo como mercadoria).

Futebol, sociologia e globalização

Em sua palestra, Giulianotti faz análise sociológica dos principais tópicos de pesquisa e problemas que surgiram na interface entre o futebol e os processos de globalização. O autor de Sociologia do futebol: dimensões históricas e socioculturais do esporte das multidões (Nova Alexandria, 2004) oferecerá definição sociológica de processos de globalização, e examinará o futebol em relação a alguns dos principais aspectos históricos, político-econômicos e socioculturais relacionados a esses processos.

“Exploro particularmente a ‘hipercomodificação’ do futebol de elite e o impacto da ‘glocalização’ nas culturas e identidades do futebol nacional”, diz. Em sua fala, o professor propõe relacionar áreas e direcionamentos para pesquisas futuras que se aprofundem nas questão da globalização e comodificação do futebol.

Futebol e nacionalismo

Pablo Alabarces, por sua vez, faz releitura dos argumentos que trabalhou em seu livro Fútbol y patria, de 2002 (sem tradução no Brasil), obra em que investigou as maneiras como se construíram e se modificaram as relações entre o futebol e as narrativas nacionais na Argentina no decorrer do século 20.

O professor conta que uma das principais dificuldades que enfrentou à época da produção do livro foi a de construir uma generalização teórica: a constatação de que o esporte e os nacionalismos dialogavam entre si não possibilitara muitas outras afirmações universais. Ao contrário, as análises de caso assinalavam grandes diferenças locais: ora o futebol se apresentava como um “centro patriótico”, ora aludia a uma reconciliação com os regionalismos. “Passada uma década, quero rever essas reflexões em interseção com as novas investigações que surgiram desde então em todo o continente”, explica.

O pensador conta que tais novas investigações sugerem que o nacionalismo esportivo é antes de tudo um gênero dos meios de comunicação. “Trata-se de uma retórica estável, jogos metafóricos reiterados até a sociedade, um repertório de lugares-comuns, entre os que a ‘paixão’ é o princípio organizador”, afirma.

Alabarces diz que a forma com que esse nacionalismo esportivo foi formado – “uma barulhenta mercadoria dos meios de comunicação de massa” – é o eixo de sua (re)discussão, que recupera velhos argumentos para problematizá-los. “Pretendo revisitar as afirmações teóricas – ou sua impossibilidade: afinal, é possível propor uma teoria geral das relações entre esporte e nacionalismo na América Latina ou devemos limitar-nos às análises de caso?”, questiona. A pergunta é o mote de sua palestra.

Programação variada

A programação segue após o almoço com as palestras Brasil – país do futebol, de Martin Curi, da UFF, e O espetáculo das palavras – um olhar antropológico sobre o que é dito pelos torcedores nos estádios, de Arlei Damo, da UFRGS, a partir das 14h.

Às 16h30 terá início a última mesa no dia, com as palestras Cantera e categorias de base: considerações sobre a formação de jogadores e o pertencimento clubístico, de Luiz Carlos Rigo, da UFPel, e Futebol e Modernismo, de Marcelino Rodrigues da Silva, da UFMG (clique aqui e confira entrevista que o Portal UFMG fez com o professor).


O 1º Simpósio internacional futebol, linguagem, artes, cultura e lazer é uma realização do Núcleo de Estudos sobre Futebol, Linguagem e Artes (Fulia), da Faculdade de Letras (Fale), e do Grupo de Estudos sobre Futebol e Torcidas (Gefut) da Escola de Educação Física, Fisioterapia e Terapia Ocupacional. A programação pode ser acessada no site do simpósio. Informações podem ser obtidas também pelo email isimposiodefutebol@gmail.com.

Redação: Cedecom