Projeto da EEFFTO visa desenvolvimento motor de crianças com TDAH

26/02/2014 | 16:58

 

O projeto de Intervenção Motora para Crianças com Transtornos de Atenção e Hiperatividade (IMPACTAH) teve inicio em janeiro desse ano e tem como objetivo principal promover, por meio da prática de jogos, brincadeiras, danças e lutas, o desenvolvimento de habilidades motoras e a melhoria da aptidão física de crianças com Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH). “Habilidades como chutar, arremessar e saltar formam a base do repertório motor e aqui as crianças aprimoram isto através de aulas com diferentes professores, em diferentes ambientes, com diferentes materiais e conteúdos.”, relata o professor do Departamento de Educação Física, Guilherme Menezes Lage. A equipe, que conta com alunos e professores formados, avalia o nível de desenvolvimento motor da criança, planeja as atividades semanais e após cada aula reavalia e cataloga as atividades. Além disso, são feitas avaliações cognitivas e psicossociais.

Nadir de Matos Carvalho é mãe de Nicolas, 6 anos, que teve sua hiperatividade diagnosticada pela pedagoga da escola em que estudava. A mãe foi orientada a procurar um psicólogo para seu filho e posteriormente o garoto foi indicado para participar do projeto IMPACTAH. Nadir notou melhoras. “Ele tem dificuldades em lidar com outras crianças, é muito nervoso e agitado. Depois que começou no projeto, convive melhor com as pessoas, dorme mais cedo e fica mais calmo”, se alegra. Ao final do projeto os pais receberão um relatório sobre os avanços no desenvolvimento motor de seus filhos, contendo quais aspectos ainda necessitam ser trabalhados, e também uma cartilha sobre como lidar com os déficits motores observados no TDAH.

O projeto, que ocorre as segundas e quartas de 9h30 às 10h30 e de 14h30 às 15h30, fortalece o ensino na EEFFTO e proporciona vivência aos alunos de graduação e mestrado. O professor Guilherme Lage ressalta que serão beneficiados também os que cursam a disciplina “Comportamento Motor e Transtornos do Desenvolvimento: TDAH e Dislexia”, já que as experiências serão relatadas e discutidas em sala de aula. Mateus Carneiro Martins está cursando bacharelado em Educação Física e se interessou pelo assunto após ser diagnosticado com TDAH. “Eu achava que era algo inventado pela indústria farmacêutica, ou que nem existisse”, conta o estudante que é bolsista do projeto desde o início. Na opinião de Mateus, pelo fato do transtorno ser multidisciplinar e englobar fatores sociais, culturais e econômicos, as melhoras serão em longo prazo, mas há pais que já relatam avanços nos filhos.

As atividades se encerrarão no dia 26 de março, mas em junho haverá a formação de outra turma. Porém, ao longo do ano as crianças que são atendidas no Núcleo de Investigações sobre a Impulsividade e Atenção (NITIDA) terão seus níveis de desenvolvimento motor avaliados e continuarão sendo assistidas. O NITIDA é um núcleo vinculado ao Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Medicina Molecular (INCT-MM) da UFMG que tem como objetivo o ensino, a pesquisa e a extensão na área de neurociências da atenção e controle de impulsos.

Sob a coordenação da Profa. Dra. Débora Miranda e Prof. Dr. Leandro Malloy-Diniz, ambos da Faculdade de Medicina da UFMG, o projeto de extensão aprovado pelo Departamento de Educação Física da EEFFTO, é conduzido pelos integrantes do Grupo de Estudo em Desenvolvimento e Aprendizagem Motora (GEDAM) em parceria com o NITIDA. Os interessados em participar da nova fase do projeto devem entrar em contato com o GEDAM através do número 3409-2394.

Entenda a TDAH

Fonte: Associação Brasileira do Déficit de Atenção (http://www.tdah.org.br/)

O Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) é um transtorno neurobiológico, de causas genéticas, que aparece na infância e frequentemente acompanha o indivíduo por toda a sua vida. Ele se caracteriza por sintomas de desatenção, inquietude e impulsividade. Ele é chamado às vezes de DDA (Distúrbio do Déficit de Atenção). Em adultos, ocorrem problemas de desatenção para coisas do cotidiano e do trabalho, bem como com a memória (são muito esquecidos) e na infância em geral se associa a dificuldades na escola e no relacionamento com demais crianças, pais e professores.