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Ex-aluno da EEFFTO conta sua experiência como Fisiologista

11/03/2014 | 15:19

 

Ex-aluno da EEFFTO, Matheus Henrique Fontes, hoje fisiologista do Botafogo, começou sua graduação em Educação Física em 2003, inspirado pelo pai que é professor da área. Segundo ele, seu primeiro contato com o futebol profissional aconteceu em dezembro daquele ano, em um congresso de futebol com os profissionais do Cruzeiro, quando ficou fascinado pelo tema. Três anos depois, a pedido do professor Emerson Silami, aplicou alguns testes físicos no elenco profissional do time. No mesmo ano, o mesmo professor o convidou para que fosse estagiário do clube mineiro.

O ex- bolsista do Laboratório de Fisiologia do Exercício, o LAFISE, conta que tinha planos de tentar o mestrado após sua formatura em 2008, mas as oportunidades no futebol surgiram, o que dificultou seus estudos. "Trabalhei no Villa Nova, depois fui para o Itumbiara, onde fui campeão Goiano em 2008. Em seguida fui para o Al Shabab em Dubai, onde fui vice-campeão da Copa Presidente por 2 vezes. Em setembro de 2010 voltei para o Cruzeiro e fui vice-campeão Brasileiro. Em 2011 voltei para o mundo árabe, fui para o Al Ain, onde fui campeão nacional com o time B e vice-campeão da Copa Presidente, mais uma vez. Em 2012 tive a oportunidade de trabalhar no Guangzhou R&F, na China. Em fevereiro de 2013 rescindi meu contrato com o time chinês e retornei à Belo Horizonte. Tudo estava encaminhando para que retornasse ao Al Ain. Já havia conversado com os diretores do clube e dependia apenas do aval do treinador que estava sendo contratado, entretanto, um dia antes de ter a confirmação do clube, me encontrei com o prof. Emerson Silami, que se tornou um grande amigo, e ele me convidou para ajudá-lo em um projeto que estava iniciando", relembra Matheus.

Matheus conta que o professor foi convidado pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF) para organizar o departamento de Fisiologia, e que o projeto em questão foi a oportunidade que teve de trabalhar junto às Seleções Brasileira de Futebol Feminina e Sub-17. Na Seleção seu trabalho consistia em realizar testes físicos e determinar o nível de treinamento que os atletas apresentavam, além de determinar o perfil fisiológico do grupo de atletas com quem estavam trabalhando.

Na CBF, por ser um trabalho pontual, em que os jogadores convocados se

preparam para competições específicas, o foco é muito bem definido: o departamento tem como função levantar dados para auxiliar o treinamento visando adaptações necessárias e a melhora do condicionamento físico dos atletas. Durante as competições as atenções se voltam para a recuperação dos jogadores.

"Damos foco à crioterapia (submersão em água com gelo), alimentação, reidratação e repouso. Além disso, deve ser um trabalho multidisciplinar, envolvendo os fisioterapeutas, nutricionista e médicos, para que a melhor intervenção possa ser feita", diz ele.

No fim de 2013, Matheus recebeu um convite do Botafogo de Futebol e Regatas para assumir o departamento de Fisiologia do time de futebol profissional. Segundo ele, o pouco tempo para a preparação dos atletas dificulta o trabalho da equipe. “Foram duas semanas de pré-temporada, é muito pouco tempo para preparar fisicamente os atletas. O calendário competitivo brasileiro é muito sacrificante, e, devido à Copa do Mundo, 2014 é um ano de calendário apertado. Caso o Botafogo consiga atingir todos os objetivos realizaremos até o dia 01 de junho, 43 partidas”, explica.

Em função dessa demanda de jogos é preciso ter um elenco grande, e certificar-se de que todos os atletas estão sendo submetidos a uma carga de treinamento que possibilite melhoras no condicionamento físico dos mesmos. A solução encontrada pelo time carioca foi a divisão do grupo de atletas em dois: o grupo A disputa a Copa Libertadores e o B, o campeonato estadual. A divisão acaba se tornando uma forma de exclusão de alguns jogadores, mas é algo necessário, pois a exigência física de uma partida é muito alta. “As partidas da Copa Libertadores exigem um cuidado maior quando precisamos jogar na casa dos nossos adversários. Como é preciso realizar viagens internacionais, que são demoradas, precisamos ter um cuidado grande com a logística, reduzir carga de treino. De resto, o comprometimento e dedicação é o mesmo para jogos da Libertadores e estadual”, comenta Matheus.

Ele ressalta a importância que sua passagem pela EEFFTO teve em sua carreira por ser uma instituição séria, onde se produz conhecimento de ponta, além de ter criado abertura para que ele conhecesse pessoas que o ajudaram e deram oportunidades para que trabalhasse com algo que gosta tanto.

Fotos cedidas por Matheus.