Pela primeira vez na EEFFTO, curso de Fisioterapia realiza avaliação OSCE para alunos do décimo período | EEFFTO - UFMG  


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Pela primeira vez na EEFFTO, curso de Fisioterapia realiza avaliação OSCE para alunos do décimo período

10/10/2017 | 18:32

Por Júlia Calasans

A reta final da graduação é um momento de balanço de trajetória e de avaliação geral do que foi aprendido. Pensando nisso, o curso de Fisioterepia da Escola de Educação Física, Fisioterapia e Terapia Ocupacional (EEFFTO) da UFMG, resolveu inovar e trazer para a Escola o método OSCE, modelo de avaliação de habilidades clínicas. A primeira experiência ocorreu no dia 07 de outubro, para alunos do décimo período e conduzida pelas docentes Paula Arantes e Fabiane Ribeiro.

OSCE é a sigla em inglês para Avaliação Objetiva e Estruturada do Desempenho Clínico e, apesar de comum dentro da grade curricular na medicina, nunca tinha sido aplicada antes para alunos da fisioterapia da UFMG. O teste, que possui como objetivo analisar o desempenho dos alunos em simulações de casos na profissão, focou no atendimento da Atenção Básica e teve a participação de alunos do curso de teatro da Escola de Belas Artes (EBA) encenando as situações, além de alunos do próprio curso de fisioterapia atuando como voluntários.

Alunos aguardam o sinal para que possam iniciar as simulações
Foto: Assessoria EEFFTO/Júlia Calasans

A ideia de organizar um OSCE na EEFFTO partiu das professoras Paula Arantes e Fabiane Ribeiro, inspiradas pelos bons resultados conseguidos pela avaliação no curso de medicina. Para oferecerem o teste, as professoras participaram de um curso de capacitação sobre o OSCE organizado pela professora da medicina Eliane Gontijo. O objetivo da formação foi entender as especificidades desse tipo de exame e pensar em uma versão que fosse funcional para os alunos da fisioterapia.

"A gente está sempre pensando em como avaliar um aluno. O que é importante para o profissional de fisioterapia? É o conteúdo? A gente já tem provas que medem isso. Vimos no OSCE uma oportunidade de uma avaliação mais completa, um jeito de oferecer para o aluno a oportunidade de errar sem que isso tenha um grande impacto para ele. Errar e poder receber um feedback ", explicou Paula.

 

Paula (à esquerda) e Fabiane começaram a organizar o teste com um mês de antecedência
Foto: Assessoria EEFFTO/Júlia Calasans 

O teste foi organizado em três estações, cada uma simulando um diferente caso clínico. Um dos focos da proposta era oferecer uma experiência mais humana ao aproximar o aluno de uma situação real na profissão. No geral, a avaliação foi vista com bons olhos pelos alunos, que já em período de estágio, consideraram importante a possibilidade de serem avaliados em uma situação hipotética para entenderem os próprios erros e ajustarem os comportamentos em experiências futuras. 

"Durante o estágio  a gente sente muita necessidade de vivenciar como é um atendimento de verdade, de como devemos abordar o paciente. Inclusive acho que seria muito positivo aplicar esse teste antes mesmo de os alunos entrarem no estágio, porque a transição da carga teórica para a experiência prática é causa de muita ansiedade. O teste seria uma forma de tranquilizar o aluno e ajudá-lo a trabalhar as fraquezas que ele possui", observou a graduanda Lucimar de Souza, uma das avaliadas pelo teste.

Lucimar disse que o teste a ajudou a lidar com o fato de usar vocabulário muito teórico com  pacientes
Foto: Assessoria EEFFTO/Júlia Calasans

A presença dos alunos do curso de teatro também foi celebrada como positiva pelos participantes. Ter atores  interpretando os personagens das simulações, ajudou a dar o componente de realidade necessário para as cenas. A atividade também permitiu certa integração entre a EEFFTO e a EBA, fator que agregou outro aspecto à experiência. 

"Acho que é muito necessário para todos os cursos que exista essa integração, porque isso é a Universidade. Dentro do curso de teatro nós temos uma disciplina específica para tranalhar nas OSCE da medicina, mas a oportunidade de ajudar na fisioterapia é nova. É uma troca mútua, pois da mesma forma que nós ajudamos em algo que é avaliativo para eles, eles proporcionam para a gente a oportunidade de melhorar aspectos da nossa própria atuação, como a improvisação", explicou Michele Bernardino, uma das alunas que atuou.

Michele é aluna do oitavo período do curso de Teatro
Foto: Assessoria EEFFTO/Júlia Calasans

O teste foi realizado durante todo o período da manhã e, após terminadas as avaliações, os alunos foram levados ao Miniauditório, onde receberam o retorno da organização a respeito das simulações. Apesar de falhas consideradas esperadas e do impedimento do tempo, apontado por alguns alunos como uma dificuldade, o desempenho de todos foi considerado muito posititivo pelos avaliadores.

Os feedback também deu para os alunos a oportunidade de exporem suas opiniões do que pode vir a ser aperfeiçoado para as próximas experiências, as quais as organizadoras esperam ser realizadas em breve. Para Fabiane Ribeiro, essa troca entre avaliadores e avalidados é um dos pontos mais importantes a serem destacados no teste.

"Eles são os primeiros a passarem por essa experiência e a opinião deles é importante para que nós também saibamos o que precisamos melhorar para as próximas edições. Como nós organizamos as simulações, a questão do tempo, se eles acham que há outras cenas que podemos pensar em acrescentar... Isso tudo pode ser aperfeiçoado. Queremos oferecer uma boa experiência para os alunos", disse a docente.

Alunos recebem feedback sobre desempenho no teste
Foto: Assessoria EEFFTO/Júlia Calasans