Com temática sobre Minas Gerais, 15ª Colônia de Férias da EEFFTO recebe 240 crianças e adultos | EEFFTO - UFMG  


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Com temática sobre Minas Gerais, 15ª Colônia de Férias da EEFFTO recebe 240 crianças e adultos

25/01/2018 | 11:39

Por Júlia Calasans

A Colônia de Férias da Escola de Educação Física, Fisioterapia e Terapia Ocupacional (EEFFTO) já é uma tradição das férias letivas da UFMG. Com o objetivo de fomentar atividades de lazer e aproximar crianças, jovens e adultos da Universidade, este ano o evento chegou em sua 15° edição. A Colônia ocorreu entre os dias 22 e 26 de janeiro, tendo como tema o estado de Minas Gerais em um especial  chamado de “Trem Que Anda, Mundo que Gira”. 

O evento é uma organização do Programa de Educação Tutorial (PET) de Educação Física e Lazer, coordenado pelo Professor Luciano Pereira, e acontece tradicionalmente duas vezes por ano desde 2009. A 15ª edição contou com a participação 240 colonos de todas as idades, inclusive pessoas com deficiência intelectual. Participaram também como colonos 15 inscritos da Associação de Pais, Amigos e Pessoas com Deficiência, de Funcionários do Banco do Brasil e da Comunidade (APABB), em uma parceria entre a Colônia e Associação que já dura cinco edições.

Os colonos foram divididos em turmas baseadas na faixa etária, com atividades pensadas especificamente para cada uma
Foto: Assessoria EEFFTO/Júlia Calasans

A organização começou no segundo semestre de 2017. Além dos 13 bolsistas do PET-Lazer, foram selecionados alunos de outros cursos da UFMG, totalizando 40 monitores. Esses alunos passaram por um treinamento e planejaram juntos as atividades que seriam oferecidas durante a Colônia. Divididos por turmas baseadas na idade, os colonos tiveram acesso a brincadeiras típicas, jogos, oficinas de artesanato, pintura, culinária e também realizaram passeios por pontos culturais de Belo Horizonte.

“O PET entende o lazer como um direito social e que, como tal, deve ser uma das responsabilidades da Universidade. Acreditamos no poder formador do lazer. A Colônia é um momento de férias e diversão, mas também o momento em que as pessoas que participam estão se desenvolvendo.  Essa ação de conhecer outros espaços e se apropriar da Universidade é algo que contribui significativamente para a formação de todos, principalmente das crianças”, afirmou Luciano Pereira, idealizador da Colônia.

Luciano é Doutor em Educação pela Faculdade de Educação (FAE) da UFMG
Foto: Assessoria EEFFTO/Júlia Calasans

André Pereira, graduando do oitavo período de licenciatura em educação física e monitor veterano na Colônia de Férias, destacou o evento como diferencial não apenas pela sua preocupação com a inclusão, mas também pela iniciativa de trazer temas que ofereçam um desenvolvimento cultural para os participantes. 

“As atividades são sempre pensadas para que todos os colonos possam participar. Tudo tem que ser inclusivo para todos os nossos públicos. E na hora de pensamos nas atividades, nós nunca começamos com pacote pronto. Cada edição é pensada em cima do tema escolhido, com atividades diferenciadas que nos permitam trabalhar um duplo aspecto do lazer: educação para o lazer e educação pelo lazer. A Colônia é a prova de que a gente também consegue trocar conhecimento através do lazer”, disse.

André participou da Colônia como monitor pela sexta vez
Foto: Assessoria EEFTO/Felipe Werneck

O graduando do sétimo período do bacharelado em Educação Física, Ramon Pepe, participou da Colônia de Férias como monitor pela primeira vez. Para ele, a Colônia é uma forma de aproximar a comunidade de crianças e suas famílias da Universidade, ao mesmo tempo em que consegue oferecer formação para ambos os lados: colonos e monitores.

“A Colônia mostra que a universidade não é só pra quem estuda aqui, mas ela é do Governo e está aberta para a comunidade. Para as crianças, por exemplo, esse espaço ajuda no desenvolvimento cognitivo, motor, social. E para nós, monitores, é uma experiência para se aprender a lidar com diferentes públicos, planejar, organizar, resolver problemas que acontecem de última hora. É enriquecedor, estou gostando muito”, afirmou.

Ramon é também bolsista do PET-Lazer
Foto: Assessoria EEFFTO/Júlia Calasans

Ramon ainda apontou como outro aspecto diferencial da Colônia de Férias o fato de o evento aceitar também a participação dos adultos de todas as idades, inclusive os pais das crianças.

“Eu acho que é muito importante ter adultos presentes. Porque existe uma carência da comunidade mais velha estar dentro da universidade. Não só alunos, mas tem um irmão, às vezes um primo ou filho de servidor que quer participar... sem contar as pessoas com deficiência, que podem vir também e são muito bem-vindas. Então é um diferencial que agrega mais valores aqui pra gente”,  ponderou.

Turma de adultos realiza oficina de confecção de fantoches 
Foto: Assessoria EEFFTO/Júlia Calasans

A gerente de resíduos da EEFFTO, Jeice de Souza, tem dois filhos como colonos na edição desse ano: Thainara, de 15 anos, e Thairon, de 12 anos. Ela destacou a importância da colônia na socialização das crianças e elogiou o tema escolhido pelo trabalho de resgate de brincadeiras e práticas tradicionais.

“A gente vê que os meninos aqui se esquecem da tecnologia. Eles conversam, brincam, se movimentam... É um estímulo para eles fazerem exercícios físicos e também para aprenderem brincadeiras que hoje em dia você já não vê muito. Eu super recomendo. E o que eu acho mais legal na Colônia agora é a parte pros pais, porque abre para eles essa vivência de brincar e relembrar várias coisas junto com os filhos”, explicou.

Jeice é farmacêutica e, antes de trabalhar na EEFTO, atuou no Hospital das Clínicas da UFMG
Foto: Assessoria EEFFTO/Felipe Werneck

A presença da turma de 15 colonos da APABB também chama atenção no evento. Segundo Kely Cristina, representante da Associação na Colônia, a participação das pessoas com deficiência intelectual na Colônia segue os ideais de socialização e independência da APABB. Além disso, é também uma forma de dar visibilidade para a deficiência na sociedade e para o trabalho da Associação, que já existe há trinta anos.

"As pessoas com deficiências intelectuais e físicas ser precisam reconhecidas pelo que elas realmente são: pessoas com potencial, capacidade. E enquanto instituição, temos grande preocupação em trabalhar a autonomia e a independência dos nossos assistidos. Para eles, estar aqui participando das atividades junto aos demais adultos, sendo acolhidos da melhor forma possível, é algo muito positivo, é uma forma de desenvolvimento. Consideramos isso importante e fazemos questão de participar em todas as edições", disse ela.

Kely faz parte da APABB há dois anos
Foto: Assessoria EEFFTO/Júlia Calasans

Todo o trabalho de organização e planejamento vê seus resultados em meio aos próprios participantes, que aproveitam as atividades, fazem amizades com os demais colonos e também com os monitores.  O evento possui um público cativo de colonos já veteranos. Um deles é a colona Sarah Tavares, de 11 anos, que participa da Colônia de Férias desde os seis.

“Meu irmão já participava da Colônia antes, mas eu ainda não tinha idade. Quando eu fiz seis anos, minha mãe me colocou aqui pela primeira vez e eu gostei muito. A melhor parte é conhecer os monitores, rever os amigos, ver as pessoas das outras salas, conhecer as pessoas novas que vêm participar... Meu dia favorito é o da piscina. Esse ano ainda tem um tema legal, porque a gente vai voltar para a escola já sabendo mais sobre Minas Gerais”, disse ela.

Sarah estuda no Colégio Sistema do bairro Saudade
Foto: Assessoria EEFFTO/Júlia Calasans