15/06/2018 | 11:23
Por Janaína Almeida
O curso de Fisioterapia da Escola de Educação Física, Fisioterapia e Terapia Ocupacional (EEFFTO) promoveu no dia 13 de junho, um seminário sobre o uso de “ondas curtas” no tratamento da osteoartrite de joelho. O evento foi uma iniciativa das professoras Ligia Loiola Cisneros do Departamento de Fisioterapia e Vanessa Lara de Araújo professora substituta do mesmo Departamento, dentro da disciplina de eletrotermofototerapia lecionada por elas para alunos do 3º período do curso de Fisioterapia.
Ondas curtas é um aparelho utilizado como recurso de diatermias para converter a energia eletromagnética de alta frequência em energia térmica nos tecidos e tem como efeitos aumentar o fluxo sanguíneo, auxiliar na resolução da inflamação, aumentar a extensibilidade dos tecidos e aliviar a dor.
Os debates sobre essa temática têm se intensificado na literatura e foi essa a motivação para o presente evento. A proposta foi trazer essa discussão para sala de aula como meio de incentivar os alunos a pesquisarem e se inteirarem mais sobre o assunto. A docente Vanessa Lara de Araújo comentou sobre a escolha pela osteoartrite de joelho como norte da análise dos alunos.
"Nós escolhemos a osteoartrite de joelho que é uma patologia muito comum nos indivíduos idosos, principalmente nas mulheres, por ter impacto grande na qualidade de vida e na funcionalidade dessas pessoas. Então, procuramos falar do uso desse recurso (ondas curtas) especificamente para esses esses indivíduos cuka dor limita muito a atividade deles no dia a dia".
No seminário, os alunos foram divididos em dois grupos, um ficou responsável por defender o uso de ondas curtas e outro por se posicionar de forma contrária possibilitando assim uma discussão mais ampla.
“Ao invés de nós professores chegarmos aqui com um conjunto de slides e passarmos o conteúdo como se a nossa opinião fosse a única, escolhemos utilizar essa metodologia ativa, que incentiva os próprios alunos a buscar o conhecimento e discutir. Então, é um tipo de metodologia que tem a cara desse novo currículo e que estimula uma atitude reflexiva dos alunos e uma capacidade deles desenvolverem habilidade argumentativa”.
Os alunos do 3º período de Fisioterapia foram os primeiros a seguir o novo currículo da Fisioterapia. A acadêmica Letícia Carla Fernandes Cunha, do 7º período, é monitora da disciplina de eletrotermofototerapia e, segundo ela, é evidente a melhora trazida pelas mudanças curriculares.
“Eu tenho comparado muito essa nova metodologia com a antiga, que foi a que eu tive experiência aqui na universidade. Eu passei por algumas disciplinas que foram assim, e eu pude perceber o quanto é mais eficiente pro nosso aprendizado a forma ativa de discussão. Então, eu acho que essa atividade em si vai enriquecer demais o conhecimento dos alunos”.
Vitor Tigre, aluno de mestrado que faz iniciação em docência na disciplina, destacou que a chance de acompanhar a disciplina com as professoras Lígia e Vanessa tem sido única e enriquecedora. Além disso, os alunos têm respondido bem a essa nova proposta de aprendizagem e o seminário foi tido como uma oportunidade para trabalhar aspectos importantes para eles.
“Essa tarefa de hoje é como se estivéssemos ensinando aos alunos como discutir uma prática clínica, como ler um material tendo um embasamento científico, uma discussão entre os colegas para chegar a um consenso e isso é importante trabalhar, esse senso crítico dos alunos”.
O acadêmico João Pedro Mateus Pena Teixeira do 3º período de Fisioterapia, elogiou a disciplina e a forma como ela foi conduzida ao longo do semestre por acreditar que ela trouxe algo diferente e valoroso para a sua formação acadêmica.
“É muito interessante para a gente essa atividade porque nós, como profissionais da fisioterapia, utilizamos muitos equipamentos durante o processo de tratamento de um paciente e muitas vezes não sabemos se aquela técnica é a melhor. Essa discussão de hoje busca justamente isso, se essa técnica é boa ou não é, e mesmo se ela é boa, quais são os problemas que ela pode trazer de risco não só para o paciente como para o fisioterapeuta”.
Júlia Batista Paula, também aluna do 3º período, viu o seminário não só como uma simples pesquisa, mas como uma forma de colocar em prova o seu posicionamento e o dos colegas ao ter que se aprofundar mais quanto ao uso das ondas curtas.
“Nessa matéria de eletrotermofototerapia a gente desenvolveu um trabalho para debater realmente a eficácia do uso das ondas curtas e eu acho que foi uma oportunidade muito bacana. Isso nos permite ter essa vivência do que é a prática baseada em evidências, além de aprendermos também a procurar os prós e os contras. Dessa forma, quem era contra pode procurar o porquê e talvez possa até se tornar a favor, ou quem é a favor talvez se torne contra depois de pesquisar mais sobre o assunto”.