EEFFTO promove 14ª edição do Seminário Nacional e Internacional de Concepções Contemporâneas em Dança

09/07/2018 | 09:20

Por: Cíntia Militina e Isabela Trindade

Entre os dias 3 e 6 de julho o Programa de Dança Experimental da Escola de Educação Física, Fisioterapia e Terapia Ocupacional (EEFFTO) da UFMG promoveu o 14º Seminário Nacional e Internacional de Concepções Contemporâneas em Dança. Durante os quatro dias do evento foram realizadas mesas redondas, fóruns, comunicações orais, mostra de danças em grupo e individual, vídeo dança, entre outras atividades.  

Professora do Departamento de Educação Física e Coordenadora do Programa de Dança Experimental, Isabel Coimbra se mostrou muito feliz com a realização do Seminário e explicou como foi o processo de organização e preparação para que a 14ª edição do evento acontecesse.

“Nós tivemos vários momentos. O primeiro foi o de gerar o tema, que aconteceu no final do evento do ano passado. Depois buscamos os pesquisadores que se enquadram dentro das temáticas. Por uma perspectiva, você já se lembra dos trabalhos dos colegas, mas por outra é preciso garimpar para descobrir quem está desenvolvendo trabalho e que você não conhece ou que não é divulgado, porque muitas coisas estão acontecendo nos laboratórios de pesquisa. Em seguida é o momento dos contatos, de montar e fechar a programação. É tudo muito delicado e feito com muito amor e quando a gente vê o resultado acontecendo é muito legal. Além disso, são várias pessoas envolvidas, eu convidei duas alunas da pós-graduação para estarem comigo, o Programa de Dança Experimental, os bolsitas, a bolsita do Programa de Monitoria de Graduação (PMG), os próprios alunos das disciplinas, a comunidade através do projeto Dança Extramuros, em que alguns estão ajudando inclusive na parte de organização, então é um trabalho de equipe, porque ninguém faz nada sozinho”, disse.

Isabel ainda ressaltou a importância da continuidade do Seminário e da discussão que vem sendo gerada por meio dele.

“Para mim, é conseguir consolidar a dança como uma área de pesquisa e não uma dança como o 'pedaço de queijo' de alguém. A dança é um objeto que é permeado de sujeitos, então esse evento é de grande importância, principalmente acontecendo aqui na Educação Física, que tem uma produção de professores que trabalham com dança. A nossa expectativa da continuidade é exatamente essa, continuar a pesquisa, continuar com as portas e espaços abertos para o diálogo, para a interlocução, para propostas de transdisciplinaridade, e pra costurar essas várias pessoas que tem pesquisado dança, que não necessariamente estão no curso de Educação Física ou de Dança”, finalizou.

Estudante de Pedagogia na UNOPAR, Bruna Luiza Queiroz Machado participou do evento e destacou como a dança é importante dentro da pedagogia.

“A dança vem como um leque de possibilidades para trabalhar a coordenação motora das crianças, para elas se localizarem no espaço, além de trazer a questão do corpo. A dança vem também casando com as próprias matérias, com coisas que tem que ser dadas em sala de aula, então é uma busca por novas possibilidades para trazer realmente a dança para esse meio, fazendo um casamento mesmo”, comentou.

Na quarta-feira, dia 4 de julho, uma mesa redonda foi realizada com o tema "Dança e fitness: verdades e mitos". Participaram da mesa o professor Fernando Vitor Lima, do Laboratório do Treinamento na Musculação (LAMUSC) da EEFFTO, Wagner Jorge dos Santos, psicólogo e docente do Instituto René Rachou (IRR) da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), e a professora Bárbara Pessali-Marques, da Manchester Metropolitan University, de Londres.

Fernando Vitor Lima ressaltou que todo educador físico tem competência para ministrar uma aula com movimentos utilizados na dança, se utilizando seus conhecimentos sobre o corpo humano e seu funcionamento. De acordo com ele, a Educação Fìsica é a única profissão que estuda o corpo com a intenção de melhorá-lo e aperfeiçoá-lo, sempre pensando em formas de prevenir lesões.

"As teorias e fundamentos esportivos por trás da dança são os mesmos por trás do atletismo, do fisiculturismo, da natação e de outros esportes. A ciência que os regem é a mesma, a única coisa que os diferencia é sua aplicação. Existe um certo receio por parte de bailarinos e até de seus treinadores de procurar preparo físico fora da sala de dança, mas, para que expressem sua arte de forma segura, é preciso preparar-se da mesma maneira que um atleta de outra modalidade, tomando os cuidados necessários para que não sejam prejudicados", destacou.