10/10/2018 | 12:44
Por Isabela Trindade e Janaína Almeida
A Escola de Educação Física, Fisioterapia e Terapia Ocupacional (EEFFTO) da UFMG realizou nesta segunda-feira, dia 8 de outubro, uma série de atividades que fazem parte da XXVII Semana de Iniciação Científica e do II Encontro de Pesquisa e Extensão.
As atividades integram ações relacionadas a Semana do Conhecimento da UFMG realizadas nos dias 8 e 9 de outubro. Dos trabalhos apresentados nas únidades academicas, 10% desses serão selecionados para dissertados no CAD 3.
Livia Borges, bolsista do Projeto Sarandeiros desde 2013, apresentou uma pesquisa sobre o Projeto Sarandoso e explicou os benefícios do projeto na vida dos idosos.
“O Projeto Sarandoso integra danças folclóricas para a terceira idade. Esse projeto é muito importante para a terceira idade porque estimula a autoestima, uma maior liberdade, um envelhecimento mais ativo e até melhora a confiança do idoso, pois mostra que é possível interpretar e vivenciar coisas novas e ter qualidade de vida nessa fase”, disse.
O aluno de bacharelado em Educação Física, Valdenio Martins Brant, apresentou o trabalho “Sonolência e tempo de reação de adultos jovens privados de sono” e comentou sobre a sua pesquisa.
“O trabalho é uma caracterização do perfil de privação do sono desses indivíduos e as alterações que ocorrem na média do tempo de reação e no nível de sonolência deles ao longo de 36 horas. Nessa pesquisa foi percebido que, com o passar do tempo, as pessoas tinham um tempo de reação cada vez maior e isso representa um risco, sejam eles trabalhadores, estudantes, atletas, ou qualquer outra pessoa da população”, contou.
Camila Marinho, formada em Terapia Ocupacional, fez um estudo sobre “Estratégias de crianças e adolescentes com paralisia cerebral para realização de atividades bimanuais da rotina diária” e mostrou como foi feita sua análise.
“Esse estudo foi realizado com 49 cuidadores de crianças e adolescentes com paralisia cerebral espástica unilateral atendidos na Associação Mineira de Reabilitação e outros centros de reabilitação infantil em Belo Horizonte. Para identificar o uso das mãos na rotina diária nós usamos um questionário online contendo 27 itens com atividades cotidianas das crianças, como abrir um pacote, uma embalagem de picolé, fechar um zíper, dentre outras, que representam a quantidade de atividades que são realizadas com uma mão, com as duas ou com ajuda”, explicou.
Ainda de acordo com Camila, pesquisas nesse campo de atuação são de grande importância na vida das pessoas com paralisia cerebral. Ela apontou também os efeitos do estudo e o desfecho do mesmo.
“Os resultados do estudo mostraram que os adolescentes, comparado com o grupo das crianças, realizam as atividades bimanuais com mais eficácia e menos tempo. No entanto, o incômodo é presente em todas as faixas etárias. A partir desse estudo podemos pensar em como contribuir para intervenções da função manual buscando a diminuição da percepção do incômodo”, ponderou.
O discente do quarto período de Fisioterapia, Daniel Gibson De Castro Ho, é autor do trabalho de Iniciação Científica intitulado “Desenvolvendo habilidades em jovens pesquisadores por meio da experiência da entrevista: a percepção do discente”. Com orientação da professora Fabiane Ribeiro Ferreira, do Departamento de Fisioterapia da EEFFTO, e coautoria de Breno Monção de Andrade e Igor Eduardo Reis Urbano, também graduandos de Fisioterapia, a pesquisa foi iniciada durante o primeiro semestre de 2018 e ainda está em andamento.
“A professora Fabiane tem uma pesquisa com a participação de idosos e tivemos nossa ideia a partir dela. Nós fazemos a coleta de dados por meio de entrevista semiestruturada, na qual temos um roteiro e nos atemos a ele em uma conversa e, por estarmos lidando com pessoas mais velhas, temos que ter muita atenção e cuidado. Precisamos analisar a condição cognitiva do indivíduo e obter informações referentes ao contexto de vida, condição social, escolaridade, entre outros aspectos, o que é bem delicado, e a prática clínica nós temos que saber como conduzir uma entrevista, extrair os dados necessários e controlar o tempo, por isso me interessei no tema”, falou.
A Pró-Reitora de Extensão da UFMG Claudia Andrea Mayorga Borges, professora do Departamento de Psicologia da Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas (Fafich), acompanhou a apresentações de alguns trabalhos na EEFFTO e em outras Unidades. Ela comentou ainda sobre a importância dos projetos de extensão para a UFMG e do papel associado no processo de formação profissional e acadêmico dos discentes.
"A Escola desenvolve, há anos, um conjunto de ações de extensão sempre muito afinadas com os nossos princípios, desenvolvendo atividades interdisciplinares, colocando a formação do estudante como prioridade e buscando uma posição mais dialógica na relação com a sociedade. A formação profissional não pode ser exclusivamente técnica, devendo se associar a valores como cidadania, inclusão e diversidade, então pensar em uma universidade que cumpra com a sua função pública exige uma extensão forte", comentou.