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Praia UFMG realiza palestra sobre TEA na adolescência

26/10/2018 | 12:22

Por Thiago Peruch

O Programa de Atenção Interdisciplinar ao Autismo (Praia) da UFMG promoveu no dia 24 de outubro, no Auditório Principal da EEFFTO  uma palestra a respeito do Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) na adolescência. A palestrante foi a psicóloga Lídia Prata Cruz que atende crianças, adolescentes e adultos que sofrem do transtorno.

A coordenadora do Programa, professora Ana Amélia Cardoso, do Departamento de Terapia Ocupacional da Escola de Educação Física, Fisioterapia e Terapia Ocupacional (EEFFTO) disse que a escolha do tema foi devido à raridade de se ver na literatura e na mídia o TEA na adolescência.

Professora tem experiência na área de Terapia Ocupacional, docência e pesquisa, com ênfase em Desenvolvimento Infantil. 
Foto: Thiago Peruch/Assessoria EEFFTO

“O que se vê mesmo é falando de autismo na infância, mas essas crianças também crescem. E é importante se falar da sexualidade, da inserção social na sociedade e preparação para vida adulta”, falou.

Já a psicóloga Lídia Prata Cruz, durante a palestra, alertou para a problemática da falta de preparação da população para lidar com os adolescentes que sofrem com TEA.

“Na adolescência, a diferença entre os adolescentes normais e os que sofrem com TEA ficam mais evidentes, porque alguns comportamentos que poderíamos dizer que são de crianças, agora não se pode mais dizer e os autistas passam a ser mal-educados na opinião da sociedade”, ressaltou.

“A ideia é fazer uma visão global da literatura do TEA na adolescência e encontrar formas eficazes de atuar ajudando essas pessoas”.
Foto: Thiago Peruch/Assessoria EEFFTO

Essa má visão social, ainda segundo a psicóloga, causa um trauma ao autista, afastando-o de ter uma vontade de interação social e de se inserir na sociedade. Tornando bastante comum o afastamento da coletividade e podendo levar até ao caso extremo, o suicídio.

Participante da palestra, Jéssica Evelyn de Andrade trabalha com psicologia nas escolas no município de Sabará. Ela salientou que é importante essa discussão ir além que somente no âmbito educacional.

“O Programa alcança muitos pais e isso acaba saindo do círculo de profissionais que atendem esses adolescentes. E quando alcança os pais de autistas e a sociedade é possível saber o que a comunidade cientifica está falando e pesquisando”, disse.

"A gente sempre pensa nas crianças com TEA, na melhor forma de tratamento, mas a gente esquece que essas crianças crescem”.
Foto: Thiago Peruch/Assessoria EEFFTO

Além disso, Jéssica destacou como as pessoas que sofrem com o Transtorno do Espectro do Autismo interagem na juventude com os outros da mesma idade.

“Para as crianças é tudo normal e natural, as crianças com desenvolvimento típico acolhem muito bem as crianças com desenvolvimento atípico, não veem as diferenças e quando veem, tem curiosidade de saber como é o TEA, querem brincar e se divertir. Mas quando vai ficando mais velho, vai afastando um pouco, principalmente quando é um TEA mais grave. E esse afastamento dos adolescentes e adultos é o medo do desconhecido”, revelou.

O evento contou ainda com alunos da EEFFTO, docentes, pais e profissionais que lidam com o TEA ou que querem saber mais sobre o assunto.