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Pós Doutoranda da EEFFTO apresenta trabalho no Simpósio Satélite que precede o 18º Congresso Internacional de Endocrinologia na África do Sul

07/11/2018 | 08:32

Por Cíntia Militina

Entre os dias 28 e 30 de novembro será realizado um Simpósio Satélite do Sistema Renina-Angiotensina-Aldosterona (do inglês “Renin-Angiotensin Aldosterone System”, RAAS) na África do Sul. O evento faz parte do 18º Congresso Internacional de Endocrinologia na Cidade do Cabo e conta com a participação da Pós Doutoranda em Ciências do Esporte da Escola de Educação Física, Fisioterapia e Terapia Ocupacional (EEFFTO), Daisy Motta Santos que irá apresentar um trabalho oral sobre as respostas de angiotensinas (um pequeno pedaço de proteína, peptídeo, que apresenta função biológica no organismo) em ciclistas de elite após exercício máximo.

O Sistema Renina-Angiotensina-Aldosterona (RAAS), é um sistema formado por vários peptídeos que quando liberados na corrente sanguínea se associam a respostas hemodinâmicas e cardiovasculares. Este sistema tem um papel importante no estudo da hipertensão arterial e seus componentes se associam a intervenções terapêuticas. Esta reunião satélite destacará os recentes avanços na endocrinologia das doenças cardiovasculares, com foco especial no RAAS.

Há dois anos no pós-doutorado, Daisy que já participou de outros congressos internacionais explicou sobre o estudo que será apresentado na África do Sul.

“Nós realizamos o estudo em uma equipe de ciclismo de alto rendimento. Analisamos os níveis circulantes dos principais peptídeos deste sistema (Angiotensinogênio, Angiotensina I, Angiotensina II, Angiotensina-(1-7) e Alamandina) por meio de espectrometria de massa. Provavelmente os atletas de alto nível têm algumas adaptações no sistema cardiovascular que podem ou não estar associadas com respostas nos níveis basais e após exercício físico máximo nestes peptídeos. Durante a coleta dos dados foram medidos os níveis antes (considerado níveis basais) e imediatamente após um teste máximo. Essa coleta foi realizada na Universidade de São Paulo (USP) em Ribeirão Preto, pelo professor Reginaldo Gonçalves, e contou com a colaboração do Prof.Marcelo Papoti da USP. O objetivo principal do estudo é avaliar se os atletas de elite tem uma resposta alterada nestes peptídeos após o exercício máximo”, disse.

 Daisy Motta é formada em Educação Física e Pedagogia com Mestrado em Atividade Física e Saúde e Doutorado em Fisiologia.
Foto: Daisy Motta/Arquivo Pessoal

 

Daisy ainda ressaltou que o trabalho apresentado no Congresso é muito importante e que tem um grande diferencial.

“A importância do nosso estudo é conseguirmos resumir e contextualizar adaptações ocasionadas pelo treinamento físico, uma vez que a maioria dos trabalhos apresentados nesse tipo de evento está voltado para doenças. Este sistema está associado com o controle da pressão arterial, e a maioria dos estudos lá apresentados estão avaliando principalmente pacientes cardiopatas e hipertensos. O nosso grande diferencial é levar indivíduos saudáveis, porque através do exercício físico nós podemos investigar quais são as adaptações causadas pelo exercício que podem trazer cardioproteção, prevenir e tratar por exemplo a hipertensão arterial”, finalizou.

Professor do Departamento de Ciências do Esporte, Reginaldo Gonçalves que vem acompanhando junto com o Prof.Leszek Szmuchrowski, supervisor de Daisy, e coordenador do Laboratório de Avaliação da Carga (LAC), destacou a importância desse estudo e como ele surgiu.

“Na verdade, esse trabalho partiu de uma ideia da Daisy que sabia da nossa parceria com a USP para fazermos coletas de alguns dados dessa equipe de ciclismo de alto rendimento, que é a número um do país (Equipe Ribeirão Preto). Ao coletar outras variáveis, surgiu a ideia de também analisar os peptídeos e quais as respostas deles ao exercício máximo. Inicialmente estamos trabalhando com atletas de alto rendimento que possuem cargas muito altas de treinamento. O próximo passo é analisar se existe realmente uma diferença significativa em relação ao individuo sedentário. Estudos com diferentes níveis de prática ou de exercícios físicos são essenciais para tentar estabelecer um “gradiente” ou até mesmo uma dose resposta: Qual seria o mínimo necessário de exercício físico para usufruir de tal beneficio em relação a esse peptídeo, no caso a Angiotensina-(1-7), que atua beneficamente no controle da pressão arterial? Esse na verdade seria o primeiro estudo que pode levantar a bola para podermos aprofundar mais. Existem outras variáveis que foram coletadas e nesse momento os níveis de peptídeos são extremamente importantes especificamente para esse Congresso, onde o tema principal são as angiotensinas. Estamos otimistas em relação ao que encontramos e com essa apresentação vamos abrir mais um caminho para expandirmos mais nesta área”, disse.

Estamos otimistas em relação ao que encontramos e com essa apresentação será possível abrir mais um caminho para expandirmos esse estudo .
Foto: Reginaldo Gonçalves/Arquivo Pessoal

 

Reginaldo destacou a colaboração entre os laboratórios LAC, LAFISE com o professor Luciano Sales e também do professor Robson AS Santos do Programa de Pós-graduação em Fisiologia do ICB, além da parceria com a USP Ribeirão Preto (Prof. Marcelo Papoti) e também falou da importância em participar desse evento.

“O nosso programa de Pós-graduação em Ciências do Esporte, poderá fazer nessa pesquisa um link entre o esporte de alto rendimento e uma doença que é uma das principais causas de morte no mundo inteiro, a hipertensão arterial. Traz um beneficio muito grande pela interação de um projeto em Ciências do Esporte com projetos ou com a linha de pesquisa do ICB que é basicamente na fisiologia e bioquímica, com o modelo animal evoluindo para o modelo humano”, finalizou.

 

Título do trabalho: “Angiotensin peptides levels in professional cyclist after maximal incremental test”

Autores: Motta-Santos, Daisy1,3; Gonçalves, Reginaldo1; Prado, Luciano Sales1; Geraldi, Camilo Oliveira1; Pena, Bruno1; Papoti, Marcelo2; Santos, Robson AS3. 1; Leszek Szmuchrowski. Postgraduate Program in Sports Sciences, EEFFTO, UFMG, Belo Horizonte, Brazil 2. Physical Education School, USP, Ribeirão Preto, Brazil 3. INCT, The National Institute in Science and Technology in Nanobiopharmaceutics, UFMG, Brazil.