14/11/2018 | 15:44
Por Isabela Trindade e Leonardo Soares
Instituído pela Constituição Federal de 1988, o Sistema Único de Saúde (SUS) configura-se há alguns anos como um dos maiores e mais complexos órgãos de saúde do mundo. Para além dos problemas que existem e precisam ser ultrapassados, é cada vez mais necessário valorizar e conhecer a fundo um sistema calcado nos princípios da universalização, equidade e integralidade. Foi isso que os estudantes de Fisioterapia da Escola de Educação Física, Fisioterapia e Terapia Ocupacional (EEFFTO) da UFMG realizaram no dia 14 de outubro, com a exposição Conhecendo e Divulgando o SUS.
De acordo com a Pesquisa Nacional de Saúde de 2013, cerca de 80% da população brasileira depende do sistema de saúde público. No entanto, grande parte das pessoas tem pouco ou nenhum conhecimento da gama de tratamentos e serviços oferecidos pelo SUS e de como podem ser beneficiadas por eles.
O SUS realiza 97% dos transplantes de órgãos no país, já que muitos planos de saúde não cobrem esse procedimento. Lorena Camargo é aluna do 2º período de Fisioterapia e pautou seu trabalho nesse tema.
“Escolhemos essa temática porque o Brasil é considerado referência no transplante de órgãos pela saúde pública. Existem alguns estigmas com relação ao procedimento, pois muitas pessoas não buscam informações, mas estamos aqui para apresentar o trabalho feito pelo Sistema e reforçar o quanto ele é necessário para salvar a vida de tantos indivíduos”, disse.
Carolina Luísa de Almeida Soares é estudante do 2º período de Fisioterapia e apresentou a prática Lian Gong, oferecida pelo SUS desde 2007 em diversos postos e para todas as faixas etárias, de crianças a idosos.
“A atividade tem origem chinesa e deve ser ministrada por um profissional especializado. É uma técnica calma que tem como ponto principal a movimentação do corpo ao som de músicas orientais tranquilas, melhorando a flexibilidade, reduzindo o estresse, ajudando na coordenação do corpo e podendo até aumentar o QI do praticante. [...] Temos uma lista com postos de diversas regiões de BH que oferecem a prática; então, quem nos visita e se interessa pode descobrir o local mais próximo para realizá-la”, falou.
A professora Susan Martins Lage acredita que os alunos das áreas da saúde têm uma grande responsabilidade. É preciso que eles conheçam o que o SUS oferece e entendam como podem ajudar no desenvolvimento de novas propostas, a fim de que o Sistema não perca o que já conquistou e fique cada vez melhor.
“O Sistema ainda está em processo de construção e aprimoramento, então precisamos trabalhar duro diariamente para não deixá-lo desaparecer. Esta exposição tem o objetivo de mostrar que muita gente está envolvida no SUS e muito tem sido desenvolvido, com a intenção de promover a saúde para a população como um todo. Quando as pessoas sabem o que é realizado, é mais fácil identificarem o quanto o serviço é importante e se mobilizarem para defendê-lo”, comentou.