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Espaço do Conhecimento recebe integrantes do Gefut para debate

01/07/2014 | 16:00

Para discutir o tema Unfairplay: racismo e homofobia no esporte, o Espaço do Conhecimento recebeu Luiza Aguiar dos Anjos, doutoranda do Centro de Memória do Esporte da Escola de Educação Física da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), e Georgino Souza Neto, professor da Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes) e doutorando em Lazer pela Escola de Educação Física, Fisioterapia e Terapia Ocupacional (EEFFTO) da UFMG. Ambos integram o Grupo de Estudos sobre Futebol e Torcidas (Gefut) da UFMG.

No evento, que ocorreu no dia 14 de junho, Georgino Souza iniciou sua fala com um breve panorama sobre o esporte e a inserção do negro nas diversas atividades esportivas. “O esporte é apenas uma possibilidade de vivência social, um fenômeno social em que se o racismo existe fora obviamente vai se espelhar e reproduzir dentro dele”, revelou Georgino, que também citou um exemplo histórico que ocorreu nas Olimpíadas de 1936, em que Hitler se retirou do estádio após descobrir que teria que cumprimentar o atleta negro Jesse Owens, vencedor de quatro medalhas de ouro.

Por fim, o doutorando apresentou mais exemplos a respeito da presença de atletas negros nos esportes e da intensa relação do torcedor brasileiro com o futebol. “É um esporte que mobiliza um comportamento emocional para algumas sociedades de maneira muito profunda. É o esporte pelo qual você é tão apaixonado que o pior de você aparece por conta desse comportamento”, apontou Georgino.

Luiza Aguiar dos Anjos sugeriu, ao iniciar, um levantamento da participação de negros em campanhas publicitárias relacionadas a esportes e em cargos mais importantes. “As questões ajudam a pensar se é possível identificar uma participação maciça e elogiada de negros em esportes. Ela não deixa de reforçar a delimitação dos locais de atuação para esse grupo, mantendo uma estrutura social racialmente hierarquizada”, ressaltou Luiza.

Ao falar sobre a homofobia, Luiza ressaltou a maior incidência de casos do tipo no futebol, em que xingamentos do tipo são influenciados pela maioria das torcidas. A maior permissividade de ofensas homofóbicas no esporte também contribui, segundo a professora, para a exclusão de mulheres no esporte. “Muitas pesquisas realizadas apontam como homossexuais e mulheres se afastam de muitos esportes, em especial do futebol, em função do tratamento hostil que vieram a receber”, concluiu a pesquisadora.

Com colaboração da Assessoria de Comunicação do Espaço do Conhecimento

Fotos: Kayke Quadros