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Mostra: Formando para o SUS – Fazendo a diferença no cenário pandêmico

15/02/2022 | 20:32

Por Iago Proença

Discentes do 10º período do curso de Fisioterapia (turma 78) da Escola de Educação Física, Fisioterapia e Terapia Ocupacional realizam até esta quarta-feira, dia 16 de fevereiro, a mostra “Formando para o SUS – Fazendo a diferença no cenário pandêmico”. O evento é aberto ao público, realizado de forma online pela plataforma ZOOM Meeting, com atividades nos turnos da manhã: 8h30 às 11h; e à tarde:14h30 às 17h.

A formação de profissionais da Fisioterapia para o Sistema Único de Saúde (SUS) possui desafios bem específicos, tendo em vista, a necessidade desses futuros profissionais conhecerem bem todas as etapas da atenção básica. Clara Stradioto é preceptora fisioterapeuta do Núcleo de Apoio à Saúde da Família (NASF) da Prefeitura de BH e comentou sobre o papel de formar profissionais para o SUS.

“É um desafio e tanto e, ao mesmo tempo, muito gostoso. Percebo que os alunos que estão vivenciando essa experiência saem um pouco mais preparados para a questão humana, o que muitas vezes está em falta, quando esse profissional atua apenas no serviço privado, onde você trabalha sobre produção e tem que ‘produzir para receber’. E, no SUS, não é assim que funciona, então a gente consegue ser um pouco mais acolhedor e mais humano. Isso, para mim, é o essencial”, disse. 

O discente Daniel Gibson, aluno do décimo período do curso de Fisioterapia da UFMG, explicou como foi essa experiência de estágio neste período pandêmico. Daniel comentou, ainda, que a sua turma fez os três últimos períodos do curso após o início da pandemia, e que receberam toda uma preparação em relação à biossegurança, utilização de EPI's, bem como sobre a própria Covid-19.

“No estágio em atenção básica, que é o que está sendo apresentado na mostra, nós tivemos a sorte de pegar um período um pouco mais tranquilo, com um bom avanço da vacinação. Então, pudemos fazer visitas domiciliares, atendimentos compartilhados com outros profissionais da equipe, e a maioria do que seria previsto para o estágio. Porém, uma  perda importante foi não termos vivenciado os grupos na UBS (atendimentos periódicos realizados para grupos com uma mesma demanda, como, por exemplo, dor crônica ou pós-covid), que foram proibidos pela prefeitura em razão do aumento do número de casos após as festas de fim de ano. Enfim, mesmo com as restrições neste final, foi possível vivenciar um estágio muito produtivo”, disse.

Equipe do estágio
Foto: Arquivo pessoal/Daniel Gibson

Clara comentou, ainda, sobre as mudanças no ciclo de estágio que foram afetados pela pandemia, que é um momento totalmente atípico, resultando em uma mudança na forma de abordagem ao paciente na atenção primária.

“Anteriormente, fazíamos muitas abordagens em grupos, atividades coletivas, durante o tratamento (exercícios), mas, também, tinha uma questão da socialização do emocional. Alguns atendimentos compartilhados em domicílio também ficaram mais restritos em função do risco de aglomeração de muitas pessoas, mas eu acho que a pandemia trouxe um pouco mais uma visão para o coletivo, de se preocupar com o outro. Então, durante a formação dos alunos, eu achei que eles perderam um pouco do campo, das opções de atuação que a gente têm, eles viram menos, mas eles tiveram uma outra vivência sobre a parte burocrática, conhecendo mais sobre o fluxo de burocracia, de como é feito o acompanhamento de paciente, o rastreamento. São experiências que vamos adquirindo e isso faz parte da formação”, argumentou.

Daniel Gibson falou, ainda, sobre o quanto o período de estágio no Sistema Único de Saúde acrescentou em sua formação. Ele evidenciou, ainda, a importância de mencionar aspectos relacionados à experiência interprofissional através do estágio.

“A vivência na atenção básica foi fundamental na minha formação. Nesse estágio tivemos a oportunidade de observar o usuário dentro de seu contexto, o enxergando numa perspectiva biopsicossocial. E, na minha opinião, essa visão é fundamental para qualquer profissional de saúde, independente de trabalhar ou não na saúde pública”, comentou