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Pesquisadoras da UFMG lançam revista sobre características em crianças com TEA

05/04/2024 | 13:13

No dia 2 de abril é celebrado o Dia Mundial de Conscientização sobre o Transtorno do Espectro Autista. Segundo dados do CDC, dos Estados Unidos, 1 a cada 36 crianças é autista. A data foi criada com o intuito de conscientizar a sociedade sobre as características das pessoas com autismo e a importância do diagnóstico e da inclusão. Justamente seguindo essa proposta, o Programa de Atenção Interdisciplinar ao Autismo (PRAIA), em parceria com a ONG Pequenos Navegantes, desenvolveu a cartilha “Minha criança tem características do autismo: o que fazer?”.

Os autores da cartilha - Ana Amélia Cardoso (Departamento de Terapia Ocupacional - EEFFTO/UFMG e coordenadora do PRAIA), Maria Luísa Nogueira (Departamento de Psicologia - FAFICH/UFMG e coordenadora do PRAIA), Jardel Sander (Professor da  FaE/UFMG) e Poliana Martins (Doutoranda em psicologia e cognição pela UFMG) - são estudiosos da temática e convivem diariamente com os desafios vivenciados pelos autistas. Poliana é mãe de três crianças atípicas, sendo que seus dois filhos mais novos foram diagnosticados com TEA. A professora Ana Amélia foi diagnosticada com TEA já na fase adulta. Maria Luísa e Jardel são pais do Chicão, que inspirou e motivou a criação do PRAIA.

O principal objetivo do material é estabelecer um diálogo claro e aberto entre os leitores e os autores, através de uma linguagem acessível para orientar as famílias que participam dos projetos, baseada em evidências científicas. Como os próprios autores apontam logo na introdução, o texto é dividido em pequenos capítulos, cujo os títulos são verbos, justamente porque uma das características do autismo é agir o mais cedo possível. Segundo a professora Ana Amélia, “agir cedo é essencial, não só em casos de autismo, mas de outros transtornos do neurodesenvolvimento. Quanto mais cedo essa criança começar a intervenção adequada, maiores as chances de se conseguir evolução significativa no desenvolvimento.”

Por isso a professora alerta sobre a importância de que pais, familiares e cuidadores de crianças pequenas prestem atenção no no desenvolvimento de suas crianças e procurem ajuda no caso de perceberem qualquer atraso ou alteração. A revista tem uma sessão especial, dedicada a explicar em detalhes o desenvolvimento neuropsicomotor esperado para crianças típicas de cada faixa etária e orientar os responsáveis sobre possíveis atrasos no crescimento dos seus filhos.

O texto conta também com depoimento dos pesquisadores. Ana Amélia compartilha que passou por uma fase de medo do estigma e de ser menosprezada socialmente ao receber seu diagnóstico de TEA. Entretanto, hoje ela acredita que ser professora e pesquisadora em uma das maiores universidades do país é uma grande oportunidade de ajudar outras pessoas autistas e suas famílias. E completa: “contar minha história faz parte da luta por direitos, por espaço, por reconhecimento das pessoas autistas em geral.”.

É importante ressaltar que o autismo não tem cura. Por isso, crianças autistas nunca deixarão de ser autistas. A sociedade precisa deixar o capacitismo de lado e adaptar-se às diferenças. É preciso promover espaços que sejam capazes de acolher adolescentes e adultos autistas também.


O download da revista pode ser feito aqui.