Estudantes de Educação Física da UFMG realizam Visita Técnica na Mina de Águas Claras - MAC/VALE, em Nova Lima/MG | EEFFTO - UFMG  


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Estudantes de Educação Física da UFMG realizam Visita Técnica na Mina de Águas Claras - MAC/VALE, em Nova Lima/MG

23/01/2025 | 17:42

No último dia 10 de janeiro, estudantes da disciplina "Parques como locais de intervenção e atuação", ministrada pela professora Maria Cristina Rosa, participaram de uma visita técnica à Mina de Águas Claras, localizada em Nova Lima, região da Serra do Curral. A visita também contou com a turma da disciplina “Educação Física, Lazer, Território e Mineração”, ministrada pela professora Sheylazarth Ribeiro, no curso de licenciatura e bacharelado em Educação Física da Universidade do Estado de Minas Gerais - UEMG, com membros integrantes do Caparaó - Grupo de Pesquisa sobre Natureza e com agentes de projetos sociais das Associações Natividade e Movimenta Brasil.

O local, que foi palco de intensa atividade mineradora e está em processo de reestruturação para uso público e lazer. A visita teve como objetivo principal conhecer e analisar as iniciativas propostas para a revitalização da área e refletir sobre as possibilidades de intervenção e atuação para profissionais de educação física.

 

A Mina de Águas Claras (MAC) encerrou suas operações minerárias em 2002, após três décadas de exploração. Adquirida pela Vale S.A. em 2006, passou a ser utilizada para fins administrativos a partir de 2008. Localizada na região metropolitana de Belo Horizonte, a MAC é parte da Serra do Curral, um símbolo histórico e cultural da capital mineira. A mina ocupa uma área total 1.908 hectares, na qual 912 hectares destinam-se para a Reserva Particular do Patrimônio Natural - RPPN Mata do Jambreiro, de propriedade da mineradora Vale S.A.

Fonte: Edital MAC-Uso Futuro - VALE SA

Atividades Realizadas Durante a Visita

A visita técnica permitiu a confluência de diferentes temas transversais à disciplina. Durante o semestre, em sala de aula, a turma recebeu Gisele Mafra, da Fundação de Parques Municipais e Zoobotânica de Belo Horizonte, para compreender a organização de áreas verdes da cidade, especificamente os parques urbanos, e seus desafios, bem como para compartilhar experiências exitosas no que se refere ao uso desses espaços para lazer e atividades físicas e culturais. Os alunos também puderam discutir com um agente público do Instituto Estadual de Florestas - IEF/MG, Daniel Anilton Duarte Marques, que apresentou o panorama do Programa de Concessões de Parques Estaduais (PARC), e Alex Amaral e Fernanda Oliveira, da equipe do Parque Estadual Mata do Limoeiro, que apresentaram estratégias de gestão de parques para incluir atividades de lazer e comunitárias, em alinhamento com as ações de proteção ambiental.

As gestoras de projetos sociais das Associações Natividade e Movimenta Brasil, Isabella Guimarães e Welton Machado, partilharam com a turma os caminhos instrumentais para a elaboração de projetos de intervenção social a partir da educação física em parques urbanos. Também foi trabalhado em sala de aula, o tema da recuperação de áreas degradadas como potencialidade para a implantação de áreas verdes e de lazer. O foco da discussão foram iniciativas nacionais e internacionais de ressignificação de áreas mineradas, tendo em vista a relevância dessa atividade e seus impactos no contexto socioambiental contemporâneo. Esta aula temática foi conduzida pela estagiária docente da disciplina, Karolina Hugo, estudante do mestrado Interdisciplinar em Estudos do Lazer, na EEFFTO.

Assim, a visita foi um momento de aplicar os conteúdos e conceitos trabalhados em sala de aula, ao mesmo tempo, em que se refletiu sobre os desafios e limitações dos projetos em curso. Durante a visita, integrantes da Gerência de Uso Futuro Brasil, da VALE S.A, Eduardo Duffles, Eliane Almeida e Zoraide Lucena, realizaram a mediação e apresentaram diversas áreas do projeto de revitalização da MAC. Entre os locais visitados, destacam-se:

  • Pátio e áreas previstas para projetos futuros: Espaços destinados ao uso coletivo para eventos e projetos sociais, culturais e esportivos, como a implantação de um Bike Park, escolas de capacitação técnica e profissional e de produção de alimentos.
  • Mirantes: Local de visada estratégica para apreciação estética da paisagem.
  • Casa de uso futuro: Espaço multifuncional interativo, destinado a preservar a história da mineração no local e apresentar e promover debates sobre as iniciativas para o uso futuro.
  • Obras de estabilização e recuperação ambiental: Exemplos de medidas em andamento para mitigar impactos ambientais e recuperar a qualidade ambiental local.

 

 

 

A responsabilidade histórica das empresas mineradoras no que tange aos danos ambientais causados por suas atividades emerge como importante debate público e apresenta-se como uma oportunidade inovadora de ressignificação e qualificação desses espaços, que podem ser transformados em áreas verdes, de uso público e coletivo. Nesse sentido, a visita técnica à Mina de Águas Claras foi uma oportunidade para que estudantes vivenciem na prática os desafios de revitalização de áreas degradadas. Embora os projetos propostos para o espaço apontem para novas possibilidades de uso, também revelam tensões sobre a gestão da área e a efetividade das soluções apresentadas. Essa experiência reforça a importância da ampliação das parcerias entre a universidade, a iniciativa privada e a sociedade civil, por meio de um diálogo aberto, crítico e multidisciplinar.

Mais informações sobre o Projeto MAC Uso Futuro : https://vale.com/pt/editalusofuturo

 

Texto escrito por Karolina Hugo, aluna do mestrado do PPGIEL e faz estágio docente na disciplina "Parques como locais de intervenção e atuação".