II Jornada do envelhecimento saudável dá show de alegria e tecnologia

30/09/2015 | 12:59

Coordenado pelo professor Franco Noce, o projeto Exercício, Prevenção e Envelhecimento Saudável realizou na última segunda-feira, 28 de setembro, a II Jornada do Envelhecimento Saudável. Com o objetivo de coletar dados físicos, psicológicos e funcionais dos 200 idosos que participam do programa, foram realizados diversos testes em dez estações de avaliação espalhadas pela Escola de Educação Física, Fisioterapia e Terapia Ocupacional (EEFFTO).

De acordo com o professor Franco, um dos objetivos do projeto é fornecer dados coletados de maneira consistente e periódica. “Assim conseguimos acompanhar a evolução dos nossos idosos no projeto e compreender o efeito da exposição à prática de exercícios de uma forma sistematizada e longitudinal”, destaca.

Segundo Vinícius Gomes, bolsista de graduação do projeto, a Jornada do Envelhecimento Saudável é essencial para coletar dados que vão interferir na atuação dos profissionais envolvidos na ação. “Além de ser um evento para o entretenimento dos idosos, a Jornada é importante para que os professores do projeto saibam se os participantes estão ou não motivados, se podem continuar com a prática das atividades físicas, se algum deles tem depressão ou não, entre outros dados que servem como avaliação e controle”, pontua.

Ainda de acordo com o professor, o programa também tem atingido importantes resultados sob o ponto de vista acadêmico,  como a indissociabilidade do ensino, pesquisa e extensão. “Esse projeto serve para que nós capacitemos os nossos alunos para o mercado de trabalho. Eles passam por uma supervisão pedagógica, científica e são treinados em diferentes modalidades, além de aprenderem diversos conteúdos relacionados ao envelhecimento humano”, conclui.

Mudança de vida e hábitos

E quem disse que após a aposentadoria é hora de deixar de lado os sapatos e colocar em ação os chinelos? Para a turma da terceira idade que participa do projeto, a aposentadoria é o melhor momento para trocar os chinelos por um bom par de tênis. Seja na dança, na caminhada, ou na ginástica, movimentar o corpo, para eles, é sinônimo de movimentar a vida.

Na altura de seus 92 anos, Antônio Moreira ou o Centenário, como é chamado pelos colegas da terceira idade, esbanja simpatia e vitalidade. No posto de um dos fundadores do projeto, já que há 22 anos participa das atividades oferecidas na EEFFTO, ele garante que o exercício físico mudou sua vida e é um dos motivos de sua boa saúde hoje.

“Tudo na minha vida mudou: saúde, a boa vontade. Meus testes aqui geralmente são muito bons, meus resultados apontam cerca de dez anos a menos que minha idade atual. Meus irmãos mais novos estão todos morrendo e eu estou aí, firme, forte e trabalhando. Tenho uma chácara e quem capina, limpa, corta, poda, quem faz tudo sou eu”, garante.

Para o senhor Olavo Gualberto, jornalista aposentado de 68 anos, não é diferente. “Faz três anos que estou no projeto. Participo de caminhada, teatro, hidroginástica e dança. Aqui fiz muitas amizades e depois do projeto notei todo tipo de melhora em mim. Sumiu a depressão, ganhei mais saúde e mais alegria pela vida”, conta.

Já Marli Helena Alcantara, de 58 anos, começou no programa há cerca de três meses e, mesmo novata na turma, já pôde perceber muitos resultados. “Eu me tornei uma pessoa melhor em todos os sentidos e tenho muito mais facilidade para fazer as atividades domésticas”.

Novo Software e aplicativo

Além de ser uma referência acadêmica, o projeto Exercício, Prevenção e Envelhecimento Saudável tem se mostrado inovador também sob o ponto de vista tecnológico.  Com o apoio de recursos do Programa de Extensão Universitária (Proext), a equipe desenvolveu um software que aperfeiçoa a sistematização dos dados do projeto.

“Na primeira fase do desenvolvimento do software fizemos um sistema web para guardar e analisar os dados, que é o que está acontecendo agora. A próxima fase é a programação do aplicativo para Android. Já consegui gerar informações úteis para o projeto através do sistema em poucos segundos, sendo que antes era preciso horas para gerar os mesmos dados”, explica Cleber de Oliveira, analista de sistemas responsável pelo software.