"4º Ciclo de Palestras: Atividade Física e Nutrição" aborda os modismos em dietas e exercícios físicos | EEFFTO - UFMG  


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"4º Ciclo de Palestras: Atividade Física e Nutrição" aborda os modismos em dietas e exercícios físicos

06/11/2015 | 10:39

Na última quinta-feira, 05 de novembro, o mini auditório da EEFFTO recebeu o 4º Ciclo de Palestras: Atividade Física e Nutrição, promovido pela Liga Acadêmica de Atividade Física e Nutrição (LAFIN).  A noite contou com duas palestras, “Modismos: Consequências do excesso de proteínas e da retirada do glúten da dieta”, ministrada pela professora e nutricionista Carmen Zita e “Eficácia da utilização do exercício físico em jejum para fins de emagrecimento”, ministrada pelo professor Washington Pires, do departamento de Educação Física da EEFFTO.

Para Jaime Resende, aluno do 3º período de Educação Física e organizador do Ciclo de Palestras, os debates representam a união entre as áreas da Nutrição e da Educação Física, proporcionando a troca de informações e a produção de conhecimento, além de despertar o interesse dos alunos de ambos os cursos. “Acredito que a UFMG tinha uma deficiência nesse aspecto, de unir as duas áreas, e com o LAFIN temos a oportunidade de criar esse ciclo de palestras. Contamos com um grupo de estudos, que trabalha com artigos da área da Nutrição Esportiva e também da Educação Física voltada pra o esporte”. 

Dieta da proteína e retirada do glúten são modismos perigosos para a saúde

Em sua palestra, a professora Carmen ressaltou os riscos para a saúde de quem segue “dietas da moda” sem indicação e acompanhamento profissional. Segundo ela, dietas de consumo excessivo de proteínas podem gerar consequências imediatas e a longo prazo. “A proteína em excesso, seja em forma de suplementação ou em alto consumo de ovos, leites e carnes, pode gerar aumento do ácido no organismo, podendo ocasionar cálculos renais e gota (um tipo de artrite). A longo prazo, pode acarretar lesões no fígado e doenças cardíacas”, alertou.

A professora e nutricionista Carmen Zita alertou para os perigos das dietas da moda

Carmen ainda tratou da cada vez mais popular retirada do glúten da alimentação por pessoas não portadoras da doença celíaca - intolerância à proteína do trigo. “A proteína do glúten, para quem não tem intolerância, é necessária para as bactérias boas se desenvolverem no intestino. Sem o glúten, só as bactérias ruins se desenvolvem, aumentando processos inflamatórios, podendo evoluir para colite (inflamação do cólon) e até câncer de intestino no futuro”. A doença celíaca e outras formas de hipersensibilidade ao glúten podem ser detectadas por exames de sangue específicos.

Aeróbico em jejum e emagrecimento

O professor Washington, por sua vez, tratou de uma prática muito comentada atualmente, o exercício aeróbico em jejum (AEJ). Segundo ele, o jejum não apenas não oferece benefícios comprovados para emagrecimento ou ganho muscular, como prejudica o praticante. “Em jejum, o organismo aumentará a utilização de proteínas, ou seja, vai consumir os músculos durante a atividade física. A resposta hormonal após o exercício em jejum favorece o ganho de gordura, e já foi comprovado que não faz efeito sobre o emagrecimento”, aponta. Além disso, indivíduos em jejum têm fadiga muscular antecipada, se comparados a indivíduos alimentados praticando o mesmo exercício.

Professor Washington palestrou sobre o exercício aeróbico em jejum (AEJ)

Washington alerta também para a possibilidade de picos hipoglicêmicos, ou seja, níveis muito baixos de concentração de glicose no sangue, ocasionados pela falta de alimentação. “Para emagrecimento, a indicação é orientação nutricional, para que tenha um balanço entre os macronutrientes de forma adequada, e uma orientação para a atividade física com duração e  intensidade coerentes com as limitações do indivíduo”, finaliza.