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Juventude e potencial do atletismo paralímpico britânico impressionam

02/09/2016

JOÃO VITOR CIRILO
@SUPERFC

No Rio, equipe da Grã-Bretanha terá até uma atleta de 15 anos e muitos outros jovens

Foto: Uarlen Valerio/ O Tempo

 

Repetindo a dose do time olímpico, a equipe paralímpica da Grã-Bretanha finaliza a preparação para os Jogos do Rio de Janeiro em Belo Horizonte. No caso do atletismo, é na pista do Centro de Treinamento Esportivo (CTE) da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) que os prováveis futuros medalhistas ajustam os últimos detalhes antes da competição, realizada entre 7 e 18 de setembro.

Entre os britânicos classificados para os Jogos Paralímpicos, uma característica chama a atenção: a juventude. São muitos os jovens atletas componentes da equipe, vários deles com potencial para a busca de pódios no Brasil.

A mais jovem do time é a cadeirante Kare Adenegan, de apenas 15 anos. Competidora na categoria T34, ela conseguiu dois bronzes no Mundial de Doha em 2015, nos 400m e 800m. No esporte desde 2012, ela tem paralisia cerebral e não movimenta as pernas, um pequeno detalhe que não a impediu de sonhar, mesmo ainda muito nova.

“Tive o desejo de praticar esporte em 2012, vendo as Olimpíadas dentro de casa (Londres). Não me dava conta até então de que portadores de deficiência tinham essa condição e essa capacidade de praticar esportes. Isso instigou em mim uma vontade de praticar”, conta.

Kare tenta deixar a pressão por resultados de lado e quer aproveitar o momento. “Ao mesmo tempo que existe uma pressão, estou muito animada. Quero aproveitar, me divertir, não vejo a hora de chegar o momento de começarem os Jogos”, sonha.

Assim como Adenegan, Sophie Hahn, de 19 anos, é outra que começou a competir após seu país sediar os Jogos em 2012. Velocista na categoria T38, Hahn também teve um problema cerebral que acabou afetando sua musculatura. Com pouco mais de três anos como competidora de alto rendimento, ela já conseguiu, entre outras conquistas, cinco ouros e seis pratas em Campeonatos Mundiais e Europeus.

“Eu me sinto sortuda por ser uma atleta. Talvez eu já tenha ouvido que era impossível uma ou várias vezes, mas grandes pessoas sempre estiveram por trás de mim, me dando suporte, me dizendo o quanto eu era especial e o quanto eu poderia ser como elas. Eu espero ser (uma inspiração). Eu fui inspirada pelos Jogos de Londres 2012 e eu espero inspirar a próxima geração de atletas que vão surgir com a Olimpíada do Rio”, afirma.

Outra entre as jovens é Polly Maton, do salto em altura. Aos 16 anos, ela já carrega no currículo a disputa de um Mundial Juvenil aos 14 anos, quando terminou em oitavo.

Voz da experiência. Por outro lado, também há atletas para os quais as Paralimpíadas não são nenhuma novidade. Aos 34 anos, Dan Greaves vai para a sua quinta participação no evento, com o peso de ter conseguido medalhas em todas as quatro edições anteriores. No lançamento de disco paralímpico, ele detém um ouro (Atenas 2004), duas pratas (Sydney 2000 e Londres 2012) e um bronze (Pequim 2008).

“É ótimo ver novos e jovens rostos em nossa equipe, porque eu não vou durar para sempre. É preciso ter alguém para levar isto adiante e conquistar muitas medalhas em um futuro próximo”, destaca Greaves, que nasceu com uma deformidade nos pés e, assim como Hahn e Adenegan, iniciou no esporte muito cedo.

Em Sydney 2000, Greaves competiu ainda aos 17 anos, terminando com a prata. “Eu me sinto um veterano. Comecei mais cedo do que a maioria dos atletas do time britânico (aos 12 anos) e sempre amei o esporte, os Jogos Paralímpicos. Como eu sou um dos mais experientes atletas, pude ver o desenvolvimento deste time, o quanto eles evoluíram para chegar no nível que temos hoje. É uma experiência desafiadora ter disputado várias Paralimpíadas e é muito importante mostrar para os mais jovens a paixão e a importância do que é competir e o que isso pode significar no futuro”, orgulha-se.