18/05/2017
Mesmo com acesso a informações sobre a necessidade de se manter uma vida ativa e saudável, os mineiros ainda estão bastante sedentários. No Estado, apenas 40% das pessoas com mais 15 anos afirmam que se exercitam, segundo o Suplemento de Práticas de Esporte e Atividade Física da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), divulgada ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE).
“O levantamento nos mostrou que, em Minas, os homens praticam mais esportes e as mulheres, mais atividades físicas”, afirma a analista de Planejamento, Gestão e Informação do IBGE, Fernanda de Sousa Gerken.
No Brasil, 37,9% dos entrevistados afirmaram ter praticado algum esporte ou atividade física em 2015, período em que foi realizada a pesquisa. Para 38,2% dos brasileiros, a falta de tempo foi a explicação para manter a vida sedentária. Outros 35% alegaram não gostar de nenhuma atividade.
Professor da Escola de Educação Física, Fisioterapia e Terapia Ocupacional da UFMG, Franco Noce credita o baixo índice de pessoas adeptas dos exercícios físicos ao ritmo de vida acelerado dos brasileiros. Já entre os mais novos, falta maior incentivo, opina o especialista.
“É muito importante que haja um incentivo à prática de esportes desde a infância para se tornar um hábito” (Franco Noce, professor da UFMG)
A empresária Letízia Boaventura Cançado, de 46 anos, confirma essa teoria. “Não pratico atividade física, apesar de estar matriculada na academia. Mas a correria do dia a dia é impressionante. Eu falo que vou hoje, depois adio para amanhã e acabo não fazendo. Não tenho tempo por causa de trabalho”, conta.
Já o churrasqueiro Alexander Linderman Marques Mafaldo, de 23 anos, pode até ter tempo, mas falta disposição. “Não sou muito chegado a atividade física. Tenho preguiça, falta de interesse, não gosto muito de ficar me matando na academia. Preciso de uma energia que não sei de onde tirar”, afirma.
Perfil
A pesquisa mostrou ainda que quanto mais alto o salário e a escolaridade, mais ativa tende a ser a pessoa. Enquanto apenas 17,3% dos que não têm instrução praticaram alguma atividade, dentre os com ensino superior completo o indicador pula para 56,7%.
Da mesma forma, dentre aqueles que declararam não ter rendimento, o percentual de “atletas” é de 31,1%. Entre os que recebem a partir de cinco salários mínimos, passa a ser de 65,2%.
O professor Franco Noce lembra que a vida sedentária tem impactos sobre a saúde. “Quem nunca praticou esportes tende a ser um idoso mais dependente por ter mais dificuldades para exercer tarefas da vida diária. Sem contar problemas ligados ao sedentarismo como diabetes, obesidade, depressão, dentre outros”, afirma.
Inclusive, foram a melhora da qualidade de vida e do desempenho físico, o bem-estar e a indicação médica as justificativas apresentadas pelas pessoasque praticam atividade física ouvidas na pesquisa.