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‘Pint of Science’ debate dieta e tecnologia na mesa do bar

19/05/2017

Imagine a seguinte cena: sentar à mesa do bar, pedir uma bebida, comer um petisco e discutir sobre as mais novas descobertas científicas que podem mudar a história. Ao longo de três dias nesta semana, o festival internacional Pint of Science reuniu milhares de participantes em 11 países, em mais de cem cidades, simultaneamente, sendo 22 brasileiras.

Em Belo Horizonte, cerca de 2.000 pessoas se reuniram em cinco bares. No total, foram 30 palestrantes, que abordaram 15 temas diferentes da área científica. Em cada dia, dois pesquisadores de Minas Gerais levaram seus estudos para além das fronteiras das universidades e dos institutos.

Em uma das discussões levantadas, a conclusão foi que não há mesmo como o homem desassociar-se da tecnologia, avalia Sérgio Fonseca, professor titular do Departamento de Fisioterapia da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), que apresentou o tema “Ciborgue: o fim dos limites versus dependência tecnológica”, ao lado de Denis Franco, coordenador do programa de mestrado em direito e inovação da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF).

“A evolução da humanidade, de algumas décadas para cá, está atrelada à dependência da tecnologia, e isso deve ser visto como algo positivo. Já há países europeus que introduzem noções de programação computacional para as crianças nas escolas. A capacitação dessa nova população vai gerar um convívio harmônico com a tecnologia e que oferecerá vantagens a todos”, explica o especialista.

O impacto da tecnologia também deve ser acompanhado, opina Franco. “Imagine um carro que dirige sozinho e que se depara com uma criança no meio da rua. As probabilidades seriam: desviar a rota e atropelar um pedestre, avançar sobre a criança ou virar para o outro lado, atingindo um poste e matando o motorista. De quem seria a responsabilidade pelo acidente? É por esse e outros motivos que a lei e o direito devem andar de mãos dadas com a tecnologia”, argumentou.

Corpo. Já o encontro “Fábrica de musas e monstros: fisiologia do esporte e modismos na dieta” reforçou que a saúde vem antes das conquistas estéticas. Os palestrantes foram Luciano Sales Prado, doutor em ciências do esporte e professor da UFMG, e Leandro Barbosa do Prado, doutor em fisiologia e farmacologia pela UFMG.

“Dentro desse universo de querer emagrecer e/ou ficar forte, uma boa estética deve ser resultado de uma boa saúde, sempre. Mas nem sempre uma boa estética será sinônimo de boa saúde. As pessoas querem ser musas e acabam se transformando em monstros, causando um efeito contrário ao desejado”, aponta Luciano Prado.

Além de destacar a importância das atividades físicas, os especialistas lembraram sobre os riscos de medicamentos na busca pelo corpo “perfeito”. “O uso de substâncias irregulares, destinadas a outros fins diferentes do emagrecimento ou fortalecimento muscular, geralmente não é acompanhado por uma preocupação dos efeitos colaterais que podem provocar no organismo. Problemas cardiovasculares e psíquicos são muito comuns em pessoas que ingerem remédios de maneira indiscriminada”, alerta Barbosa.

Outra consideração feita pelo especialista foi a inexistência de uma fórmula mágica. “Não existe uma pílula que você vai tomar de noite e acordar amanhã com o corpo que deseja. A ciência está avançando com o passar dos anos, mas estamos longe de um composto único que reúna todos os efeitos buscados e que ofereça resultados rápidos e saudáveis”, afirmou.

Edição 2018

Previsão. Após o sucesso desta edição em Belo Horizonte, os organizadores confirmaram para o ano que vem um novo encontro do “Pint of Science”, possivelmente em maio.

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