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Ex-secretário, Luis Lima torce pela sequência do CTE da UFMG

16/08/2017

Os 12 meses no cargo mais alto da Secretaria de Alto Rendimento serviram para o ex-nadador olímpico Luis Lima ver de perto como funciona parte da política brasileira. Ao mesmo tempo em que não compactuou com muitas iniciativas - que o fizeram a pedir demissão -, ele também viu ideias interessantes serem implementadas. Uma delas foi do Centro de Treinamento Esportivo da UFMG, que conta com estrutura de alto nível para a formação e desenvolvimento de atletas. A qualidade do CTE fez com que delegações britânica e polonesa desembarcassem em BH para usufruir de todo o seu potencial.

Dependendo de uma parceria com o Ministério do Esporte para se manter, o CTE pode ver suas atividades serem interrompidas se o contrato não for renovado a partir de 30 de setembro. A ausência de Luis Lima deixa receosos os responsáveis e envolvidos, que viam no ex-secretário uma importante ponte e suporte para seguir com o trabalho. Confira entrevista com o ex-nadador, que torce para que o projeto siga ativo.

O que dizer do CTE? Aquele lugar foi uma das melhores coisas que vi acontecer, na minha gestão, em benefício do esporte brasileiro. Este programa esportivo a nível nacional que a UFMG realiza é algo que deveria servir de exemplo para as outras 63 universidades federais. Ali existe uma preocupação que não é voltada somente para as pessoas da universidade. É algo mais abrangente, que passa pela fase de iniciação esportiva até o alto rendimento, incluindo ou não atletas universitários. Existe um trabalho de inserção de profissionais das mais diversas áreas no contexto esportivo. Além dos professores, alunos de vários cursos como fisioterapia, psicologia, nutrição, medicina esportiva, entre outros, possuem uma estrutura de alto nível. A pista de atletismo é uma das melhores do país, assim como a piscina coberta. Torço para que a parceria seja renovada o mais rapidamente possível. O CTE tem feito algo grandioso nos últimos anos, mostrando-se um grande parceiro do esporte brasileiro. Acabei virando fã do projeto.

Se você estivesse na secretaria, a parceria seria mantida? Creio que sim, desde que os recursos estivessem disponíveis. Seria uma das prioridades manter as coisas que dão certo, além de procurar novas iniciativas. A UFMG é um parceiro que podemos abraçar de olhos fechados, sabendo que o dinheiro vai ser bem investido, que os resultados vão aparecer de verdade.

Quais os motivos da sua saída? Nunca tive problema pessoal com ninguém, fui sempre muito bem tratado. Em determinado momento, percebi que as minhas prioridades eram diferentes das que o Ministério do Esporte tinha, o caminho a ser seguido deveria ser outro. Não é uma questão de certo ou errado. Preferi me despedir e dar oportunidade a um outro secretário que tivesse uma visão mais alinhada com a forma de pensamento deles.

O que dizer da chance da parceria terminar? Torço para que ela continue. É algo que pode contar com a presença, também, da iniciativa privada, que seria uma grande parceiro. O retorno seria considerável para empresas de grande e médio porte, com uma imagem bastante positiva tendo ligação direta com estes responsáveis. O esporte é muito bem administrado pela UFMG, que propicia uma grande forte de retorno. Torço para que outras universidades sigam este caminho. Ainda nesta linha, creio que o Ministério da Educação também poderia realizar ações em parceria com o Ministério do Esporte. O esporte é um braço da educação, mas ainda não vemos essa visão, infelizmente. A prática esportiva precisa estar aliada com a educação. Isso pode ser feito com pequenos ajustes, as pessoas precisam enxergar isso. O investimento de educação nas escolas federais poderia estar mais bem alinhado com o esporte.

Confira aqui a matéria na íntegra