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CTE corre risco de virar mais um ‘elefante branco’

16/08/2017

Todo o esforço empregado na construção de um dos complexos esportivos de maior potencial do país poderá ir por água abaixo em pouco tempo. O Centro de Treinamento Esportivo (CTE) da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) tem boas chances de se transformar, em setembro, em um “elefante branco”, se a parceria com o Ministério do Esporte for desfeita. Um termo de cooperação no valor de R$ 9,8 milhões foi assinado em 2013 e contribuiu para a aquisição de materiais esportivos e pagamento de recursos humanos em modalidades como atletismo, tae-kwon-do, natação e judô.

O acordo, que vai expirar no dia 30 de setembro, pode não se prolongar, não dando aos responsáveis pelo local outra opção a não ser liberar os atletas bolsistas que lá treinam, além dos profissionais envolvidos na rotina do CTE.

Em contato com a reportagem, o Ministério do Esporte limitou-se a dizer que recebeu a proposta de renovação e analisa o caso. Mas a apuração do SUPER FC indicou uma possível destinação dessa verba para o Estado de São Paulo, onde seria aplicada em modalidades de menor expressão, como o basquete 3x3.

Em junho deste ano, o secretário nacional de Alto Rendimento, Luiz Lima, deixou o cargo que ocupava. O ex-nadador era a principal ponte entre o Ministério do Esporte e o centro de treinamentos, que tem o polonês Antoni Leszek como supervisor de atletismo. A mudança no comando, com a saída de Lima e a entrada do ex-judoca Rogério Sampaio, pode comprometer a continuidade da parceria. O CTE precisaria, anualmente, de R$ 1,4 milhão para manter o projeto em um formato mais enxuto.

“O Luis Lima era um grande parceiro nosso. Ele esteve no CTE e viu de perto a estrutura, deixando claro que se tratava de uma das melhores do país. Poucos são os locais que possuem um trabalho de formação como o nosso no Brasil, principalmente após as Olimpíadas. Sem apoio, vamos precisar dar fim ao projeto, o que seria uma lástima. Para recuperar tudo o que conquistamos depois, vai ser complicado”, lamenta Leszek.

Mais de 10 mil jovens de comunidades carentes foram “peneirados” para que cerca de 150 fossem escolhidos para fazer parte da equipe de atletismo. Os recursos possibilitaram, ainda, viagens de treinadores do CTE para países como Polônia e Itália em busca de aprimoramento profissional.

Não demorou para que alunos atendidos pelo projeto começassem a conquistar medalhas e pódios em campeonatos das suas categorias em outras regiões do Brasil, mostrando o potencial da iniciativa que pode ser apenas mais um triste capítulo da política nacional de esportes, que segue não aproveitando de forma devida as oportunidades que surgem a cada ciclo olímpico e o legado pós-Rio 2016.

A pista de atletismo do CTE foi inaugurada em 2012 e possui nove raias. Sua aprovação aconteceu após ser classificada na Classe A, nota máxima concedida pela Federação Internacional de Atletismo (IAAF). (...)

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