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Conheça os times de Corinthians e CSA que têm 100% de atletas com Down

25/09/2017

Cheio de entusiasmo, Danilo Polo Salva, 32, calça o tênis, coloca o uniforme do Corinthians e segue para o treino no Parque São Jorge, em São Paulo. A 2.500 km e na mesma empolgação, Alex Sandro Lessa, 31, repete o ritual, mas com as cores do CSA, de Maceió. O Timão, que vem dando passos importantes para levantar o troféu do Brasileiro no fim da temporada, e os alagoanos, que podem garantir hoje o acesso à Série B, já se destacam em conquistas muito mais nobres.

Corinthians e CSA são os primeiros clubes do país a montar equipes de futsal 100% formadas por atletas com síndrome de Down. Outros times, como o Santos, por exemplo, também disputam campeonatos, mas oferecem apenas apoio e não uma estrutura completa como os dois.

Corinthians e CSA se preparam agora para a primeira edição da Copa do Brasil de Futsal Down, que acontecerá de quatro a dez de dezembro em Ribeirão Preto, no interior paulista. Minas Gerais terá uma vaga, mas o representante ainda não foi definido.

Mais do que troféus e medalhas, que não param de crescer nas coleções desses guerreiros, os atletas e suas famílias estão muito mais interessados na inclusão e respeito. “O esporte é tudo, tudo. Toda a parte de limitações que meu filho tem em outras áreas, como não poder dirigir, fazer uma faculdade ou sair sozinho de casa, por exemplo, ele supre no esporte. O esporte engrandece, ele adora. Se sente importante. Não fica ocioso e desvia a atenção com uma coisa boa”, explica a professora Sandra Aparecida Polo Salva, 54, mãe de Danilo Polo.

O pai é ainda mais entusiasmado. “É nosso orgulho, meu xodó. Saber que meu filho é especial e consegue vitórias importantes a cada dia me enche de orgulho. Não é só vitória em quadra, vitória na vida. Eu tenho o maior prazer de falar o nome dele, de mostrar as medalhas e os troféus que ele ganha. Todo mundo trata ele como um vitorioso”, diz o empresário Ney João Salva, 54.

Danilo é um exemplo de que o esporte realmente quebra barreiras e ultrapassa fronteiras. Na próxima quarta-feira, ele embarca para o México pela terceira vez, onde vai disputar um torneio sul-americano de pessoas com síndrome de Down pelo Corinthians. Mas ele também já conhece países como Equador, Itália e Portugal. Ao comentar sobre o prazer de jogar futebol e falar do que mais gosta quando está em quadra, Danilo não faz rodeios: “Gosto de fazer gol”, diz o jogador, que também faz natação e ginástica olímpica.

Mãe de Alex Sandro, a massoterapeuta Maria Zélia dos Santos, 55, não se contém ao avaliar a participação do filho no futebol. “Eu me emociono sempre que falo. Isso para mim foi como mais uma vida para mim e para ele. É tão importante para o Alex. Ele hoje é outra pessoa. Toda vez que se fala nisso, os olhos deles brilham. Ele é outro ser humano”, enumera Zélia.

Érico Haruo Eda, 25, é outro que não perde um treino. Para o pai, o aposentado Martin Haruo, 66, os ganhos são incalculáveis. “O esporte é uma coisa muito boa que aconteceu na vida dele. Ajuda a desenvolver a parte física, intelectual e amplia o ciclo de amizades. Outros clubes deviam apoiar também. Esta iniciativa é muito importante para todos nós”, diz ele.

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