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Galo e América participam de pesquisa genética inovadora para prevenir lesões

14/05/2021

Pesquisa do Grupo Pardini, com base em estudo da UFMG, prevê o lançamento de um novo exame que ajudará os clubes a diminuir as chances de lesões de atletas


Thiago Nogueira
14/05/2021 – 07h30

Com base em um projeto de doutorado em ciências do esporte da Escola de Educação Física, Fisioterapia e Terapia Ocupacional da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), uma pesquisa do Grupo Hermes Pardini com jogadores voluntários de base de Atlético e América quer auxiliar os clubes a minimizar a probabilidade de lesões musculares.

O estudo possibilita o cruzamento de painéis genéticos, dados clínicos e algoritmos que poderão influenciar decisões médicas na prática esportiva. Um sistema preditivo multiparâmetro, conhecido como Apollo, desenvolvido pela empresa Omni, já atua com a prevenção de lesões musculares em atletas do futebol brasileiro profissional.

O Apollo recebe informações de termogramas e biomarcadores, permitindo calcular o índice de fadiga dos atletas por meio de algoritmo. O software ainda oferece a possibilidade de análises quantitativas e qualitativas mais assertivas, assinalando as regiões anatômicas mais propensas a incidência de lesões musculares. Os resultados auxiliam os clubes na tomada de decisões sobre o equilíbrio da carga de treinamento e na recuperação de atletas de alto rendimento, minimizando a probabilidade de lesões musculares.

O Hermes Pardini está ampliando essa metodologia. O laboratório realizou coletas e análises, que se somam a outros dados, como as imagens termográficas dos atletas, para a genotipagem e análise dos biomarcadores. Com os resultados dos testes, o setor de pesquisa e desenvolvimento fará a extração do material genético para identificar genes que possam influenciar nos processos de inflamação e regeneração muscular. A genotipagem será realizada através da análise do genoma dos atletas. 

Assim, os dados da genotipagem passarão por uma análise pelos pesquisadores das duas empresas. A descoberta de perfis genômicos pode ajudar, por exemplo, um médico definir qual metodologia vai utilizar para operar determinado paciente, de acordo com seu potencial de inflamação e regeneração muscular.

?O objetivo do projeto é compreender todas essas correlações, disponibilizar o conhecimento e tecnologia no esporte de alto desempenho e, na sequência, permitir que todas as pessoas, profissionais e amadores, possam ser beneficiadas pelas informações que o teste oferece?, afirmou Bernardo Dória, gerente de novos negócios do Grupo Pardini. A previsão do laboratório é que, ao longo do segundo semestre, sejam concluídas as etapas de análises, juntamente com a tese de doutorado. 

Para o fisiologista das categorias de base do Galo e autor da pesquisa na UFMG, Tane Kanope, os atletas de alto rendimento têm curvas de recuperação física diferentes, em função do grande número de jogos, muitos apresentam reabilitação incompleta e risco aumentado de lesões. ?Utilizando o sistema Apollo, minha pesquisa busca informações que forneçam aos clubes esportivos, quais são as curvas de recuperação de cada um de seus atletas, propondo cargas de treino e recuperação individualizadas, diminuindo a incidência e a gravidade das lesões musculares?, explicou.


?Desenvolvimentos como este são de suma importância para a evolução do esporte. É mais um fator que nos faz conseguir individualizar as respostas dos atletas. O futebol é um esporte coletivo, mas sabemos que cada atleta responde de uma maneira aos trabalhos diários. O Clube conseguindo identificar como cada jogador reage a um processo de recuperação pode ser um diferencial estratégico não só na prevenção de lesões, mas na otimização do rendimento de cada um?, afirmou Gerson Rocha, coordenador do Núcleo de Performance do América.